No futuro a Sociedade
escolhe:
Onde você mora. O que
você come. Onde você trabalha. Como você se diverte. Com quem você se casa.
Quando você morre.
Cassia tem absoluta confiança na
escolhas da Sociedade. Ter o destino definido pelo sistema é um pequeno preço a
se pagar por uma vida tranquila e saudável, um emprego seguro e a certeza da
escolha do companheiro perfeito para se formar uma família.
Ela acaba de completar 17 anos e
seu grande dia chegou: o Banquete do Par, o jantar oficial no qual será
anunciado sem companheiro. Quando surge numa tela o rosto do seu amigo mais
querido, Xander – bonito, inteligente, atencioso, íntimo dela há tantos anos –,
tudo parece bom demais para ser verdade.
Quando a tela se apaga, volta a
se acender por um instante, revelando outro rosto, e se apaga de novo – o mundo
de certezas absolutas que ela conhecia parece se desfazer debaixo dos seus pés.
Agora, Cassia vê a Sociedade com
novos olhos, e é tomada por um inédito desejo de escolher. Escolher entre
Xander e o sensível Ky, entre a segurança e o risco, entre a perfeição e a
paixão. Entre a ordem estabelecida e a promessa de um novo mundo.
Um país onde um sistema te induz
a acreditar que não fazendo escolhas como o que você janta (pois a Sociedade
produz a sua comida ideal para o seu corpo, com todo o carboidrato e proteína
necessária) ao seu parceiro para a vida toda (visando melhores casamentos e
filhos) nunca pode ser bom.
Mas as pessoas, pelo menos a
maioria, aceita de boa, e contribui com a Sociedade, uma sociedade que é
dividida, tem os que nunca cometeram nenhuma infração, e contribuem diariamente
com o sistema, indo trabalhar e etc, até os que cometem algo, e os que fazem
algo seríssimo, acabando sendo expulsos e indo viver nas terras livres ao
lado de outras Aberrações.
E a Cassia é uma das pessoas que
contribuem feliz com isso, e está bastante ansiosa para o dia que irá saber com
quem vai passar o resto do da vida. Quando chega o dia, ela está nervosa e
ansiosa, e ao ser chamada, o anuncio de seu futuro marido demora um pouco mais
que o normal, já a deixando alerta, até que ela e o Xander são designados um ao
outro e a Cassia relaxa.
Mas ao chegar em casa, e abrir as
informações dadas sobre o Xander, a mesma achando até engraçado, pois os dois
se conhecem bem o suficiente desde pequenos, por uns segundo aparece a imagem e
informações sobre outro garoto, que ela também conheceu quando criança, o Ky,
que por um erro dos pais, foi taxado de aberração, mas conseguiu, quando
criança, ir morar com os tios e foi criado por eles, mesmo sendo um paria por
si só. Cassia entra em choque, por motivos, pois ela nunca viu a Sociedade
errar tanto.
Com isso, a bola de neve começa a
se formar na historia. A Cassia não consegue esquecer essa informação, e
pequenas atitudes de outras pessoas começam a dar a ela a necessidade de
questionar o por que de tudo, absolutamente tudo na sua vida, tem que ser previamente
escolhido pela Sociedade, e você nunca pode escolher nada.
A Cassia começa a interagir mais
com o Ky, mesmo sem falar sobre aqueles segundos em que ele foi designado como
seu par, e aos pouquinhos começa a se apaixonar pelo mesmo, e a necessidade de
questionar tudo vai crescendo exponencialmente dentro dela. E os pequenos atos
de rebeldia, até mesmo do Xander, o tão porto seguro dela, cometeu um pequenino
ato, a deixam necessitada de mais respostas, com a necessidade de se aproximar
ainda mais do Ky.
Os pequenos atos de rebeldia são
uma das melhores coisas do livro: o avô da Cassia, que se recusou a morrer nos
termos da Sociedade, o pai dela, que ajudou o próprio pai, o Xander, ajudando
uma amiga, e a própria Cassia, com os atos, os quais a levam a necessitar ir
contra a Sociedade.
Por exemplo, na Sociedade atual,
se exclui a futilidade, desde a música a literatura. Para tentar salvar o que
interessa, para o povo surgir mais forte, o sistema selecionou 100 musicas, 100
livros e assim foi, de cada parte da Arte, mas, como alguns cidadãos tem o
direito a algum artefato da sociedade prévia ao novo sistema, a Cassia tem um
que se usava para maquiagem, que pertencia a bisavó dela. E foi onde o avô dela
escondeu dois poemas escrito a mão, por anos, e que não fazem parte dos 100
poemas escolhidos. E nessa nova era, a nova geração não sabe como escrever,
apesar de saber ler, pois eles só digitam em terminais de computadores e nunca
em papel.
E o Ky, por ter vivido uma parte
da vida entre os povos que vivem a margem da tão utópica sociedade, sabe como
escrever, é sonhador e questionador, inflando os mesmos sentimentos na Cassia.
Assim, a menina começa a entrar em dúvida entre a segurança que a Sociedade
supostamente oferece, e a liberdade que o Ky exala.
A historia te instiga junto com a
Cassia, para que ela se liberte das amarras do que a Sociedade ofereça e veja o
quão errado é tirar o seu livre arbítrio, de escolher tudo. Nenhuma sociedade
funciona por muito tempo no sistema utópico perfeito. Em algum momento ela
desanda até quebrar. Então, o livro te leva para esse lado, que mostra que
mesmo uma sociedade que vende uma ótica de perfeita, ela não é, tem falhas, e
que ela irá fazer de tudo para proteger esse sistema. Foi uma história
intrigante de ler.
AUTOR: Ally Condie
TRADUTORA: Lívia de Almeida
EDITORA: Suma de Letras
PÁGINAS: 247
Livro cedido pela editora para resenha.
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