Eu juro que fiquei sentada em frente ao computador por bem mais que 15 minutos. A tela em branco e nada vinha. Nenhuma palavra, nenhuma frase, nenhum tipo de frase pronta que fosse, que pudesse explicar o que esse episódio me causou. Nesta review, já me desculpo de antemão, não conseguirei ser racional e analisar as coisas de forma lógica. Eu senti e é assim que escreverei as linhas que se seguirem. Os efeitos de “Under Fire” foram permanentes em minha pessoa.

Meu coração gelou de verdade com o começo, com Jenny ligando para uma Kate, que estava assustada e desesperada, tentando falar com Ryan. Kate dizendo que alguma coisa tinha acontecido. Foi o que bastou para meu sangue congelar, meus pensamentos pararem e eu ficar tensa. Voltamos 12 horas no tempo e nem as piadinhas típicas – e maravilhosas- de Castle surtiram em mim o efeito que sempre surtem. Como de costume Castle voltou sendo Castle e fazendo brincadeirinhas com seu casamento e dando pitaco no nome do filho dos outros. Sério, me ajudem a entender qual é a fissura dele no nome Cosmo? Acho melhor deixar a decisão com os Ryan’s mesmo. E Rick que marque logo a data deste casamento de uma vez.
Então foca-se no crime propriamente dito, um local que havia sido incendiado, um corpo carborizado, porém, ao que indicava a causa da morte era outra: um tiro. Sem muitas informações sobre a vítima a investigação contínua até que a investigadora de incêndios acaba por descobrir que o morto é seu parceiro, Blake McCann que já investigava crimes de um incendiário que tinha como marca registrada o padrão “X” no chão, padrão este encontrado na cena do crime. Ryan e Esposito vão ao apartamento dos McCann e percebem que o seu carro não está lá e que existe a possibilidade dos papeis que ele já havia levantado em sua investigação estivessem nele. Quando Ryan e Espo encontram o carro e os arquivos próximos a um prédio, que está aparentemente vazio, e estes entram para investigar o local. Pouco depois já é possível ouvir um barulho de alarme e em questão de segundos, mesmo com ambos correndo tentando fugir, o prédio explode com nossos dois amados detetives dentro dele.

O primeiro suspeito, dono de um website onde vídeos dos incêndios eram postados, está sendo interrogado, e este afirma que recebia os vídeos através do seu dropbox ou mensagens e em meio a este interrogatório outro incêndio acontece, e este avisa o local à Beckett que, juntamente com Castle, vai ao local recém explodido onde os dois detetives estavam. A partir daqui, é coração na mão, lágrimas nos olhos e show de Stana Katic e de todos os outros do elenco.
Eu sempre disse e volto a afirmar: Nenhuma série se mantém com uma história boa sem ter uma base de atores que deem convencimento a cena e isso, meus amigos, Castle tem de sobra e foi o que vimos neste episódio. Castle é reconhecido por conseguir alternar de forma brilhante o drama e a comédia, mas este episódio foi mais do que isso. Este episódio tinham algo mais e me fez sentir algo mais. Arrisco dizer, correndo o grande risco de parecer exagerada, que este um dos episódios que mais me fez sentir entre as 6 temporadas. Castle cresceu – a série e o personagem.
Os personagens mantém seu núcleo central de personalidade mas, ao mesmo tempo, são pessoas completamente diferentes. Esse episódio dá abertura às inseguranças, aos medos, a sentir a falta que o outro faz. Todos sabem que trabalhando na policia e investigando crimes, o risco de morte é eminente, mas a forma de lidar com isso varia de pessoa para pessoa e nunca é fácil de aceitar um fato simples, mas que ainda assim machuca: A gente não pode fazer nada.
Este é o sentimento de Beckett, de uma desesperada Beckett, que queria mais do que tudo salvar os seus amigos, sua família, de dentro daquele lugar. Ver os bombeiros abandonando as buscas e as tentativas de parar o incêndio em nome da equipe e para evitar que mais pessoas morressem acabou com Kate. Seus amigos estavam lá dentro e, desta vez, bancar a super mulher, investigar mais do que tudo e interrogar suspeitos de forma rápida e certeira na sala de interrogatório não adiantaria. Ela não está acostumada a ficar de mãos atadas. Seu desespero é claro e é aí, meus amigos, que que me curvo mais uma vez para a brilhante Stana Katic. Cada vez que essa mulher aparecia em minha tela com seus olhos marejados, voz embargada num choro que queria, mas não podia, sair me quebrava e me desestruturava. Ela esteve brilhante tais como os nossos protagonistas no episódio.

