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Jéssica Ohara Jéssica Ohara Author
Title: [CRÍTICA] OS SETE DE CHICAGO - UMA GRATA SURPRESA
Author: Jéssica Ohara
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Não se sabe se foi intencional ou não, mas que Os Sete de Chicago casam muito bem com Judas e o Messias Negro isso é certo. Os dois filmes ...


Não se sabe se foi intencional ou não, mas que Os Sete de Chicago casam muito bem com Judas e o Messias Negro isso é certo. Os dois filmes mostram as convulsões sociais que aconteceram no mundo e com bastante força nos Estados Unidos na década de 70. Enquanto Judas mostra a ascensão do partido dos Panteras Negras e a luta pela igualdade racial, Os Sete de Chicago mostra os movimentos jovens contra a guerra do Vietnã e por mudanças radicais na sociedade. Assuntos que se complementam, com personagens que se cruzam nas duas histórias. E se a gente sair da ficção, outro filme, dessa um vez documentário, concorrendo ao Oscar também se utilizou desse período para mostrar a luta das pessoas com deficiência pelos seus direitos: Crip Camp.

Os Sete de Chicago falam sobre um dos maiores julgamentos políticos que já aconteceu nos EUA. Em uma grande movimentação de protestos em Washington na época da convenção democrática, a polícia reagiu violentamente prendendo centenas de manifestantes e machucando vários em confrontos desproporcionais. Como uma forma de canalizar a punição do governo, a nova administração escolhe oito líderes de grupos para julgar como incitadores de motins e violência contra a polícia.

Aí você se pergunta, mas não eram só sete? Além de Abbie Hoffman, David Dellinger, Tom Hayden, Rennie Davis, Jerry Rubin, Lee Weiner e John Froines, foi incluído no grupo também Bobby Seale um dos fundadores do Partido das Panteras Negras, mesmo só tendo passado quatro horas no dia do protesto, não ter participado de nenhuma manifestação que ocorreu conflito, ainda assim ele foi acusado. Claramente, uma forma de enquadrar um dos líderes do partido e que gerou alguns dos momentos mais dramáticos na vida real e nos filme. Mas antes do final do julgamento é dado a ele o direito de ter um julgamento a parte.

O que nós temos que entender primeiro é que o julgamento foi todo montado para a condenação dos acusados, não havia a mínima chance deles saírem inocentes, apesar de claramente eles não terem começado a violência. Nesse sentido, o filme é mais como eles perceberam que seriam condenados do que a defesa em si, apesar da atuação brilhante de Mark Rylance no personagem William Kunstler, advogado dos sete. Quanto mais eles percebem o objetivo do processo, mais eles fazem daquele espaço uma oportunidade de manifestação.

Eu quero destacar os personagens Abbie Hoffman, Jerry Rubin e Tom Hayden. Os dois primeiros fazem parte do movimento Yippies e são bem atuantes politicamente, Hayden é mais voltado para a política tradicional e seria um aspecto mais clean do movimento anti-guerra. No filme é bem explorado como é o embate entre esses dois grupos e dá um ar de certa vitória de ideias para Abbie Hoffman. Sacha Baron Cohen está magnifico no papel, ele realmente abraçou a personalidade de Hoffman e consegue roubar todas as cenas. Já Redmayne convence até demais fazendo com que você logo crie um ranço do personagem.

O filme não ganhou nenhum prêmio no Oscar, mas manteve o mesmo alto nível de todos os concorrentes, sendo um excelente exemplos das revisões de narrativas necessárias nesse período.

TRAILER OS SETE DE CHICACO

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