Narcos não é uma história sobre Pablo Escobar, é uma história sobre a luta incessante contra as drogas. Parece curioso que em pleno 2017 ainda achemos que o combate armado seja a solução nesta Guerra, mas nos anos 90, parecia ser o único caminho.

O desenvolvimento da série até chegar nesse ponto foi fluído e perfeito, afinal não é porque um chefão do crime caiu, que outros não irão surgir. Esse é o problema da Guerra contra as Drogas, sempre terá um novo chefão. E não será possível negociar com eles.
O foco do terceiro ano da série foi o Cartel de Cali, que assumiu grande parte do poder deixado pela queda de Escobar. Liderado pelos irmãos Miguel e Gilberto Rodriguez, esse cartel parecia muito mais organizado e pronto para controlar o mundo das drogas, diferente do passional Pablo.
Se os primeiros episódios da temporada seguem um rumo meio lento e perdido, deixando a sensação de que a série não irá conseguir superar Escobar, tudo se transforma após a prisão de Gilberto. A caçada do DEA sobre ele e sua família ameaça seu plano de aposentadoria e com isso vai criando problemas em uma escala quase incontrolável.
É claro que os problemas não estavam somente na lei. Nem todos os traficantes que trabalhavam para Gilberto queriam essa aposentadoria. Além disso, ver o cabeça preso gerou uma onda de terror muito bem representada. Havia sangue na água e os tubarões atacaram.
Sem dúvida o personagem que teve uma evolução mais palpável foi Miguel Rodriguez. A partir do momento que se viu livre da sombra do irmão, ele pode agir como um líder e tomar as decisões difíceis, mesmo que elas fossem de encontro com os planos originais.
A traição de um membro do Cartel é sempre algo interessante de se ver. Sempre me perguntei como um chefe do crime consegue manter a lealdade de todos os seus homens. O medo é uma força muito volátil, se pressionar de mais ou de menos ele pode virar contra você, como aconteceu.
Uma das melhores coisas da temporada foi seu final. A falha do sistema é algo conhecido de todos, mas ainda estamos acostumados a ver a fé does membros da lei em suas obrigações. Quando esse sistema falha, ou você se conforma ou trabalha com o que pode. Foi isso que Penã fez. Ele pode não ter acabado com as drogas na Colômbia, mas conseguiu destruir os planos de alguns chefões e engravatados.
Por mais que quiséssemos ver o protagonismo de Pedro Pascal, nessa temporada Javier Peña esteve um pouco de lado. Os outros membros do DEA não demonstraram força para segurar a série, que acabou sendo ainda mais focada nos "caras maus". Com sua despedida no fim da temporada, a Netflix já anunciou dois novos protagonistas para o próximo ano.
O que ficou de lição nessa temporada é que Narcos pode ser uma das séries mais duradouras da Netflix, sem depender de nenhum personagem em específico. A realidade sempre vai fornecer novos materiais para a ficção trabalhar. E agora os fãs sabem, existe vida sem Escobar.
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