Garcia era uma jovem atriz,
símbolo da libertinagem e dos prazeres da carne, não se continha e caminhava
pela cidade como dona de si. Inadmissível. Mas uma alma pura deu um jeito nela:
tacou querosene e acendeu um fósforo na cara da “piranha”. Tornando-a
irreconhecível, retirando sua beleza e deixando-a pronta para ser uma serva do
senhor. Esse exemplo é repetido sempre para as meninas do grupo, para lembrarem
de se comportarem e que o pecado é punido. Elas também acham que se tivessem
uma foto atual de Melissa poderiam usa-la de exemplo para os que ainda não
aceitaram Cristo.
Na sua jornada para encontrar a
atriz e realizar o sonho de uma imagem, Mari se emprega no último hospital que
se tem notícia que Melissa esteve e começa a sua investigação. Só que nem tudo
funciona como ela pensa, ao adentrar nesse espaço, Mari se vê obrigada a
encarar os seus desejos reprimidos, uma realidade diferente da sua e um “monstro”
muito mais magnético do que pensava.
Anita Rocha nos leva em uma
jornada sobre o poder do patriarcado, como ele criou sistemas que nós somos as vítimas
e algozes. Como há sempre tentativas de nos cercear e só o grito, o que eles
chamam de loucura, de possessão, pode nos libertar. Através de Mari vemos tudo
o que nos tem sido tirado, e de outros, de forma constante e violenta. Só a subversão
é capaz de salvar.
Medusa é um filme de beleza ímpar,
que nos seduz e nos absorve. A lenda transforma-se. Uma sacerdotisa que foi
punida por perder sua pureza e desde então transforma todos que a olham em
pedra. Uma devota que foi liberta ao não acreditar mais na pureza e desde então
transforma todas que a olham em seres vivos sencientes.
Pontuação: 10
Veria de novo? SIM
Indicaria? Com certeza!
Adeus e obrigada pelos peixes!
TRAILER MEDUSA
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