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Title: [REVIEW] THE OA - PRIMEIRA TEMPORADA
Author: Anônimo
Rating 5 of 5 Des:
“Existir é sobreviver a escolhas injustas.” The OA chegou para reafirmar que a Netflix não brinca em serviço. Com pouquíssima di...

“Existir é sobreviver a escolhas injustas.”

The OA chegou para reafirmar que a Netflix não brinca em serviço. Com pouquíssima divulgação e um amplo leque de assuntos importantes sendo tratados, a série chegou ao catálogo na surdina para entrar na minha lista dos melhores lançamentos do ano. The OA foi feita para te fazer questionar e, se isso te levar a uma crise existencial a cada final de episódio, você está fazendo isso direito.

É difícil de descrever. Por muito tempo nos deixa com aquela tela azul ligada no cérebro. Em certos momentos quando tudo começa a fazer sentido é que você percebe que se perdeu novamente. Mesmo que reste o sentimento de que não entende, no fundo, de certa forma, há uma compreensão. E a forma como tudo é exposto, é linda. Esse parágrafo confuso se trata não apenas da série, mas a um dos principais tópicos a que ela se refere: a relação entre a vida e a morte. Tem assunto mais incógnito que esse?


O foco dividido entre dois grupos, em duas linhas temporais. Primeiro temos a história que é contada por OA, sobre os anos em que foi prisioneira e cobaia de um experimento cientifico, a descoberta dos cinco movimentos e o mais importante, o quanto a morte foi essencial para unir os prisioneiros. Mostrando que, ironicamente, foi ela que os manteve vivos. Ali a morte era usada como escapatória, pois a exploração do limbo os aproximava da conquista dos Movimentos, os aproximava da liberdade. Todos desejavam a morte, não de modo que ela desse fim a suas vidas, mas que a partir dela pudessem encontrar os meios para começar uma nova.

O que falar dos Movimentos, que a principio pareciam se tratar de cenas absurdas e até cômicas, mas que vão se tornando de uma beleza incomum a medida que passamos a compreender sua importância? Os atores os interpretavam de forma tão verdadeira colocando tanta emoção em sua expressão como se realmente acreditassem que aquela coreografia fosse salvar uma vida. Não sei em qual momento, mas eu também passei a acreditar. 


Temos também o momento atual de OA e sua readaptação à vida considerada normal depois de ser liberta do cativeiro. O problema é que ela preferia voltar ao local onde era mantida presa já que, apesar de ter pais adotivos que, mesmo sem sucesso se esforçam muito para tentar compreende-la, foi com a família do cativeiro que conseguiu desenvolver uma conexão tão forte que transcende o plano físico. E, além disso, não é mais essa vida que ela almeja. Após sobreviver a tudo aquilo e ter acesso àquele tipo de conhecimento, era compreensível que não fosse fácil se contentar com a normalidade, especialmente uma que lhe resumia a uma pessoa dependente e impotente.

Se pararmos para pensar o segundo grupo, que ela criou em sua busca de completar sua missão, não é tão diferente assim de sua família no cativeiro. Ambos os grupos se tratavam de pessoas desesperançosas seja com a própria vida ou com a situação de aprisionamento, com talentos e com a urgente necessidade de um escape. Para que pudesse compartilhar sua história, ela acabou criando um espaço seguro para os seus 5 escolhidos e, no decorrer da série, a medida que a historia de OA ia ganhando significado em suas cabeça, quando passaram a acreditar e confiar nela, eles começaram a mudar os próprios comportamentos diante da própria vida mesmo que ela nunca tenha dito ou feito nada diretamente a respeito disso.

E mesmo que nada seja verdade, The OA conta a trajetória de uma mulher, uma sobrevivente, que passou sete anos em cativeiro e que usa a experiência de seu trauma para unir e ajudar um grupo disfuncional de pessoas que passam por momentos difíceis em suas vidas e que precisavam de apoio para restaurar a fé em si mesmos. Em todos os casos, essa é a essência da história que ao ser contada utilizando meios abstratos e surreais, se torna ainda mais bela nos fazendo refletir sobre o significado da vida e da morte.

PS¹: Vocês acreditam na OA?
PS²: Mas o que diabos o terapeuta fazia na casa dela?
PS³: Manter o final subjetivo e finalizar a série ali mesmo ou renovar pra segunda temporada e mexer com a história? Oh, dúvida cruel.
PS4: Ainda esperando a Netflix postar o vídeo tutorial dos 5 Movimentos no YouTube. 
24 Dez 2016

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