A crença de uma pessoa é algo sagrado. Por mais que você não compartilhe o mesmo credo, deve-se o respeito. Como já disse Voltaire, "não concordo com o que dizes, mas defendo até a morte o direito de dizeres". Mel Gibson nos entrega um filme sobre fé, entrega, humanidade e limites, para apreciarmos e compreendermos.
É válido sempre citar que o filme é dirigido por Mel Gibson. Após períodos turbulentos com diversos problemas (desde alcoolismo até violência doméstica), não é de se estranhar o tom do filme. Não que seja muito diferente da linha que ele costuma seguir, uma vez que a fé é sempre algo abordado em seus filmes, porém este apresenta questões ainda mais profundas.
Hacksaw Ridge (Até o Último Homem, no Brasil) foi indicado à 6 estatuetas no Oscar, incluindo a de melhor filme. O seu protagonista, também indicado ao Oscar nesse ano, é Andrew Garlfied, o penúltimo Homem-Aranha dos cinemas. E não espere por Peter Parker aqui. Andrew entrega uma atuação incrível, que mostra sua versatilidade e talento.
Andrew é Desmond Doss, um jovem adventista que em meio à Segunda Guerra Mundial decide servir seu país como Medico de Campo. Ele enfrentou um infância difícil, marcada por um pai (o grande Hugo Weaving) que sofre até então com os horrores que viu na Primeira Guerra, além de um irmão que não lhe é nada parecido.
A personagem de Teresa Palmer, Dorothy, é mais que um simples interesse amoroso ao protagonista. Ela é a âncora que lhe prende ao mundo, que lhe dá um motivo para sorrir desde quando à vê pela primeira vez. A bíblia que ele carrega é mais que um símbolo de sua fé, é o talismã que irá afastar as bombas e os tiros dele.
O filme tem grandes momentos, alguns até muito engraçados. A fase do treinamento de Doss é incrível, pois desde o primeiro instante sua fé é testada, assim como sua lealdade à sua companhia. As cenas com Vince Vaughn são excelentes, trazendo um humor que ajuda a preparar melhor o terreno para a tensão que virá a seguir.
Toda a simbologia expressada no filme tem seus ápices nas cenas de batalha. Mel Gibson em nenhum momento tenta romantizar a guerra, mostrando seu lado mais visceral possível. Não espere por menos do que sangue, ossos e sujeira. Mas o protagonismo de Doss é algo tocante. Por vezes sua fé é colocada à prova, mas ele vence seus temores e entrega uma história comovente.
O melhor fica pro final: caso você não saiba, é uma história real! Existiu um Desmond Ross. Ele fez tudo aquilo. Assista sabendo disso, pois assim sua experiência será ainda mais vívida.
"Please God, give me one more!"
TRAILER DO FILME
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