Ryan e Espo. Que a amizade dos dois vai além deste universo, ninguém dúvida e este episódio deixou isto bem claro. Eu fiquei realmente agoniada com eles batendo nos ferros, gritando numa tentativa vã de serem ouvidos. Na esperança que alguém fosse os salvar. Entre os muitos momentos que eles me emocionaram, obviamente, um se destaca. Quando Ryan consegue conectar o telefone e ligar para Beckett, esta ganha fôlego novo ao saber que seus amigos estão vivos, e uma das cenas mais emocionantes -se não a mais- do episódio, é a despedida de Ryan e Jenny.
Desidratação me define facilmente, porque o que eu chorei não pode ser explicado. A despedida deles me doeu de uma forma imensa no coração. Primeiro por uma Jenny grávida ter largado a racionalidade, largado de pensar na dor das contrações e ter ido onde seu marido, seu amor, estava. E, Kate?! Nem pense em brigar com ela e convencê-la a ir embora, a gente te conhece e você faria o mesmo pelo Castle. Segundo, porque se despedir de alguém que você ama nesta medida, pelo telefone, deve ser uma das piores – quem eu quero enganar? A pior sensação do mundo. Ele prometeu estar lá, e não poderia. Ele se imaginou pai, e não o seria. Ela se imaginou mãe ao lado dele e isso não iria acontecer. O momento que seria só deles aumenta de magnitude e se torna de todos. A dor é compartilhada. Pelo menos o nome...o nome devia ser escolhido em conjunto, mãe e pai. O nome. Javier, se for menino. E eu chorei feito criança porque ele querer dar o nome do seu parceiro, seu irmão de coração e alma, para uma criança branca e irlandesa. Se for menina Sarah Grace, homenagens típicas de família. E, apenas para terminar de me sentenciar ao choro, ela é mais do que digna de um Always. A ligação cai, meu coração dispara e eu sei que vai dar problema e eu vou chorar mais.
Me lembrei de “Countdown”, do paralelo e dos opostos em que arderam no meu coração. Lá, Caskett morria de frio, aqui nosso bromance favorito morria de calor, asfixiado. Não sei qual morte dói mais, no meu coração doeram de forma igual.
Eu já estava embargada em lágrimas, soluços e gemidos inteligíveis, para quem quer que fosse, antes de o resgate começar. Quando os bombeiros conseguem tirar o nossos detetives de lá – e o suspeito que estava no local filmando o incêndio é preso- meu coração se derreteu para a primeira linha de abraços óbvios. Kate corre e grita por ele: Espo. Eu nunca vou cansar de dizer que a amizade deles dois é uma das mais bonitas na série. Espo é, no fim, um dos pilares que mantém nossa Kate Beckett em pé. Ele sempre está ao seu lado nas burradas – Always mandou beijos- e ele é quem a entende melhor – Kill Shot também manda um alô. Eu me perguntei o que Kate faria se perdesse Espo e a necessidade daquele abraço e o desespero estampado no rosto dela me lembraram algo óbvio: Nem ela sabia a resposta.

Mas, não adianta. O episódios foi dos Ryan’s. A alegria e a tristeza em meios lágrimas de uma Jenny que acabara de receber seu bebê e perder seu marido. Aquele saber agridoce na boca até que Ryan entre afoito e desesperado na ambulância e, assim, Jenny pode se deixar ser completamente feliz. Ryan está vivo e sua filha está nos seus braços. Meu coração, que já não existia mais a muito tempo, teria se desfeito novamente perante a carinha do Kevin ao ver sua filha. Bem vinda ao mundo, Sarah Grace.
Todos felizes. Todos bem. Todos feridos de alguma forma, traumas assim não se curam rápido. Mas Kate estava afundada nos braços de Castle, aquele abraço de quem sabe que tem um porto seguro, em meio a todas as explosões e incertezas que a vida oferece. Aquele abraço de quem pode abraçar a pessoa que ama, pura e simplesmente – e preciso dizer que kate esteve completamente apaixonada neste episódio mostrando isso para quem quisesse ver, a cada vez que ela olhava para Castle. Espo e Lanie tem seu abraço merecido e a chance de recomeçar– e que dessa vez me deixem ver isso, por favor.
Ryan e Jenny? Estavam absortos demais no momento mais feliz de suas vidas, com sua filha nos braços. Sarah, você nasceu em meio ao fogo, no dia que seu pai nasceu pela segunda vez, sim, nasceu de novo. Aproveite este pai, que mesmo sem jeito e todo perdido, com certeza será um grande pai. Saiba que você já é nossa baby girl favorita, pequena Sarah.
Do resto? A equipe cuida. Eles não deixam parceiros morrerem queimados, congelados, de tristeza, de nada. Eles são uma equipe e uma família, que se ama no sentido mais puro e simples da palavra.
PS1: Teve 47 Reference neste episódio. O nome de usuário do incendíário no site: FireBurn447 e na imagem que você pode ver
aqui também aparece o número repetidas vezes.
PS2: Que trilha sonora fantástica a do Robert Duncan neste episódio.
PS3: PORRA, MARLOWE! ME DEIXE VIVA E EMOCIONALMENTE INTEIRA NO PRÓXIMO EPISÓDIO!
PS4: Seria um pecado deixar de fora. A minha, a sua, a nossa: Sarah Grace Ryan♥