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Title: [C. NERD] RESENHA - A BATALHA DO APOCALIPSE
Author: Diário de Seriador
Rating 5 of 5 Des:
Deveriam fazer um filme desse livro. Não...uma série. Uma série que eu assistiria sem medo porque a história seria perfeita. Se você qu...

Deveriam fazer um filme desse livro. Não...uma série. Uma série que eu assistiria sem medo porque a história seria perfeita. Se você quiser uma resenha crítica mesmo, pare por aqui. Eu serei totalmente parcial porque amei o livro, porém, isso é justificável. Escrito pelo brasileiro Eduardo Spohr, eu tinha esse livro na minha estante a bom tempo, porém, só agora tive tempo de lê-lo e fiquei me perguntando porque não achei tempo antes para isso. 

O livro é dividido em três partes, sendo elas: Vingadora Sagrada, Ira de Deus e Flagelo de Fogo. Começo apontando uma das coisas que demorei para me adaptar. A parte  um e a parte três são narradas em terceira pessoa, porém, a parte dois é em primeira. Essa mudança de narrativa me incomodou no começo, mas logo depois achei o timing e então fluiu maravilhosamente bem.

O livro conta a história de Ablon, um anjo renegado da casta dos querubins, que foi expulso do céu após erguer armas, com outros 18 anjos, contra a tirania do Arcanjo Miguel (Principe dos anjos) que tinha como desejo exterminar a raça humana por inveja, uma vez que estes, teriam sido abençoados por Yahweh (Deus) com a alma e o livre arbítrio que Miguel acredita que deveria ser ter sido concedida à eles (anjos). Para os mais perdidos no conceito religioso, Deus criou o universo em seis dias e no sétimo descansou para, então, acordar no dia do juízo final. Esse é o período retratado no livro, os sinais do apocalipse começam a aparecer e o dia do juízo final, onde todos serão julgados por suas ações ao despertar de Yahweh. 

A narrativa do livro é bem suave e bem fluida, você nem percebe as páginas passando, então, a leitura acaba sendo rápida e deliciosa.  Eduardo escreve o complexo de forma simples e, sim, o livro é complexo. Spohr criou todo um universo, toda uma visão do céu,  de como as coisas aconteceram e, sinceramente, se ele criasse uma religião com aqueles ideais, olha....eu que até cogitaria me aprofundar mais.

Os protagonistas são altamente bem descritos. Ablon e Shamira, a feiticeira de En-Dor e companheira principal de Ablon, são personagens fáceis de gostar e tem uma personalidade muito bem definida. Alias, esse é outro ponto para o autor. A personalidade é bem descrita e bem marcante nos personagens. Aqueles que aceitariam morrer por suas ideias, que lutam por elas e não se deixam corromper até aqueles que fariam de tudo para atingir seus objetivos. 

A ideia do livre arbítrio, dos sentimentos humanos, da alma humana... São conceitos que para nós passam batido, mas que na obra são abordados com uma beleza singular e fica difícil não ficar pensando depois. Você se questiona. Questiona seus princípios e o que te guia. O que você sente. 

Eu quando leio gosto de me imaginar no cenário, eu gosto de visualizar o local e me sentir lá. E, graças à grandeza de detalhes sobre isso na obra, fica fácil fazer isso. Fica fácil se sentir pisando na areia, ou adentrando o inferno. A riqueza de detalhes do cenário, dos personagens, você se sente próximo e entra no livro. 

Além de tudo, o livro é surpreendente. Você aguarda uma batalha maravilhosa e – ao contrário de quem leu Amanhecer- você a tem. É um livro regado de surpresas, a cada capitulo. E é impossível parar a leitura. Se eu pudesse listar um ponto negativo, seria a grande sessão flashback que o livro tem. E não são flashbacks pequenos, alguns ultrapassam 100 páginas e são monótonos, porém, vitais para a história. São monótonos, mas não ruins.

Conceitos e momentos históricos são detalhados com uma sutiliza e um detalhismo que é maravilhoso para quem ama esses conceitos. A batalha do Apocalipse é um passeio pela história humana, por Babel, Constantinopla, nascimento de Deus, as cidades, as culturas. Tudo. E, para quem gosta, tem um pouquinho de romance. Bem, não um romance necessariamente, é mais uma relação de cumplicidade, entendimento e apoio incondicional, isso eleva  a beleza do livro que não necessita de romances para prender o leitor. 

É uma leitura que, com toda certeza, vale a pena. Como eu disse, que não consegui ser imparcial sobre o livro, mas conversando com outras pessoas que já leram a obra...todas tiveram a mesma opinião. Então, quem quiser, pode se aventurar sem medo. Se aventurem pelo universo maravilhoso de Eduardo Spohr.

AUTOR: Eduardo Spohr
PÁGINAS: 586
GÊNERO: Ficção/ Fantasia
EDITORA: Verus
LANÇAMENTO: 2010 (pela editora Verus, mas em 2007 pelo site Jovem Nerd). 
ONDE COMPRAR: Clique aqui




PS's  PARA QUEM LEU O LIVRO
PS1: Tentarei não deixar spoiler: as macumbas no Ablon me enganaram COMPLETAMENTE. Tinha me esquecido totalmente delas (macumbas pra não dar spoiler do que é, mas se você leu vai entender).
PS2: Gabriel e Jesus Cristo. Sacada GENIAL de Spohr.
PS3: Quase chorei na explicação do despertar de Deus, dada por Gabriel. Sério.
PS4: Larga essa resenha e vai ler logo o livro. 
05 Jul 2014

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