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Jéssica Ohara Jéssica Ohara Author
Title: [CRÍTICA] WONDERFUL MINARI
Author: Jéssica Ohara
Rating 5 of 5 Des:
Minari é um dos grandes favoritos ao Oscar talvez por discutir assuntos tão universais como imigração, diásporas, conflitos geracionais e p...



Minari é um dos grandes favoritos ao Oscar talvez por discutir assuntos tão universais como imigração, diásporas, conflitos geracionais e preconceito. O filme tem uma produção perfeita, cheia de atuações que carregam a emoção de cada personagem, apesar disso a sensação que dá ao acabar o longa é que falta algo para ele ser excepcional, ele é um filme de Oscar, no sentido de que foi feito para o Oscar.

A história segue a família Yi que nos anos 80 sai da cidade e vai para o campo em busca de uma vida mais confortável. Os pais, Jacob e Mônica, saíram da Coreia casados e tiveram os filhos Anne e David já nos Estados Unidos. O casal está passando por uma crise conjugal e aposta tudo nesse recomeço, Jacob quer se tornar fazendeiro e vender produtos coreanos para a crescente comunidade de conterrâneos em solo estadunidense. O filho mais novo tem um sopro no coração e precisa de observação constante, uma parte da insatisfação de Mônica vem de agora eles estarem tão longe da cidade e hospitais.

Monica não está se adaptando ao novo lar e pensando nisso eles decidem trazer a mãe dela da Coreia para morar com eles. A trama do filme se aprofunda a partir desse ponto quando somos colocados com três gerações: a que cresceu e viveu na Coreia, os que estão em diáspora tentando entender a própria identidade e aqueles que já não se identificam mais com aquele passado. O desgate de ser um imigrante é bem explorado no filme, você não consegue oportunidades boas, você é olhado de maneira estranha e sempre tem que trabalhar mais que os outros.

Três personagens são as estrelas do filme, primeiro o menino David que é a coisa mais fofa do mundo e eu posso provar. Mesmo tão jovem o ator Alan Kim consegue nos mostrar todos os conflitos do personagem, seus medos e também suas raivas. Também destaco Yuh-Jung Youn que vive a avó, a química entre ela e  David é perfeita, a partir da relação deles conseguimos ver os pontos de virada na história. E outro que me surpreendeu muito é Paul, Will Patton, que vive o auxiliar de Jacob e se mostra um homem em constante penitência para se livrar de um mal, provavelmente as suas lembranças da guerra da Coreia.

Eu não chamaria o personagem de Steven Yeun de uma estrela no filme porque ele muitas vezes abre mão do seu protagonismo para dar margem para a família se expressar, ele é um pai que profundamente se sente um fracasso e quer provar que pode ser melhor, que pode alcançar sucesso e chegar ao famigerado Sonho Americano. Jacob funciona como o retrato de toda uma geração que foi aos EUA buscando um futuro, mas se encontrou como um subalterno desvalorizado.

Eu vi Minari muito como um filme conforto, ele traz sim um novo olhar sobre a imigração e é daquelas histórias que você nunca vai cansar de ver,  mas ao mesmo tempo não impressiona no enredo. Apesar disso, todos os atores estão muito bem e podem ser premiados individualmente. Um dos pontos diferentes e que mostra esse novo caminho do Oscar é que o filme é quase todo falado em Coreano, uma revolução para um cinema (estadunidense) que se recusa a ler legendas, nesse quesito eu acho que é uma herança de Parasita

TRAILER MINARI

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