“How do you
catch a cold?”
Todo mundo sempre tem aquelas séries em que o principal
motivo por trás da vontade de assistir é o fato de ter um ator/atriz que esteja
em seu coração. Às vezes você acaba se interessando também pelo plot – como foi
meu caso com Almost Human e Forever – ou então só continua assistindo por um
membro do cast – lê-se Under the Dome e Graceland.
Vou ser extremamente
honesta: de início Bull seria apenas “a nova série do Michael Weatherly”. Para
quem não sabe, NCIS é minha série favorita. Quando Weatherly anunciou sua saída
da série e, pouco tempo depois, que estaria estrelando uma nova, nem
pestanejei: vou assistir. Inicialmente era por amor ao Michael. Depois foi pela
curiosidade, aguçada por uma conhecida da Itália já ter visto o primeiro
episódio. Quando vi o trailer, eu sabia: eu posso amar demais esse homem, mas
não é só por isso que eu vou ver a série. O plot me convenceu, a equipe me convenceu,
porém, mais ainda, Jason Bull me convenceu.
Ao contrário do que eu pensei, a série vai ser um
procedural. Eu prefiro assim, ainda mais se tratando de uma série com tema
jurídico. Ficar prolongando por muito tempo um julgamento iria dar sono e muita
gente iria deixar de acompanhar a série. O primeiro caso foi interessante, pelo
menos a meu ver. Porém, como uma pessoa que assiste mais procedurais do que
qualquer outra coisa, já comecei o episódio dando chutes de quem poderia ter
feito o que ou como elas iriam reagir com toda a situação do assassinato.
Concordando com todas as mulheres do júri: sim, aquele
advogado era insuportável. Se a ajudante dele tivesse conduzido todos os
argumentos/interrogatórios, acho que o veredicto iria ser por unanimidade. Apesar
de não ser uma pessoa que incentive a violência, gostei bastante de quando a
Taylor jogou o tablet na cara dele. Aliás, fiquei realmente com medo. Sim,
eu sei que ela tinha problemas, tomava remédios e ia frequentemente à
terapeuta. Mas, depois de ver as paredes
do seu quarto e a relutância do pai em deixar Bull falar com a menina, fiquei com
um pé atrás. Só que não conseguia acreditar que ela tinha matado Alyssa. Por
maior que fosse seu amor por Brandon, ela não teria o necessário para cometer um
homicídio. Já o restante da família...
Gostei também do casting da família Peters. Não só pelo
patriarca ser interpretado pelo Frederick Weller (que não via desde In Plain
Sight), mas pela atuação do Luke Slattery como Brandon. Da primeira vez que
perguntaram onde ele estava na janela de tempo do assassinato de Alyssa, eu já
imaginava que ele estava com outra pessoa, mas não queria contar por causa do
pai. Eu sabia que era alguém importante no caso, mas não imaginei que era o pai
Taylor. A cena em que ele está recebendo dicas da equipe durante o depoimento
me fez perceber o quanto foi melhor confiar em um grupo de estranhos que ele
conheceu há dias do que na própria família. Além disso, a coragem de se assumir
frente ao júri foi o ponto alto do caso, para mim.
Quanto à equipe, não tenho o que reclamar. A interação entre
eles foi pouca, mas divertida. Todas as reações à questão do macaco me fizeram
acreditar com bons momentos vão vir justamente deles. Individualmente, gostei de
todos os personagens, alguns mais do que outros. Por enquanto, tirando o Bull,
o personagem que mais gostei foi o Chunk. Ficou bem claro que ele não é
simplesmente um estilista da Vogue, ajudando a construir a imagem de “bom moço”
do acusado. Ele pode ser um coringa na equipe, aquele que todos vão atrás
quando precisam de conselhos/um ombro amigo. Posso estar enganada, mas foi só o
primeiro episódio.
Ainda não consegui escolher as palavras exatas para
descrever Jason Bull. Enquanto via o episódio parei e percebi o quanto ele é
diferente do que eu esperava. Vindo de um passado turbulento, passando por um
divórcio e chegando a um patamar em que é respeitado, eu queria que ele fosse
um pouco mais solto. É claro, ele tem seus momentos de alívio cômico, mas,
durante a maior parte do tempo, é bem sério e na dele. E foi aí que eu percebi
o que eu estava procurando em Jason ao longo de todo o episódio: Tony DiNozzo.
Ainda mais de ouvir ele falando de “rule #1”, falando para chamarem ele de
“boss” e o sobrenome do Chunk ser justamente Palmer.
Pensando agora, eu só consigo relacionar esse meu sentimento
ao Rope Maze do American Ninja Warrior que vi ontem. Os competidores tinham que
descobrir o caminho em um labirinto de cordas suspenso. Você não solta a corda
até estar 100% certo de que pode ir para a outra sem problemas nenhum. E é
assim que eu estou: eu não consigo deixar o DiNozzo até ter certeza que Bull
pode se igualar a ele. Vai ser extremamente difícil desassociar Michael a outro
personagem que não seja Tony, mas eu vou tentar. E vocês vão acompanhar essa
minha luta, já que eu não abandono o Weatherly de jeito nenhum.
“What
happened to innocent until proven guilty?”


