E chegou a hora da despedida. Depois de longos 17 anos chega ao fim a vida de Hugh Jackman como Wolverine e de Patrick Stewart como Professor Xavier. É o fim de duas das mais duradouras ligações de atores com seus personagens. Quem tem mais de 20 anos cresceu vendo esses caras nesses papeis e isso torna tudo ainda mais pessoal.
Foram necessárias duas tentativas para enfim a FOX nos entregar o filme do Wolverine que queríamos. Depois do tenebroso "Origens" e do meia-boca "Imortal", "Logan" é o filme que sempre deveria ter sido feito. Não é perfeito, apontarei suas falhas durante o texto, mas é a despedida perfeita. Talvez ele não seja perfeito justamente pelo tom de despedida que permeia o filme.
Um dos pontos principais à favor do filme é que a classificação para maiores permite cenas que sempre fizeram falta. Wolverine sempre foi matador, sanguinolento e brigador, mas faltava ultrapassar uma determinada linha nas telas e ela foi ultrapassada aqui. A permissão de ter sangue é suficiente para agradar à todos.
Sobre a história, ela é ao mesmo tempo uma passagem de bastão, como um ponto final. Sem spoilers, o final deixa em aberto uma possibilidade de futuro, mas também pode encerrar tudo com maestria. A introdução de X-23, ou Laura, é perfeita para o tom do filme. Vemos Logan em conflito sobre os problemas do presente e seus fantasmas do passado, tudo isso crescendo de tamanho com a presença da garota.
O ponto fraco do filme são os vilões. Os Carniceiros servem de pouco mais do que bucha de canhão, privando-os de ser uma real ameaça. Em um determinado momento surgirá um perigo maior, mas me pareceu uma saída fácil para a falta de um inimigo à altura do Carcaju e da Laura. Por falar em saída fácil, esse é outro problema do filme. Para chegar do ponto A ao ponto B o roteiro acaba seguindo caminhos simples e por vezes preguiçosos.
A promessa de um filme baseado nos quadrinhos de Velho Logan não passa de promessa. Tirando o Logan velho e a viagem, nada mais segue a trama. E no fim serve. É uma trama sobre introspecção. Sobre falhas, sobre erros. Logan os tem de monte. Xavier possui esqueletos no armário que são pesados demais. Até mesmo Laura vai aprender que nem tudo pode ser tomado e que algumas coisas deixam marcas maiores do que as físicas.
Nos despedimos aqui do Carcaju, do Wolverine, do Logan. Nos despedimos do Professor Xavier, do Charles, do X. É um filme contido ao que promete. Por isso é ótimo, mas também por isso não é perfeito. Se nos dois anteriores faltou alma, nesse faltou uma ameaça. Ou talvez ela estivesse ali, talvez a despedida dos dois fosse uma ameaça suficiente. Adeus Logan e Professor!
NOTA: 9,0
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