A vida eterna parece ser uma obsessão dos vilões da cultura pop. Quem não lembra de cada "cara mau" de Dragon Ball buscando as Esferas do Dragão para solicitar a Sheng Long a imortalidade? Sempre me perguntei qual o prazer de viver para sempre. Teríamos muito mais tempo para conquistar nossos objetivos, mas ao mesmo tempo veríamos todos que amamos nos deixar. Talvez por isso sejam os vilões que desejem tal coisa.
Altered Carbon apresenta essa premissa da vida eterna, mas de um jeito curioso. A vida eterna é uma possibilidade real. Basta ter dinheiro para tal. E em um mundo (ou mundos) onde não se pode morrer, qual o sentido da vida? Prazer? Dinheiro? Poder? As possibilidades são infinitas. Pena que o piloto não sabe aproveitá-las.
Acompanhamos a história de Takeshi Kovacs (Joel Kinnaman), uma pessoa que foi "acordada" após 250 em um novo corpo. Em sua vida passada, ou vidas, ele lutou pelo fim da possibilidade dos mais ricos se manterem vivos através de seus cartuchos corticais, cartões de memória. Nem preciso apontar que eles perderam a luta, certo?
Agora os ricos Matuzálens vivem nas alturas, longe dos mortais terrenos, que vivem ao chão do mundo. Essa pode ser uma premissa muito bem explorada na série. Porém o foco no piloto não é esse. Me pergunto se havia um foco.
O primeiro episódio é uma grande bagunça regada a lutas e nudez. Com muito sangue e tiros, vemos que a vida é algo banalizado nesse mundo, afinal, quem realmente importa, pode voltar quando quiser. Ao mesmo tempo, acompanhamos as dúvidas do protagonista ao aceitar seu papel nesse mundo: um detetive contratado para investigar a morte de um milionário. Justamente o tipo de gente contra o qual ele lutava.
Com muito potencial e pouco aproveitamento, o piloto assusta. Não por ser ruim e apontar uma série horrível. Mas porque se o resto do show for assim, teremos uma sensação gigante de "podia ser melhor". Boas cenas de ação e tecnologia não é algo raro na televisão. Agora bons debates, são sempre bem vindos. Resta Altered Carbon dizer se irá trazer algo mais ou não.
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