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Andressa Piccinini Andressa Piccinini Author
Title: NOCTURA: UMA FANTASIA SOBRE ENCONTRAR A SI MESMO
Author: Andressa Piccinini
Rating 5 of 5 Des:
No primeiro volume de uma trilogia de fantasia inspirada na cultura latina, uma ladra capaz de mudar de aparência e um príncipe herde...


No primeiro volume de uma trilogia de fantasia inspirada na cultura latina, uma ladra capaz de mudar de aparência e um príncipe herdeiro se unem para proteger o reino de uma magia perversa.

Depois de se libertar da dominação dos inglésios, o reino de Castallan não esperava passar por mais nenhuma crise. Mas Dez, o herdeiro, foi assassinado, e agora nobres e plebeus precisam aceitar que o destino do reino está nas mãos do príncipe Alfie, que passou meses fugindo de suas obrigações enquanto bebia tequila em alto-mar.

De volta a Castallan, Alfie não consegue acreditar que seu irmão morreu e, tentando provar o contrário, se depara com Finn Voy. Graças a sua habilidade de assumir a aparência de qualquer pessoa, Finn está sempre usando um disfarce para se proteger dos traumas de seu passado e de qualquer um que se meter em seu caminho.

Quando os destinos de Alfie e Finn se cruzam, eles acidentalmente libertam uma magia poderosa e antiga que, se não for detida, vai mergulhar o mundo em escuridão. Com o futuro de Castallan em suas mãos, o príncipe e a ladra terão de aprisionar essa magia obscura a qualquer custo, mesmo que, no caminho, precisem confrontar seus segredos mais sombrios.


Normalmente quando termino um livro eu sei mais ou menos qual foi meu sentimento. Nocturna foi diferente. 

Quando foi anunciado, lá no começo do ano, eu já fiquei ansiosa para esse livro. A sinopse colocava ele bem no meu estilo preferido e, por mais que ladra seja uma personagem popular atualmente em fantasias, eu admito que está sendo um clichê que ando gostando. 

Exatamente como o clichê do relacionamento entre Finn e Alfie, uma amizade que começa por motivos egoístas e que se desenvolve e torna-se uma amizade verdadeira (que pode vir a desabrochar um romance nos futuros livros). 

Agora, ao mesmo tempo que eu amo um bom clichê e isso não me tire o prazer da leitura, o que eu espero sempre de um livro de fantasia é ser surpreendida, ao menos uma vez. E isso não acontece muito bem em Nocturna.

O livro tem como protagonista o príncipe herdeiro Alfie, que retorna de uma viagem de três meses, depois do assassinato de Dez, o irmão mais velho e o que todos esperavam que seria o novo rei. Aparentemente ele é um daqueles personagens que não se importa muito com as coisas e volta após fugir em consequência do assassinato do irmão. Já do outro lado temos a Finn, uma ladra que tem o poder de moldar rostos e um passado misterioso. 

O enredo tem inicio em um jogo ilegal e daí é uma sucessão de eventos até quando libertam Sombra, uma magia escura, maligna e muito antiga que tem origem nas lendas de cultura do país. 

O livro foca bastante em magia, aventura e ação, sendo que tudo acontece muito rápido. Não há muito planejamento, Alfie e Finn decidem que vão lutar sozinhos contra Sombra e tudo é meio improvisado, como se fosse uma luta contra o tempo. 

Um dos grandes diferenciais de Nocturna é que ele tem como base a cultura latina e isso fica bem visível desde o começo do livro, principalmente com a descrição do reino de Castellan e a cidade de San Cristóbal. Não apenas isso, mas a língua da magia é em espanhol, tendo termos, palavras e até ofensas que não foram traduzidas e ficaram em espanhol como no original. Talvez aí é que começa um problema para mim. 

Primeiro, eu adoro espanhol. Foi a língua que optei estudar por anos e hoje estou enferrujada, pois me afastei dos conteúdos que me ajudavam a amadurecer. Então eu não tenho problema com essa parte. O que talvez não tenha funcionado 100% comigo é que, quando eu penso em palavras que invocam magias eu tenho a tendência em pensar em palavras criadas, ou termos em uma língua antiga. Espanhol, muitas vezes, se aproxima do português e talvez a leitura do livro traduzido perca um pouco do impacto que a autora desejou quando escreveu o livro em inglês. 

Ao mesmo tempo, quando não se tratava de uma palavra que estava invocando magia, eu adorei os termos em espanhol que apareceram durante a história. Por isso fica aquilo, muito provavelmente eu estou sendo cabeça-dura em não aceitar algo novo. Mas é a minha opinião. 

Outra coisa que tirou um pouco minha imersão foi a sequência de coincidências. Era muita coisa necessariamente importante para o enredo de Sombra relacionado ao passado dos protagonistas. O padrasto abusivo de Finn, que tem mais desdobramentos que um origami, a assassina de Dez que é a única pessoa no mundo que eles acham que pode ajudar... Tudo pareceu forçado em certos momentos, e extremamente previsível. Até o final foi bem previsível, sendo que, já tenho apostas pros próximos livros e como a autora vai carregar a história pela trilogia. 

Na minha opinião, a melhor coisa desse livro foi a relação entre Finn e Alfie. É divertido ver os dois se conhecendo e se tornando amigos próximos. Também é bem interessante para o leitor conhecer o passado dos dois personagens. O motivo que Alfie fugiu, o porque Finn acredita ser um monstro. Foi o que me prendeu a leitura, já que o enredo de ação estava me frustrando por escolhas não tão inteligentes, sendo que havia uma personagem que poderia ter os auxiliado e tornando tudo menos penoso e bagunçado. 

Também há uma evolução dos personagens principais. O que sempre é positivo dentro de uma leitura. Frustrante seria caso nada mudasse e eles continuassem os mesmos personagens após tudo que aconteceu com eles. 

Ao todo, eu gostei sim do livro. O enredo é um pouco previsível, mas no fim, os personagens são o  que me prenderam na história e tenho curiosidade de ler mais sobre esse mundo (e conferir se minhas apostas estão certas em cheio).  A escrita é muito boa e fluída, fazendo que a leitura seja rápida. Acredito que possa vir a funcionar melhor ainda caso você não seja tão apaixonado por fantasia como eu e não saia prevendo tudo que vai acontecer. Mas, ainda sim, é uma leitura válida, com representatividade e influenciada por uma cultura rica e multicolorida. 


Autor: Maya Motayne
Tradutora:  Flávia Souto Maior
Páginas: 480
Editora: Seguinte
Lançamento: 2019

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Livro cedido pela Editora Seguinte para resenha

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