Title: [REVIEW] HOW TO GET AWAY WITH MURDER - S3E01: WE'RE GOOD PEOPLE NOW [SEASON PREMIERE]
Author: Lara Séphora
Rating 5 of 5
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A síndrome de Estocolmo é caracterizada por um estado psicológico em que uma pessoa, submetida a um longo período de intimidação, passa...
A síndrome de Estocolmo é caracterizada por um estado psicológico em que uma pessoa, submetida a um longo período de intimidação, passa a construir laços afetivos com seu agressor - tenho certeza que dentre todas as voltas desta FALL uma das que você mais esperou foi How to get away with murder, estou certa?
Depois de duas temporadas, temos um modelo consolidado de sequências: vamos nos deparar com uma vítima desconhecida que só será revelada nos próximos episódios. Esse homicídio em particular ocorre dois meses depois do tempo presente e é a base do clímax da temporada. Parece uma daquelas equações que sempre resultará em Annalise se ferrando (a casa dela estava literalmente pegando fogo) e arranjando um jeito estupendo de sair por cima de qualquer situação (vamos esperar ansiosamente para descobrir como).
Sabemos que trair a chefe é uma coisa feia e a falta de maniqueísmos tão presente na série não recaiu sobre o Frank. Ele definitivamente é o inimigo nº 1 do Estado e o mais preocupante: não sabemos quais as reais intenções dele. Se devemos manter nossos amigos próximos e nossos inimigos mais perto ainda, não sabemos dizer se existe uma distância segura com relação aquele meliante de alta periculosidade. A Laurel, que ainda não sabe exatamente como se sente (apesar de JURAR não perdoá-lo pelo que fez ao Wes e dizer a Annalise que está com ela), é uma das maiores provas que o Frank não só tem armas físicas, mas também emocionais, prontas para desestabilizar complemente o grupo.
Não que ele precise fazer muito esforço para isso. Depois de uma saga de desventuras em série o Keating Five se encontram esgotados, rebaixados e extremamente desmotivados. Cada um, a sua maneira, manifesta a destruição que passou por suas vidas: seja a pobreza do Asher ou os surtos histéricos da Michaela ou mesmo a desgraça coletiva nas notas de todos. Eles não são mais os mesmos, toda tristeza, toda culpa que carregam os mudaram completamente (sinto que essa colocação merecia alguma piadinha ou trocadilho com o sugestivo título do episódio).
E por falar em mudanças o que foi aquilo com o Oliver? Precisa de muita coragem para terminar com o Connor daquela maneira principalmente porque ele está lindíssimo com aquele cabelo. Bem da verdade, eles sempre serão o casal mais maduro e apaixonado da série. Walsh estava completamente dependente do rapaz e em vários aspectos aquilo poderia se tornar um tipo de relacionamento abusivo. Ele estava completamente anestesiado com a vida, estava vivendo através do Oliver, que tinha acabado por se tornar não apenas seu ponto de equilíbrio emocional, mas também a própria coerência em sua vida. A decisão de Oliver não foi o melhor para ele, mas sim para o Connor – isso sim é definitivamente um grande gesto de amor.
Por falar em casais, Wes arranjou uma nova namorada que só conhecemos o nome. Tudo bem. Eu realmente acredito que ela exista, porém não sei lidar muito bem com essa rejeição a Laurel. Também não acho que ele é a melhor coisa pra ela, porém acredito que, nesse momento, os dois têm as mesmas feridas, causadas pelas mesmas pessoas, seria um gesto bonito se ajudarem mutuamente. O que não é, nem de longe, o que rola entre o Asher e a Michaela. Acredito que os dois sejam apenas fogo de palha e esse negócio só começou para chocar, não tem nem como dizer que isso logo mais vai terminar, porque eles não significam absolutamente nada. Já Annalise e Nate, o casal 2002, que fazem churrasco no quintal e se revesam para fazerem massagens (juro que quem fala agora não é minha repulsa natural ao Nate): eles não me descem, é uma espinha atravessada na minha garganta. Não digo que os dois deveriam se odiar, mas garanto a vocês que não é possível materialmente falando que exista razoabilidade num relacionamento desses, para mim, é um pouco assustador saber que apesar de tudo que eles passaram eles fiquem de boas se amando oh, transinha milagrosa que sara tudo.
Pois bem, a season premiere não foi tão surpreende e eletrizante quanto poderia, bem sabemos que a série em si é polêmica e impactante, que trabalha muito bem com psicológico dos personagens – o que mexe intimamente com os telespectadores - e bom, pelo estado atônito da Annalise ao ver o corpo do flashforward, tenho certeza que essa temporada vai nos lembrar o motivo de ser cativos tão dóceis as garras inescrupulosas desse drama.