Certa manhã, um homem acorda no chão de uma estação de trem, sem saber como foi parar ali. Não faz ideia de onde mora nem o que faz para viver. Não lembra sequer o próprio nome. Quando se convence de que é um morador de rua que sofre de alcoolismo, uma matéria no jornal sobre o lançamento de um satélite chama sua atenção e o faz desconfiar de que sua situação não é o que parece. O ano é 1958 e os Estados Unidos estão prestes a lançar seu primeiro satélite, numa tentativa desesperada de se equiparar à União Soviética, com seu Sputnik, e recuperar a liderança na corrida espacial. À medida que Luke remonta a história da própria vida e junta as peças do que está por trás de sua amnésia, percebe que seu destino está ligado ao foguete que será disparado dali a algumas horas em Cabo Canaveral. Ao mesmo tempo, descobre segredos muito bem guardados sobre sua esposa, seu melhor amigo e a mulher que ele um dia amou mais que tudo. Em meio a mentiras, traição e a ameaça real de controle da mente, Luke precisa correr contra o tempo para conter a onda de destruição que se aproxima a cada segundo.
A memória é algo que é tão importante em nossa vida, mas que não nos damos conta disso até ela falhar. Seja esquecendo um número de telefone, um endereço ou até mesmo nome daquele conhecido que encontramos ao acaso, é só nesses momentos que percebemos o quanto somos dependentes de nossa memória. E se perdêssemos ela totalmente?
Essa é a premissa desse livro de Ken Follet. Em meio à Guerra Fria, conflito indireto entre Estados Unidos e União Soviética, um homem acorda sem memória. Literalmente ele não sabe quem é ou onde está. Tudo que lhe resta são alguns reflexos pessoais, que lhe surgem facilmente.
O livro se divide entre nos contar a trama de Luke, o homem sem memória, e acompanhar seus antigos amigos e esposa. Conforme o tempo vai passando, vamos compreendendo que todos estão de alguma forma envolvidos com o que aconteceu com ele.
O pano de fundo é o lançamento de um foguete por parte dos Estados Unidos, que depois de falhar repetidas vezes, está vendo a União Soviética se isolar na corrida armamentista. O que Luke teria descoberto sobre os planos de lançamento que o fizeram abandonar tudo e correr para Washington? Como Anthony, Espeth e Billie estão envolvidos.
Com pitadas de lembranças e de velocidade, Follet nos entrega um livro rápido e intenso, onde nada é o que parece à primeira vista. Toda a trama acontece no espaço de três dias e nesse tempo duvidamos de tudo e de todos. Não sabemos quem é vilão ou mocinho. Quem é espião ou até mesmo agente duplo.
O grande trunfo do livro é que vamos entendendo a história conforme Luke começa a entender sobre seu passado e presente. Isso cria um sentimento de descoberta que compartilhamos com o protagonista. Foi uma ideia criativa e inteligente do autor, que possibilitou uma reflexão sobre como somos dependentes do que sabemos.
Contagem Regressiva é um livro para se ler em dias, de preferencia 3, onde nada é desimportante e tudo pode mudar na próxima virada de página. Um prato cheio para amantes de espionagem e reviravoltas.
TÍTULO: Contagem Regressiva
AUTORA: Ken Follet
EDITORA: Arqueiro
PÁGINAS: 320
ANO: 2018
ONDE COMPRAR: Amazon
Livro cedido pela editora para resenha.
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