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Unknown Unknown Author
Title: [REVIEW] MASTERS OF SEX - S02E03: FIGHT
Author: Unknown
Rating 5 of 5 Des:
“Digo o seguinte – Não quero que meu filho seja um boxeador. Não. Quando ele se machucar, não quero que finja que não está machucado. Es...

“Digo o seguinte – Não quero que meu filho seja um boxeador. Não. Quando ele se machucar, não quero que finja que não está machucado. Essa lição ele não precisa aprender.” JOHNSON, Virginia.

Ah se pudéssemos resolver tudo com um beijo. Deixar as pessoas mais bonitas e garantir o nosso final feliz. Como se tudo fosse tão simples como um conto de fadas. Sim, alguns beijos levam a casamentos, filhos e casais felizes, mas muitos outros destroem casamentos, deixam pessoas tristes e podem mudar completamente a forma como você é visto. Um beijo pode mudar tudo, não é a toa que quando o Doutor sugeriu isso como um personagem, acabou sendo recusado com a lembrança feita por Gini de sua aliança de um casamento real. 

O que uma luta de 15 rounds pode fazer por um casal? Expor sua maiores fraquezas, seus medos, seus passados e até mesmo gerar momentos de descontração. Fiquei surpresa com a capacidade que o Will demonstrou para uma conversa casual com a Gini. Cheio das surpresas com aquelas explicações sobre boxe e conseguindo se soltar um pouco. Logo que eles começaram a encarnar personagens para falar algumas verdades começou a dar a impressão que estavam jogando “2 verdades e 1 mentira”. 

Virginia deixou claro o motivo do título do episódio e como a metáfora funcionou. A briga, aquele teatro onde duas pessoas ficam se encarando, como personagens interpretando, fingindo para não deixar claro quais são as suas fraquezas, serviu como o cenário ideal para frases de duplo sentido. Como ela disse, ouvir pelo rádio não é a mesma coisa que assistir, quando você ouve histórias não é a mesma coisa quando você está lá vivenciando e sentindo. “É diferente do que pensei”. Você sabe apenas tecnicamente o que acontece. A brincadeira de ficar rodando em círculos é quando há toda aquela conversa silenciosa acontecendo entre eles. O jogo corporal, a tensão sexual. É exatamente como uma luta. Mas nesse caso os dois podem sair vencedores. 

“E então, nós vamos trabalhar?” 
A forma como cada um analisa a situação foi também bem peculiar. Nem sempre o que parece, é. “Então o que aparenta ser fraqueza é exatamente o oposto”. O estudo ficou de lado, nesse episódio os personagens principais foram o Sr. e Sra. Holden. É como ele disse, se você não controla a ação, aprende a pelo menos controlar a reação, pois ele não é um homem que se deixa perder o controle, nem mesmo no jogo do sexo. E como Gini falou - sexo, ok, é apenas uma função biológica, mas deixe seu coração longe, de preferência trancado como em um cofre de banco.

Will ainda contou um pouco do seu passado, sem precisar de nenhum personagem, foi apenas sincero. Aquele só parecia um momento onde demonstrava sua fraqueza, mas na visão dele aquela era uma história de como ele ficou mais forte. E nesse momento de exposição o que ele faz quando viu que Virginia o estava olhando com cara de pena? A deixa completamente indefesa, nua. Ele é filho da mãe, mas ela soube demonstrar que tinha o controle da situação. 

Foi um excelente episódio, um dos meus favoritos. Onde tudo se passa basicamente no quarto do hotel, quase só com diálogos desses atores super talentosos. O que me deixa mais encantada com a história deles é a forma como o carinho tornaria tudo diferente. A intimidade de um toque carinhoso pode ser maior que a de dois corpos nus se encontrando. E o caso é que os dois tem medo de baixar a guarda e levar um nocaute. Era assim com o pai dele e foi assim com a grande paixão dela. A cena de luta que aconteceu entre os dois no quarto foi sensacional para demonstrar tudo aquilo que ambos vinham explicando.


Vibrei com o assunto da “genitália ambígua”, pois recentemente o mesmo foi abordado em uma das minhas aulas da faculdade. E a principal questão, o que todos mais ansiavam em saber, era então descobrir qual sexo seria escolhido pelos pais ou pelo próprio indivíduo. Os pais deveriam esperar para a criança demonstrar um interesse mais forte por um dos gêneros? O melhor seria fazer a cirurgia logo para a criança não se recordar de muitos detalhes? Qual hormônio começar a dar? E em resposta recebemos da nossa professora algo para pensar, por que há a necessidade da escolha entre um dos dois? 

Masters usou a palavra indefinição, o que para aquela época podia fazer sentido. Mas esses profissionais são suficientemente inteligentes para constatar o que já está definido, cada característica do bebê. A ignorância como escolha não exime ninguém da culpa, se você escolhe continuar confuso sobre um assunto por medo, você precisa de ajuda. Significa que você não deve tomar decisões precitadas que vão afetar pessoas muito além de você. Aquele pai não é um caso raro, infelizmente.

No momento do primeira embate com o pai do bebê, Masters foi novamente um exemplo de profissional, sendo que sempre vou tentar aqui julgar a situação pela época. Caso contrário estaria criticando a necessidade de qualquer alteração, afinal como o Masters disse, aquela era uma criança saudável. Já o segundo apelo foi extremamente comovente, mesmo frente a um valentão, ele conseguiu derrubar todas as suas barreiras e implorar pelo bem daquela criança. Mesmo que o final tenha sido diferente do esperado, aquilo já se qualifica como uma pequena vitória. Talvez o beijo de uma mulher, mesmo que de forma figurada, realmente deixe um homem melhor.

P.S.: Por que os homens adoram demonstrar como ocorre uma luta de boxe?

PROMO DO PRÓXIMO EPISÓDIO:

05 Ago 2014

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