Talvez o maior injustiçado do Oscar, Animais Noturnos apresenta uma trama sobre vingança, passado e reflexão. Esteticamente impecável, com grandes atuações, o filme só teve uma indicação, com Michael Shannon (Bobby Andes) para Melhor Ator Coadjuvante.
O filme é dirigido por Tom Ford, figura importante no mundo da moda que nos apresenta seu segundo filme, após Direito de Amar. O lado artístico é um dos pontos mais fortes do filme. Com uma direção excelente e uma fotografia perfeita, todas as cenas parecem parar no tempo para que possamos nos apegar aos detalhes delas.
Além disso temos atuações primorosas. Apesar de eu achar que não é o melhor papel de Jake Gyllenhaal, Aaron Taylor-Johnson e Michael Shannon estão incríveis. Além disso Amy Adams, totalmente esquecida no Oscar, está excelente. Acho que ela merecia mais por A Chegada, mas ainda assim ser esquecida por dois ótimos filmes é difícil.
O filme é apresentado em três níveis: o 1º é o presente, onde Susan (Amy Adams) enfrenta os problemas de sua vida nada perfeita. Tudo muda quando ela recebe um manuscrito de seu ex-marido com o título "Animais Noturnos". A partir daí temos mais duas linhas. A 2ª é a trama do livro, que segue a família de Tony Hasting (Jake Gyllenhaal). E essa trama leva Susan à repensar seu passado com seu ex-marido (também Gyllenhaal), que é nossa 3ª linha.
O filme é muito profundo, com as três tramas intercaladas e diversas reflexões. O foco é como o manuscrito de Edward leva Susan a repensar os erros de seu relacionamento com ele, pois o livro apresenta situações que remetem aos seus dias juntos. É incrível como o filme torna tudo interligado, mas de uma maneira sutil, onde acabamos por criar várias teorias e errando quase todas.
É um filme muito bem construído, bonito visualmente, com grandes atuações e mensagens importantes. Pode causar estranheza em vários momentos, devido à demora para algumas resoluções, mas apresenta boas soluções. Um bom filme, relegado ao esquecimento no Oscar, se unindo à outros grandes deixados de lado.
TRAILER DO FILME
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