Perto de uma mansão isolada, existia um maravilhoso jardim.
Nele cresciam flores exuberantes, árvores frondosas... e uma coleção de
preciosas “borboletas”: jovens mulheres, sequestradas e mantidas em cativeiro
por um homem brutal e obsessivo, conhecido apenas como Jardineiro. Cada uma
delas, identificada pelo nome de uma espécie de borboleta, tem, então, a pele
marcada com um complexo desenho correspondente.
Quando o Jardim é finalmente descoberto, uma das
sobreviventes é levada às autoridades, a fim de prestar depoimento. A tarefa de
juntar as peças desse complexo quebra cabeças cabe aos agentes do FBI Victor
Hanoverian e Brandon Eddison, nesse que se tornara o mais chocante e perturbador
caso de suas vidas. Mas Maya, a enigmática garota responsável por contar está
historia, não parece disposta a esclarecer todos os sórdidos detalhes de sua experiência.
Em meio a velhos ressentimentos, novos traumas, e o terrível relato sobre um
homem obcecado pela beleza, os agentes ficam com a sensação de que ela esconde
um grande segredo.
Que livro louco! Parecia que um dos piores casos, um dos
mais sórdidos, que o publico nunca viu, de Criminal Minds, tomando forma na
leitura desse livro.
Uma historia onde você já começa sem saber o que está
acontecendo, além do fato de que a Maya esta numa sala de interrogatório do
FBI, com um dos braços enfaixados, e com parte de uma tatuagem aparecendo pelas
mangas da blusa, com os agentes que estão prestes a interroga-la, do outro lado
do vidro. É a partir dessa cena que vamos ser apresentados a uma historia
bastante cabreira e insana. Que dá vontade, quando se termina, só de matar meio
mundo de psicopatas.
Os personagens são totalmente cativantes. O Victor é pai de
três meninas e conduziu a entrevista com a Maya inteira, e eu adorei a
interação dos dois, foi uma coisa de louco, por que fluiu de uma maneira fofa
até, já o Brandon é solteiro, e a Maya pegou no pé dele varias vezes, e nessas
vezes foi o alivio cômico de uma historia completamente pesada. Torci muito
durante o livro para que uma amizade perdurasse entre o Victor e a Maya, ao
final da historia, por que a ligação dos dois foi fantástica.
Além da relação da Maya com as meninas dentro do Jardim, que
também é uma coisa linda de se ver, que se fortaleceu com toda a circunstância.
Depois que a garota que a recebeu atingiu o tempo máximo de estadia no Jardim,
os tão temidos 21 anos (pois o Jardineiro pegava garotas a partir de 16 anos,
para fechar o tempo de 5 anos dentro do local), e foi assassinada e colocada
dentro de um vidro com resina, para preservar o corpo, ela assumiu o posto de líder
e amiga das meninas e futuras garotas sequestradas. E a grande maioria das
garotas a tudo, praticamente, para ela recorria. Mas ainda assim, existia uma
divisão, pois tinha garotas raivosas, as que se subjugavam ao Jardineiro, para
ver se tentavam sair com vida, e assim ia.
“Borboletas de
verdade poderiam escapar. As Borboletas do Jardineiro só poderiam cair, e ainda
assim raramente.”
A historia do Jardim, das meninas, e do relacionamento do Jardineiro
com elas ao longo da historia é de deixar você completamente enojada. O cara realmente
acredita que está fazendo o bem para as meninas, ao oferecer “amor” (na cabeça
dele), comida, e “casa”. Por que vê bem, você é sequestrada, descobre que tá
num Jardim, a prova de fugas aparentemente (ou assim dá pra se entender ao
longo da historia), e você vai receber uma maldita tatuagem de asas de
borboleta que cobre suas costas e um novo nome, além de ser estuprada ao longo
do tempo que você estiver no local (caso você não dê problemas com relação ao
processo da tatuagem, ou sofra algum acidente, ou acabe se matando), mas para o
Jardineiro, você está recebendo amor. Tá tudo muito certo.
E ao longo da narrativa, a gente descobre que o Jardineiro
(a gente só descobre o nome verdadeiro dele no final, o qual não irei revelar)
tem dois filhos: um completamente psicopata, que adora machucar as garotas, e
outro que é normal, mas que durante bastante tempo, depois de descobrir toda a
historia do Jardim, decidiu ficar calado, pela “honra” da família, e pela mãe,
que acabaria realmente tendo um colapso se descobrisse sobre tudo.
Enfim, a historia é dividida entre a sala de interrogatório
e o Jardim, quando a Maya passava para o espaço, ao narrar para os agentes
depois das perguntas, que o Victor soube muito bem como comandar. Foi
interessante ver essa jogada do passado e presente. Em como a Maya soube dá
todas as informações, sobre o Jardim, o próprio passado, deixando o leitor
tenso por mais respostas, e desconfiado dela desde o começo. Principalmente por
que a própria Maya não contou tudo do próprio passado, e dava todas as
informações do Jardim pingadas, então você poderia muito bem desconfiar que ela
acabou entrando em uma síndrome de Estocolmo, e ajudava o jardineiro.
A autora deixou o suspense maravilhoso no ar, você fica
morrendo para descobrir como acharam o Jardim, quem é verdadeiramente a Maya,
como estão as garotas, se vai acabar tudo bem, e por que tudo mudou, já que os
sequestros rolavam a mais de 30 anos, e nunca tinham descoberto nada, e nem
ligado os desaparecimentos. Isso por que rolava boatos de que uma garota já
tinha escapado do Jardim.
A historia é pesada, fiquei doente com o ser humano, como
algumas vezes já aconteceu ao terminar um episodio de Criminal Minds, e você só
quer ver algo fofo depois de terminar o livro, ao mesmo tempo em que ele prende
na narrativa, te impedindo de sair antes de descobrir tudo que está
acontecendo, e saber o final.
Título: O Jardim das Borboletas
Autor: Dot Hutchison
Editora: Planeta
Páginas: 304
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