Enquanto
volta para casa depois de trabalhar até de madrugada, a jovem April May esbarra
numa escultura gigante. Impressionada com sua aparência – uma espécie de robô
de 3 metros de altura -, April chama seu amigo Andy para gravar um vídeo e
postar no YouTube.
No
dia seguinte, a garota acorda e descobre que há esculturas idênticas em dezenas
de cidades pelo mundo, sem que ninguém saiba foram parar lá. Por ter sido o
primeiro registro, o vídeo de April viraliza e ela se vê sob os holofotes da
mídia mundial.
Agora,
ela terá de lidar com os impactos da fama em seus relacionamentos, em sua
segurança, e em sua própria identidade. Tudo isso enquanto tenta descobrir o
que são esses robôs - e o que querem de nós.
Divertido
e envolvente, o livro de estreia de Hank Green trata temas muito relevantes nos
dias atuais: como lidar com o medo do desconhecido e, principalmente, como as
redes sociais estão mudando os conceitos como forma, retorica e radicalização.
Imagina
você morar em Nova York, a cidade que nunca dorme. Está vindo do trabalho de
madrugada, quando de repente dá de cara com essa estatua gigante, de seus 3
metros de altura. Por morar onde mora, e viver nessa era da informação rápida
demais, por alguns segundos você só continua a andar, seguindo a vida pensando
“é só mais um artista que colocou isso ai”, mas surge aquele estalo, para e
volta para analisar a tal estatua, constatando que ela é muito mais que isso.
E é
ai que sua vida muda para sempre! April, por ter sido a primeira a ter contato
com o Cal (como ela e o mundo passam a chamar os robôs), tem a vida mudada em
360º. É chamada para talk shows, entrevistas, e começa a ser bombardeada com
e-mails perguntando sobre o contato e sobre como foi e tudo o mais.
Mas,
a April é aquela pessoa que se recusa até a ter redes sociais, por achar que a
vida merece ser mais vivida pessoalmente, ela mal tem um Facebook e email, e só
por que insistiram para isso. Ela se sentia bastante incomodada no começo, com
a explosão do sucesso, a ir a todas essas entrevistas e aparições públicas,
mesmo ganhando dinheiro com isso.
Não
vou mentir ao dizer que eu me incomodei um pouco com a personagem em quase todo
livro. Não com relação a redes sociais e tudo mais, mas com esse puritanismo
com relação às coisas, a tudo no modo geral, a explicação dela é como se ela se
esforçasse para ser cult e de querer ser a diferentona, se “recusando a usar
redes sociais por que eu não sou assim pipipi e popopo”.
Enquanto
ela lida com todas as situações das entrevistas, sem querer ela esbarra em um
errinho na Wikipedia, na página do Freddie Mercury, ao procurar coisas sobre o
Cal, e rebatizada de “Sequência Freddie Mercury”, foi mais uma onda doida na
vida dela. E com uma cientista via email, a Miranda, que a contatou para tirar
duvidas sobre o robô e o que ela tinha achado sobre as propriedades do mesmo,
para que ela assim descrevesse sua experiência, o erro que ela achou.
E como
se a vida dela já não tivesse virada de cabeça para baixo, a April aceita se
tornar assinar um contrato com uma agência, e ela termina de mudar para pior
completamente. A personagem já estava mudando aos pouquinhos, e isso só
empurrou de vez.
Eu
me apeguei completamente aos personagens secundários: ao melhor amigo dela, a Miranda,
e ao assistente da April. Eles foram as melhores pessoas desse livro e história.
O melhor amigo da April, o Andy, foi um maravilhoso no livro inteiro. A Miranda
foi o meu escape a raiva da April em 80% do livro, assim como o assistente
dela.
O
livro em si, o jeito que ele te pega, foi diferente sabe. É uma maneira de
mostrar uma história que eu ainda não tinha visto, é inteligente e sarcástica. Eu
gostei bastante em como o autor se valeu da personagem para contar a história,
em te fazer ficar com raiva dela (a própria April avisou disso no começo do
livro kkk), e da própria história dos robôs, e do por que eles vieram a Terra.
E o final, meus amigos, é de tirar o chão.
E os
robôs, os Cal do mundo. Achei maravilhoso como eles foram encontrados, a
crítica por trás do encontro da April com o primeiro Cal. A dúvida não posta
fora da boca, de “Será que são alienígenas? Ou é tão obvio assim? Se forem, o
que eles querem?”. A crítica do livro, sobre você está tão focado no seu
aparelho debaixo do nariz, que basicamente abstrai até as presenças de robôs gigantes,
e simplesmente começa a achar normal, já que eles não atacaram de primeira. É
bizarro isso.
É
uma história que vale a pena. Demais. É um pequeno tapa, junto com um ótimo
sci-fi.
AUTOR: Hank Green
TRADUTORA: Lígia Azevedo
EDITORA: Seguinte
PÁGINAS: 384
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