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Title: [C. NERD] CRÍTICA #21 - ALABAMA MONROE
Author: Unknown
Rating 5 of 5 Des:
Indicado na categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira no Oscar, Alabama Monroe ( The Broken Circle Breakdown, no original) é uma pr...
Indicado na categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira no Oscar, Alabama Monroe (The Broken Circle Breakdown, no original) é uma produção impecável, densa e impactante. Dirigido pelo cineasta belga Felix Van Groeningen, o filme narra a história de Elise (a bela Veerle Baetens) e Didier (Johan Heldenbergh), uma tatuadora e um banjoísta ateu de uma banda bluegrass de Gent (Bélgica), que apesar das diferenças, se apaixonam perdidamente. No meio de tanta paixão nasce Maybelle (Nell Catrysse), que quando é acometida por uma grave doença, faz o amor dos dois protagonistas ser duramente testado.


Através de uma narrativa não-linear vamos nos aprofundando na vida do casal. Essa estratégia foi muito bem pensada, pois consegue aproximar os protagonistas do espectador e aliviar um pouco a carga emocional de algumas cenas. Além disso, o destaque também vai para a trilha sonora espetacular que acompanha o intenso drama. Agindo como uma protagonista, a melodia bluegrass embala a história dando o tom necessário a cada cena, variando junto com a situação e estado emocional de Elise e Didier.

[SPOILER ALERT - Aconselho a parar aqui se ainda não viu o filme] 

Porém, mais do que tudo, Alabama Monroe é um drama sobre a perda. Sobre a morte de um filho e as consequências disso para os pais. Nesse ponto, é impressionante como Baetens e Heldenbergh dão vida a suas personagens. Os atores realmente conseguiram retratar a intensidade da dor, do sofrimento de tal situação.


A dificuldade de diálogo após a morte de Maybelle e a tristeza profunda sentida pelos pais, expressada de forma diferente por cada um levam o casal ao limite. As visões distintas da morte, uma religiosa/metafísica e outra ateísta (que abrem no filme uma interessante discussão sobre ciência e religião), agravam ainda mais a situação. E aí Groeningen não dá alternativa. Ele nos mostra como nem todo amor, fé, ou racionalidade, consegue manter o casal unido. Às vezes um recomeço é necessário, e que para isso temos de tomar atitudes fortes. No entanto, tudo isso deve ser feito com calma, evitando erros causados pela emoção à flor da pele. Mas, afinal, quem poderia culpar Elise (ou melhor, Alabama) pelo seu desespero ante tal tragédia. Seu recomeço, incompreendido por Didier, sucumbiu ante a cólera que sentia.


Após sermos tragados, por quase duas horas implacáveis de projeção, rumo esse turbilhão de emoções, ainda somos brindados com um dos mais comoventes desfechos vistos ano passado. Por tudo isso, Alabama Monroe é definitivamente um dos melhores dramas de 2013.

NOTA DO DDS: 


18 Jan 2014

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