O medo é o fio condutor dessa releitura de It - A Coisa, filme baseado no clássico de Stephen King e que já havia sido adaptado para as telas em 1990. Com a evolução da tecnologia e das técnicas para contar uma história, esse novo filme é uma prova de que um reboot pode ser bem vindo.
Pouco se mudou da base da história, que afinal já bem interessante. Um grupo de crianças começa a notar que o desaparecimento de outras crianças não é muito sentido em sua cidade. É quase como se os adultos apenas, se conformassem. Na busca por solucionar o mistério, o Clube dos Otários se vê em meio à algo muito maior que eles.
O elenco infantil é sem dúvida a segunda melhor coisa do filme (logo chegamos no primeiro lugar). Com escolhas acertadas, temos vários esteriótipos sendo trabalhados. O filho super-protegido pela mãe. O garoto boca-suja. O garoto perseguido por sua cor de pele e sua diferença de criação. A garota abusada pelo pai. O novato na escola que se refugia na biblioteca para fugir dos valentões. Tudo muito bem mostrado e explicado em seu tempo de tela.
É claro que Pennywise seria o ponto principal do filme. Todo o cuidado e esmero de atuação de Bill Skarsgärd foi recompensado com um dos melhores personagens do ano. Sutil, provocador e de rápida transformação, o Palhaço é capaz de se basear não naquele susto da música mais alta e do pulo da cadeira, mas da construção do medo.
Toda a trama se desenvolve muito bem, com o medo atingindo a todos de formas diferentes. O detalhe de dar um sentido aos garotos que faziam bullying foi muito interessante, para mostrar até onde pode ir o controle de It. O filme consegue ir em uma crescente até o gran finale.
It é uma produção baseada em detalhes e no medo. Não espere aquele filme de terror onde você irá pular de susto. Aqui tudo é feito para você realmente acreditar no que está acontecendo. Desde a quebra de expectativa, até mesmo o detalhe nos olhos do palhaço. Ou você não percebeu que ele está sempre olhando com um dos olhos para a câmera?
E o mais importante? A Coisa sempre volta, depois de 27 anos...
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