Kate Harker e August Flynn vivem em lados opostos de uma
cidade dividida entre Norte e Sul, onde a violência começou a gerar monstros de
verdade. Eles são filhos dos líderes desses territórios inimigos, e seus
objetivos não poderiam ser mais diferentes. Kate sonha em ser tão cruel e
impiedosa quanto o pai, que deixa os monstros livres e vende proteção aos
humanos. August também quer ser como o pai: um homem bondoso que defende os
inocentes. O problema é que ele é um dos monstros, capaz de roubar a alma das vitimas
com apenas uma nota musical.
Quando Kate volta à cidade depois de um longo período,
August recebe a missão de ficar de olho nela, disfarçado de um garoto comum.
Não vai ser fácil para ele esconder sua verdadeira identidade, ainda mais
quando uma revolução entre os monstros está prestes a eclodir, obrigando os
dois a se unirem para conseguir sobreviver.
Territórios com ideias totalmente opostas, liderados por
pessoas que são tão opostas quanto se pode imaginar. Com a diferença em duas pessoas:
uma garota que tenta ser tão cruel quanto o pai, para ganhar o respeito do
mesmo; e o garoto, que só quer ser humano, e se tortura a um nível absurdo.
Gente, que livro bom! Que livro tenso! Que livro agoniante!
Tem personagens adoráveis, tem personagens odiáveis, e tem os personagens que
você não confia logo de primeira. E tem uma historia de fundo diferente, e que
deixa pensar que se ocorresse isso na vida real, seria muito louco e
desesperador viu.
Em uma cidade em que os crimes de violência e assassinato
geram monstros, como os malchai (monstros parecidos com humanos, mas que surgem
pós assassinatos e tem a pele transparente), corsais (monstros carnívoros que
surgem de um crime violento, mas sem morte), e os sunais (monstros que surgem
de algo tão violento e depravado, como por exemplo, uma morte em massa de
crianças), não é fácil se viver, e pior ainda, quando está dividida em duas,
onde em uma você tem que se virar para comprar a proteção do líder da cidade, e
na outra não precisa pagar a proteção, pois o líder do norte da cidade tem uma
força tarefa que cuida dos monstros, liderada por dois humanos, que cuida dos
três únicos sunais, e que acabaram como filhos desse casal de humanos.
Assim, quando a Kate volta, com o desejo de se tornar tão cruel
quanto o pai, ela volta em um momento bastante tenso, em que a trégua entre as
duas cidades tá bastante capenga, e os monstros que o Harker controla estão
começando a se rebelar, levando os da cidade do Flynn a se juntarem a uma
futura possível guerra. É ai que o August entra: um monstro que repudia a
própria natureza, que só queria ser humano, tem a missão de observar a Kate,
para caso algo ruim estoure, ela seja feita refém, para negociação com o pai da
garota.
Os personagens são bastante interessantes, e eu acho que a
historia mostrou bem de cada um. A necessidade da Kate se provar ao pai, já que
a mesma não teve a presença do cara durante toda a vida, só da mãe, e depois
que essa ultima faleceu, ela foi mandada de internato a internato durante seis
anos. Ela só queria o respeito, e acho o amor do pai né. Ao contrário do
August, que tem tudo isso, e ainda assim é super protegido, e os pais não o
deixam lutar na policia que a cidade mantêm. Então, surge a chance de cada um se mostrar para
quem queriam impressionar, ao acabarem se conhecendo e se tornando amigos. Até
o momento em que algo dá errado, e os dois terem que fugir, ao se esconder de
pessoas que queriam matar os dois.
A história me surpreendeu muito. Envolver monstros em meio a
tecnologia, e explicar o surgimento de cada monstro vêm das reações às ações
dos seres humanos, fantástico. Mas ao analisar justamente esse lado, existe um
detalhe que eu queria explicação: o que foi o fenômeno? Quando ele ocorreu? Foi
ele que deu a capacidade desses monstros surgirem? E nas outras cidades,
acontece o mesmo? E no resto do mundo? Imagino que pelo menos essas duas
ultimas perguntas vão ser respondidas no livro dois, já que né, o final deixou
a entender isso, por tantos motivos.
Sobre os monstros: os sunais são os que mais se assemelham
aos humanos “normais”, já que tem corpo material, dormem, e podem comer comidas
normais, ainda que não faça diferença, pois eles se alimentam de almas das
pessoas que pecaram, ou seja, pessoas que cometeram assassinatos, pois o crime
deixa uma marca na alma da pessoa, como se fosse uma sombra querendo escapar. É
outro ponto interessantíssimo na história.
Mas existe um detalhe aqui que me deixou meio perturbada,
por que eu meio que respiro música: os sunais se utilizam da música para trazer
a alma dos pecadores a baila, e assim se alimentar delas. Seja através de um
violino, da voz, ou de qualquer instrumento. Me deixou meio cabreira. E o
August não suporta ter que tirar a vida de alguém, seja ele pecador ou não, e
quando ele não “se alimenta”, o pobre sofre horrores, e se ficar muito tempo,
ele pode acabar sucumbindo a algo muito ruim que
No geral, gostei demais, e me empolguei para a sequência, já
que a curiosidade sobre o que está acontecendo por outras cidades, sobre como a
história vai seguir, e sobre o ship interrompido, como vão resolver.
TÍTULO: A Melodia Feroz.
ANO: 2017
Livro cedido pela editora para resenha.
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