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A estranha e inesquecível odisséia de Roland de Gilead em busca da Torre Negra continua. No quarto volume da série imaginada por Stephen King, novos perigos ameaçam o ka-tet de Roland - formado por Jake, Eddie Dean, Sussanah e Oi.
Mago e Vidro retoma a eletrizante narrativa interrompida em As Terras Devastadas. Depois de enfrentar a terrível ameaça do monotrilho Blaine, o último pistoleiro e seus seguidores desembarcam na cidade de Topeka, no Kansas, e retomam o caminho do Feixe de Luz que conduz à Torre Negra. Roland revela então aos companheiros a história de seu passado, e a trágica perda de seu grande amor de juventude, a bela Susan Delgado.
Prosseguindo em sua jornada, o ka-tet chega a um palácio de vidro verde onde encontra ninguém menos do que o antigo nêmesis de Roland: Marten Broadcloak, conhecido em alguns mundos como Randall Flagg, em outros como Richard Fannin, e em outros ainda como John Farson, o Homem Bom. E Roland e seus companheiros descobrem então uma pavorosa verdade sobre o passado do pistoleiro...
Inspirada no universo imaginário de J.R.R. Tolkien e no poema épico do século XIX "Childe Roland à Torre Negra Chegou", A Torre Negra mistura ficção científica, fantasia e terror numa narrativa que forma um verdadeiro mosaico da cultura popular contemporânea.
A vida é uma constante relação de memórias e expectativas. As lembranças do que passou se mesclam com os objetivos futuros. Não podemos mudar o que já aconteceu, da mesma forma que podemos ser surpreendidos pelo futuro. No fim, nos resta o presente, que por vezes deixa um gosto amargo de falta de propósito. Roland possui um propósito, assim como seu ka-tet, mas ele também é assombrado por seu passado.
Esse livro se aprofunda em uma área que sempre foi de muita curiosidade para os fãs da Saga da Torre Negra, a história do Jovem Roland. Como ele se tornou o homem que é hoje e como sua busca pela Torre se iniciou. Já havíamos acompanhado como ele tinha conseguido se tornar um Pistoleiro com apenas 14 anos, mas ainda havia, e ainda há, muito o que se descobrir.
O livro é dividido em 3 partes muito bem definidas. Começando exatamente de onde o livro anterior se encerrou, com a disputa das adivinhações com Mono Blaine. A seguir, temos uma viagem ao passado, com Roland contado a história de seu primeiro amor. Por fim, um rápido embate com o Mago, que possui uma história com nosso protagonista.
A maneira escolhida para trabalhar essa longa história foi a melhor possível. Talvez o único defeito desse livro é que ele eleva o nível da Saga à um patamar que parece impossível de alcançar. A trama é fluída e nos prende a cada passo. É muito interessante notar a evolução de autor que Stephen King teve durante a produção dessa grandiosa história.
Talvez a parte menos interessante tenha sido a vitória sobre Blaine. Com uma reviravolta partindo de Eddie, a lógica humana consegue vencer o maligno trem e com isso os tirar de uma jornada que parecia fadada à tragédia. Uma vez em Topeka, eles se vêem em outro Mundo, onde uma supergripe acabou com a vida.
King consegue então nos passar uma dor e nos fazer pensar em como seria um mundo completamente diferente do que conhecemos. Desde times com nomes diferentes, até as marcas. A passagem, perdida antes da longa história de Roland, parece servir como um último fio cortado que separa os Nova Iorquinos de seu mundo.
Sobre a trama de Hambry, a cidade para onde Roland, Alain e Cuthbert foram enviados para escapar de Gilead, temos diversas características que constroem uma narrativa própria. Podia muito bem ser um livro completamente separado, tamanha grandiosidade da história. Novos personagens que se relacionando com o passado e com o futuro do Pistoleiro.
A cidade de
Hambry tem seus segredos, quase todos relacionados ao
Homem Bom,
John Farston, e
Roland e seus amigos caem de paraquedas no meio do problema. A presença de
Eldred Jonas e seus
Caçadores do Grande Caixão conseguem piorar ainda mais a crise. Quer mais um problema?
Susan Delgado.
"Se me ama Roland, então me ame"
- Susan Delgado
A bela garota, que havia sido prometida como Concubina do prefeito, se vê apaixonada por Roland e ele por ela. Em toda essa grande teia de intrigas, temos ainda Rhea de Cöos, a velha bruxa da região. Ao longo das páginas, King consegue nos transportar para a pequena cidade e para seus problemas.
O que mais me marcou no livro, foi a intensidade da relação de Roland e Susan. Você entende o amor deles, de tão palpável que ele é. Se torna curioso como um dos maiores autores de terror consegue contar tão bem uma história de amor. Talvez já prevendo seu fim trágico...
Vemos como Roland perde seu brilho, sua alegria e se torna o homem que iremos conhecer na Saga. O Arco-Íris do Mago lhe dá suas escolhas e ele escolhe a Torre. Como sempre fará. Para completar, até então, essa jornada ao passado, temos ainda um última viagem, para compreendermos enfim a relação de Roland e sua Mãe.
O livro se concluí com o rápido embate com o
Mago no Palácio de Cristal. Com um festival de referências à
Alice no País das Maravilhas, King encerra seu maior livro até aqui na jornada da Torre Negra. Uma história que nos apresenta a dor de Roland, mas que também nos coloca no seu lugar e cria a pergunta: se você tivesse que escolher entre o amor da sua vida ou salvar toda a existência, o que faria?
TÍTULO: Mago de Vidro
AUTOR: Stephen King
TRADUTOR: Mário Molina
EDITORA: Suma de Letras
PÁGINAS: 816
ANO: 2012
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