Tudo começa na noite de Ano Novo. Uma doença
se alastra rapidamente. Em questão de semanas, a rede elétrica para de
funcionar, as leis e o sistema de governo entram em colapso e mais da metade da
população mundial é dizimada.
Enquanto a ciência e a tecnologia perdem
influência, a magia cresce. Por toda parte, pessoas descobrem em si poderes que
jamais imaginaram. Alguns procuram fazer o bem, como Lana e o namorado, Max,
mas a súbita onda de poder também deturpa mesmo aqueles que pareciam
incorruptíveis.
Fugindo das autoridades que patrulham as ruas
devastadas, Lana e Max resolvem deixar Nova York e rumar para um lugar seguro.
Outros viajantes também seguem esperançosos: Chuck, um gênio da tecnologia que
mantem o bom humor em um mundo off-line; Arlys, uma jornalista que insiste em
buscar e registrar a verdade; Fredinha, uma jovem com habilidades
fluorescentes; Rachel e Jonah, uma médica e um paramédico determinados a
proteger uma mãe e seus três bebês recém-nascidos.
Em um mundo em que cada estranho no caminho
pode representar a morte ou a salvação, uma profecia ancestral é capaz de
transformar a vida de todos os sobreviventes.
O fim chegou. O início é o que vem agora.
Eu ainda não tinha visto a Nora escrever
livros sobre o Apocalipse, e mais doido, o apocalipse que tem como consequência
a magia retornando. Então não posso me basear em outros livros dela, mas o que
eu posso dizer é: eu amei! Toda a ação, o suspense dos primeiros capítulos,
tudo foi bem construído.
A história começa nos mostrando como a
doença, que seria conhecida como Catástrofe, chegou ao nosso mundo. A doença
chegou de fininho, através de um descendente de escoceses e lendas antigas do
país. É um começo que evoca o medo e o perigo. Assim, segue a história para nos
ir mostrando os personagens principais, que irão sobreviver a Catástrofe, além
de serem fugitivos num mundo que se tornou sombrio e perigosamente maligno.
Através da doença que se espalhou pelo mundo,
matando bilhões globalmente e reduzindo a humanidade a pouca coisa, o que
sobrou dos seres humanos começou a se dividir, entre seres com magia, e seres
humanos comuns. Mas pior ainda, a própria humanidade começou a se dividir ainda
mais, entre pessoas boas, que só querem se esconder em um local seguro para
passar pelo caos e esperar tudo se acalmar, e também vê se consegue ajudar a
quem pode, e em pessoas, que já era malignas antes, usando do caos do planeta
para cometer atrocidades.
E é nesse cenário em que um nerd hacker, uma
jornalista, uma fadinha brilhante, um paramédico e uma médica, uma grávida
prestes a parir gêmeos, e um casal de bruxos poderosos são jogados nesse
caótico cenário mundial e têm que lutar pela própria sobrevivência. E nesse meio, o
senhor que começou com isso, ouviu uma profecia antiga, em que uma criança que
nasceria em meio a doença, seria a cura e a chance desse mundo em guerra se
salvar.
Em Ano Um nós vemos uma história em que é ao
mesmo tempo introdutória, de como a doença se espalhou e a humanidade
sobreviveu, de como tentou se organizar mesmo em pequenos grupos, mas também
cheia de ação e perigos, ao ver como o Max e a Lana escaparam por pouco da
morte ao fugir de um grupo de Rapinantes (humano, e às vezes humanos com magia
que caçam por diversão outros seres humanos, mágicos ou não). E do perigo que a
Rachel e o Jonah passaram, ao proteger a Katie, os dois filhos biológicos, e a
bebê recém nascida que ela acolheu como filha, e dos momentos de tensão em que
a Arlys e a Fredinha se meteram para conseguir chegar ao Chuck e fugir.
Dentre as pessoas no grupo principal, tem 4
pessoas com dons especiais: Jonah, Fredinha, Lana e Max. Jonah sabe quando
alguém está condenado a morte, ou está cheio de vida, as vezes o levando a ter
visões tenebrosas, Fredinha é uma fadinha luminosa e Max e Lana são bruxos.
E até esses grupos se reunirem, não foi um
caminho fácil. Lana e Max acharam o irmão perdido do Max, mas mesmo já
relativamente seguros, a magia negra seguiu o casal sorrateiramente na sombra, os
levando a fugir, e acabando indo para no assentamento que estava montando em
uma pequena cidade no interior dos EUA, pelo nosso grupo anterior, formado pela
Arlys, Fredinha, Chuck, Rachel, Jonah, Katie e bebês. Todo mundo passou por
poucas e boas pra conseguir se juntar, abrir uma cidade pequena, e assim dar
acolhimento a quem precisar.
O plot que gostei muito mais de ler foi o do
Jonah com a Rachel e a Katie, não sei por que, e olha que amei de todo o
coração a Lana.
O interessante dessa nova trilogia é que a
Nora colocou mais personagens, com mais plots, e com mais histórias, e no final
acabou que a gente vai ver a história se desenrolar de 2 pontos distintos. Ao
menos eu acho. Enquanto a garota enunciada pela profecia estava para vim ao
mundo e ajudar a selar uma guerra antiga, quanto da parte do grupo sobrevivente
dos sobreviventes na nova cidade fundada pelo nosso grupo. Guiada pela visão
boa dos principais.
E olha, se no começo já não tivesse tanta
ação, do meio para o final, em que a gente poderia achar que estaria tudo
ocorrendo bem, o mundo explode de novo, por que né, nem todo mal dura para
sempre, assim como nem todo o bem perdura. E do meio pro final, foi tanta coisa
doida, tanta ruindade, ainda que entremeada com ações tão fantásticas, que sei
nem descrever. O plot twist final, com o Sam foi muito bom, ainda que um pouco
apressado.
A única crítica que tenho que fazer a autora
é que ela continua com o problema de que em alguns momentos fica um pouco
confuso os diálogos, e a gente acaba sem saber de quem é a fala, e tendo que
voltar um pouco, mas essa é uma crítica que eu faço a ela de um modo geral nos
livros da Nora.
Ano Um é uma história de apocalipse, a qual
tem essa veia humana, em que mostra não apenas o terror de um apocalipse jogado
nas suas pernas, do nada, em que você não tem sequer um aviso prévio, e assim,
vê o pior do pior da humanidade, ao mesmo tempo em que vê os relances do melhor que
nós temos, ao ajudar o próximo, mesmo que em um mundo caótico.
E é também o que a história quer passar: que
mesmo no pior momento, ainda podemos contar com o que nos define, que ser
humano e ajudar ao próximo, as vezes sem ver a quem.
A Crônica da Escolhida é uma trilogia que já
estou ansiosa para o segundo livro, De Sangue e Ossos, estrear aqui no Brasil,
por que o final de Ano Um foi tão fantástico quanto “preciso do próximo para
ontem!”.
AUTOR: Nora Roberts
TRADUTOR: Simone Reisner
EDITORA: Arqueiro
PÁGINAS: 400
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