O Napoleão do crime. É assim que Arthur Conan Doyle define o professor James Moriarty, arquirrival de Sherlock Holmes e um dos grandes vilões da literatura universal. Não há crime em Londres, do mais banal dos roubos ao mais terrível dos assassinatos, que não tenha sua mão. Na obra de Doyle, Moriarty aparece como uma sombra: raramente o protagonista de uma história, sempre atrás das cortinas, em breves menções e alusões. Este volume reúne todas as histórias de Sherlock Holmes em que o professor dá as caras. São cinco contos e um romance que mostram a construção deste que acabaria se tornando um modelo de vilão e o personagem mais emblemático de Doyle depois do seu rival Sherlock Holmes e de John Watson.
Como já disse muitas outras vezes, Sherlock Holmes é o meu personagem literário favorito. Quer seja pela sua personalidade, quer seja pela sua inteligência, não teve nenhum personagem para mim, capaz de desbanca-lo, por enquanto.
Então, imagine a minha animação ao saber que a Editora Companhia das Letras iria lançar um livro com todos os cinco contos e um romance em que, além, obviamente, da presença de Sherlock Holmes e John Watson, ainda teríamos como base o vilão Moriarty. Foi, definitivamente, um dos livros mais esperados por mim.
Moriarty foi um personagem que pouco ao pouco foi se introduzindo na escrita de Conan Doyle. Como está bem descrito na introdução do livro, por José Francisco Botelho, Moriarty foi feito para ser o reflexo oposto de Sherlock. Alguém tão inteligente quanto, porém usando todo seu potencial para maldade. E o que acontece quando duas mentes tão brilhantes, geniais e ainda assim tão opostas se encontram?
Bem, é isso que vemos ao longo de todas as 416 páginas. E acredite, em nenhum momento esse livro fica monótono.
Os contos relatados aqui são: O problema final, A aventura da casa vazia, O caso do construtor do Norwood, O Caso do jogador de Rúgbi, Sua última mensura e o caso do cliente ilustre.
Eu já havia lido a maioria deles, porém relê-los foi gratificante por alguns motivos. Pude rever Sherlock Holmes em ação novamente, e creio que isso será algo que nem tão cedo irá me cansar. Pude também avaliar quão bem foi escrita a personalidade e influência de Moriarty, que até em pequenos relatos, exercia um poder e uma mudança drástica à situações que Sherlock enfrentava. E por fim, pude ter um complemento de leitura. Como assim? Bem, essa edição da Companhia das Letras pelo selo Penguin Companhia, traz consigo várias notas de rodapé que nos mostram o contexto histórico, explicações das traduções das palavras originais, situações similares ou contraditórias em outros contos envolvendo os personagens ou mais alguma informação que venha a agregar conhecimento. Com esse atributo a leitura ficou muito mais dinâmica e realista.
Além disso, o romance incluído nessa coletânea foi o Vale do Medo. Esse foi meu último livro lido sobre Sherlock Holmes em agosto do ano passado e relê-lo agora só fez a história ficar ainda mais emocionante. Assim como ‘Um Estudo em Vermelho’, Arthur Conan Doyle faz uso de dois momentos temporais. O presente, onde as ações de Sherlock e Watson são essenciais, e o passado, que nos explica como tudo ocorreu. Contudo, em o ‘Vale do Medo’, Conan Doyle fez uso da sua extrema arte de escrita por nos surpreender duplamente. Vale a pena a leitura.
Bem, finalizo essa resenha com o enorme incentivo para que você leia e aproveite, tanto a leitura, conhecendo mais sobre Sherlock, Watson e Moriarty, quanto pela edição, tão simples e ao mesmo tempo tão cheias de detalhes que a tornam única.
TÍTULO: O Livro de Moriarty
AUTOR: Sir Arthur Conan Doyle
EDITORA: Penguin Companhia
PÁGINAS: 416
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