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Jéssica Ohara Jéssica Ohara Author
Title: [RESENHA] O HOMEM QUE NÃO TRANSBORDAVA: CORES COMO SENTIMENTOS
Author: Jéssica Ohara
Rating 5 of 5 Des:
  Do final do ano pra cá, eu tenho usado muito o kindle unlimited , não só pela facilidade, mas porque acabo descobrindo muita coisa diferen...

 


Do final do ano pra cá, eu tenho usado muito o kindle unlimited, não só pela facilidade, mas porque acabo descobrindo muita coisa diferente que ainda não tem em meio físico. Esse é o caso com os livros da Plutão Livros, uma editora totalmente digital que publica clássicos da ficção brasileira e novos talentos também. Eu achava que eles ainda estavam parados, qual foi a minha supressa quando vi que um dos livros deles ganhou o Jabuti? Não vou falar desse livro hoje, mas vou falar do que eu achei quando estava procurando o primeiro: o Homem que não transbordava.

O livro se passa em um futuro não tão distante, mas não tão perto no qual conhecemos uma raça de alienígenas, os celestianos, que estão há milênios habitando a órbita do nosso planeta. Eles fugiram de sua terra natal depois de uma guerra civil, na qual eles e os humanos de lá entraram em conflito. Após essa guerra, eles encontraram a terra e perceberam que os humanos daqui eram capazes de os alimentarem. Não, eles não comem criancinhas vivas. Eles bebem sentimentos: Amor, Medo, Ódio, Saudade, Solidão etc. Cada alienígena tem o seu tipo e vivem em uma harmonia secreta com os humanos, na qual fazem leves incentivos para aumentarem os sentimentos de cada um e se alimentarem do sobressalente.

Considerando o quanto a gente é doido, comida não vai faltar pra eles. Até que nosso personagem principal, Samuel, encontra Vicente, um homem que não transborda. Ele claramente sente e vive, mas os seus sentimentos não saem como nos outros humanos. O que a principio é uma anomalia preocupante tona-se cada vez mais uma obsessão para Samuel que passa por um momento delicado na vida. Ele é imortal, como todos os celestianos, e viveu muito tempo já, por essa razão está pensando na descontinuação, um processo que o seu povo passa que é uma espécie de semi morte, dormindo por algumas décadas. Mas Vicente começa a dar a ele outro interesse pela vida e uma crescente curiosidade por esse homem que não transborda.

Esse não é o primeiro contato que eu tenho com o afrofuturismo, mas admito, é o primeiro que eu gosto. A história é contada do ponto de vista de alguém negro como todos os celestianos são. Há uma inversão da ideia do que seria uma raça superior alienígena, e é muito boa porque amplia a nossa imaginação e a nossa capacidade de ver novos mundos possíveis. Os elementos são usados de forma sutil, mas contundente. Não era só um pano de fundo, ser negro é quem Samuel é e os outros personagens também. Quem lê ficção cientifica sabe o quanto isso pode ser difícil.

É uma noveleta, então é bem curta e fácil de ler. Achei com uma escrita tranquila e que pega a gente, o mistério sobre Vicente é o suficiente para nos manter ligados e afim de continuar lendo.

Pontuação: 8,5

Leria de novo? Talvez.

Indicaria? Com certeza, até já indiquei.

Adeus e obrigada pelos peixes!

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