Combinando uma extensa pesquisa historiográfica a uma narrativa em ritmo de thriller, Timothy W. Ryback conta em As primeiras vítimas de Hitler a impressionante história de Josef Hartinger, um jovem promotor alemão que lutou para esclarecer a controversa morte de quatro jovens judeus inocentes no campo de concentração de Dachau, a poucos quilômetros de Munique, em abril de 1933. O caso, que teria sido uma reação dos guardas a uma suposta fuga, já indicava os primeiros sinais do projeto brutal de extermínio que marcaria o regime de Adolf Hitler e que encontraria em Hartinger um dos primeiros opositores a arriscar a própria vida e a carreira em busca de justiça.

As histórias referentes ao Holocausto sempre me atraíram, quer fosse pelo fato de tentar entender melhor o que se passava na mente das pessoas naquela época sombria de guerra, quer fosse pelo motivo de tentar entender de onde surgiu tanta brutalidade. Então, quando tive a oportunidade de ler o livro de Timothy W. Ryback, baseado nos relatos de Josef Hartinger, abracei rapidamente.
Primeiramente, precisamos entender que toda a história desse livro conta como o governo de Hitler e sua mentalidade contra os judeus e comunistas, além de outros, influenciaram milhares, ou até milhões de pessoas, a cometerem atos que pouco a pouco foram tomando forma e levando ao que hoje chamamos de ‘Campos de Concentração’.
O livro descreve em ritmo de thriller todos os relatos da investigação dirigida por Josef Hartinger, um dos pouco que viu as falhas do governo de Hitler e componente de uma minoria que foi capaz de lutar contra as atrocidades cometidas em uma época tão dolorosa.
Durante a narrativa vemos como pouco a pouco as injustiças, as ondas de vandalismo, os discursos influenciadores e brutalidade foi aumentando, enquanto que, em contrapartida, as pessoas determinadas a lutar contra iam diminuindo ou até desaparecendo.
A narrativa do livro te deixa preso, te faz querer ler cada vez mais e entender como e porquê tamanho absurdo pode ocorrer com tantas pessoas inocentes. Contudo, o livro não tenta em momento alguém diminuir ou esconder os atos, os diálogos ou os nomes dos envolvidos.
A leitura é dura, as vezes cruel e pesada. Contudo, vale a pena ler em primeira mão o relato de alguém que tentou lutar contra uma grande maioria a favor dos direitos básicos de um ser humano. Vale a pena ler e entender como uma atrocidade de tal tamanho foi permitido em uma sociedade tão avançada. Vale a pena ler o quanto o ser humano se perdeu em uma época tão sombria.
Fica a minha recomendação para quem quer entender melhor essa época e suas nuances.
TÍTULO: As Primeiras Vítimas de Hitler
EDITORA: Companhia das Letras
Livro cedido pela editora para resenha.
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