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Andressa Piccinini Andressa Piccinini Author
Title: MULHERES NA LUTA: AINDA TEMOS MUITOS DESAFIOS À FRENTE
Author: Andressa Piccinini
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Há 150 anos, a vida das mulheres era muito diferente: elas não podiam tomar decisões sobre seu corpo, votar ou ganhar o próprio dinhe...


Há 150 anos, a vida das mulheres era muito diferente: elas não podiam tomar decisões sobre seu corpo, votar ou ganhar o próprio dinheiro. Quando nasciam, os pais estavam no comando; depois, os maridos. O cenário só começou a mudar quando elas passaram a se organizar e a lutar por liberdade e igualdade.

Neste livro, Marta Breen e Jenny Jordahl destacam batalhas históricas das mulheres — pelo direito à educação, pela participação na política, pelo uso de contraceptivos, por igualdade no mercado de trabalho, entre várias outras —, relacionando-as a diversos movimentos sociais. O resultado é um rico panorama da luta feminista, que mostra o avanço que já foi feito — e tudo o que ainda precisamos conquistar.


Minha paixão é ler sobre feminismo. Sempre que a Companhia (e seus outros selos) lança livros ou até quadrinhos desse assunto eu sempre fico ansiosa para lê-los. Mais uma vez contei os dias pra chegada desse quadrinho na minha casa. O peguei ao meio-dia, quando fui para casa fazer o almoço e terminei de lê-lo as 13:44. Não consegui esperar para depois. 

Mulheres na Luta: 150 anos em busca de liberdade, igualdade e sororidade é um quadrinho norueguês, que trata da história do mundo. Porém, não aquela que estudamos na escola, afinal, aquela é a história contada pelo ponto de vista de quem estava no poder, ou seja, os homens. Neste quadrinho, recordamos a história do ponto de vista feminino, perpassando pelas lutas por direitos das mulheres: ao trabalho, ao voto, à educação, ao controle do próprio corpo... 

A palavra feminismo tem um novo significado nesses últimos tempos. O movimento cresceu desde 2015, e hoje, todo mundo sabe o que é e tem uma opinião sobre. Muitas meninas e mulheres se declaram feministas, mas nem todas sabem o peso dessas palavras. Muitas outras dizem não precisar do movimento, e não sabem que todas as conquistas femininas até hoje, se deveram a feministas que colocaram a cara a tapa e foram a luta em um período onde eram meros pertences do homem.

Um direito que hoje é comum, é o do voto. Uma das primeiras reivindicações feministas a ser atendida, o voto do sufrágio feminino ainda é novidade em muitos países. Em 2020 completará 100 anos nos Estados Unidos. No Brasil, apenas em 2032. Na Grécia, em 2052. Na Arábia Saudita, em 2115. A realidade é que em grande parte do mundo, há um século, a mulher ainda era propriedade do homem mais perto. Seu pai, seu irmão, seu marido. A mulher tinha pouco ou nenhum direito. Podia trabalhar em pouquíssimas funções, recebia menos que os homens, sofria assédio sexual dos colegas e patrões (coisa que acontece até hoje, mesmo tendo leis que proíbem as condutas). 

Mais recente ainda é a liberdade que foi conquistada sobre o corpo. Em muitos países, como o Brasil, essa liberdade ainda não é total. Em outros, como nos Estado Unidos, ela vem sendo ameaçada pelo conservadorismo. Direito a controle de natalidade, a utilização de métodos contraceptivos, ao aborto, são direitos recentes. Direitos que mal completaram 50 anos. E pior: em muitos países, meninas ainda são obrigadas a casar, tem suas genitais mutiladas para que não sintam prazer no momento do ato sexual, são vistas como impuras durante a menstruação... Enquanto a situação melhorou para algumas mulheres, para muitas o caminho ainda é longo e árduo. 

O quadrinho ainda traz um pequeno segmento sobre os direitos LGBTQ's. E como, por anos, as lésbicas não eram vistas como um problema, porque, para os homens no poder: "mulheres não eram capazes disso". Contando sobre Stonewall, ou como para os nazistas, era mais fácil forçar mulheres em relações heterossexuais, mais uma vez as autoras trazem uma parte da história que é esquecida pelos professores de história, deixada de lado, visto que para os que possuem o poder, é uma história desnecessária ou suja. 

Contando a história das mulheres desde quando éramos objetos, passando pela revolução francesa, o movimento sufragista, as duas guerras mundiais e trazendo os anos 60 e 70 como foco da penúltima onda feminista, as autoras também trazem pequenas biografias sobre mulheres que mudaram e mudam o mundo, como Tàhirih, considerada a primeira mártir feminista e Malala Yousefzai que lutou pelo direito a educação para milhares de meninas no Oriente Médio. 

Para quem ainda não conhece muito da história feminista, é uma ótima maneira de começar a conhecer e entender o que é o movimento e porque ele ainda é relevante e será por muitos e muitos anos a seguir. Para quem já conhece, é uma forma nova de aprender novos fatos, sobre outras mulheres que foram responsáveis por transformar o mundo que vivemos hoje, e inspirar as meninas e mulheres hoje a continuarem lutando, pois mesmo com tudo que já foi conquistado, há muito o que batalhar ainda! 



Autoras: Marta Breen e Jenny Jordahl
Tradução: Kristin Lie Garrubo
Páginas: 128
Editora: Seguinte
Lançamento: 2019


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Livro cedido pela Editora Seguinte para resenha 

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