O FINAL. EU COM CERTEZA NÃO ESTAVA PRONTA PARA ESSE MOMENTO
(e nem a série estava)
A Netflix é conhecida por cancelar suas séries sem um final (alguém aprendeu com a sra. NBC), mas algumas vezes ela tem a benevolência de nos dar um término. O que era pra ser um presente vem com um gosto amargo já que percebemos que muita história ainda poderia ser contada se eles dessem mais uma chance a produção. Esse é o caso de Atypical.
A quarta, e última, temporada se desenvolveu de uma forma diferente das outras. Os assuntos pesados foram trabalhados de forma mais rápida o que deu uma aparência de superficialidade ao todo. Tudo o que Atypical não costumava nos entregar. Sam começa a temporada se adaptando a morar com Zahid e repensando sua nova vida. Mas logo no segundo episódio começa uma jornal para ir a Antártica conhecer os pinguins. Do nada.
Sim, nós sempre soubemos que pinguim era a grande paixão da vida de Sam. Mas o caminho mais interessante seria ele se especializar nisso de alguma forma. Fica claro que não houve tempo na série para desenvolver esse caminho e jogaram tudo para essa última temporada. O que mais uma vez deixou tudo mal trabalhado e até um pouco bobo.
Nos trailers, eu tbm achei que a relação da Izzie com a mãe e o desenvolvimento dela e da Casey seria melhor feito. Ficou faltando mais diálogo entre elas, apesar das fofuras de momentos que elas tiveram, senti que a Casey como bissexual foi pouco trabalhada, nem teve o momento que ela contava isso pra Izzie. Outra coisa meio bosta foi deixar o Evan na série pra ele aparecer umas três vezes e só. Nem pra dar um final pra ele.
Quando retornaram com a mãe da Elsa, eu fiquei esperando mais coisa desse encontro e no fim veio uma relação meia boca na qual nem pudemos entender direito o que houve entre elas. Mais bons personagens jogados fora.
Mas nem tudo foi tristeza, a química entre o elenco salvou essa temporada. A minha sensação é que os atores têm verdadeiro carinho um pelo outro o que se reflete bem na atuação deles. As piadas como sempre foram certeiras e apesar do desenvolvimento corrido do roteiro, é visível o crescimento de cada personagem.
Tanto Casey quanto Sam aprenderam a se afirmar e fazer suas vozes serem ouvidas. Foi lindo acompanhar a confiança deles crescerem e cada um se sentindo capaz de se expor, saindo de suas zonas de conforto.
Eu sinto que foi só um final e não foi o melhor de toda essa história. Mas pelo menos tivemos um final.
TRAILER ATYPICAL
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