True Blood está de volta e com ele muito sangue, muita nudez, muito absurdo e uma profusão de diálogos duvidosos também. E, sanando a curiosidade daqueles heróis da resistência que ainda se mantém firme na audiência do seriado, mesmo depois de ter virado a lama que virou, já digo que ainda não sabemos o paradeiro do nosso querido Eric, mas, fiquemos tranquilos, Pam está trabalhando duro nisso. Estou certo que já, já ele aparece.
Para os que, assim como eu, não se lembravam com nitidez dos detalhes de como havia terminado a temporada anterior, o melhor é baixar o episódio novamente e relembrar direto da fonte, pois se formos contar com a ajuda do “previously on true blood”, estamos aniquilados. Em exatos dois minutos eles tentaram resumir uma temporada inteira com foco nos desfechos principais. É claro que ia dar encrenca. E deu. Ficou absolutamente confuso, numa edição que deixa a gente completamente tonto. Em se tratando de vampiros serelepes barbarizando por aí, com um nível de ação altíssimo, fica realmente impossível entender alguma coisa. No entanto, com um pouco de boa vontade e uma dose de Fosfosol, logo começamos a nos situar em meio àquela carnificina inicial.
O susto inicial da temporada fica por conta da morte de Tara que, logo nos primeiros minutos, pede a conta e, sinceramente, não deixa a menor saudade. Há tempos que ela estava vagando sem eira nem beira pelo seriado. Foi tarde, arrisco dizer. A chata da mãe dela, no entanto, segue firme praguejando contra tudo e contra todos. Paciência.
Outra coisa que chamou bastante a atenção é a cara de pau da produção do seriado ao simplesmente substituir um ator por outro na pele do mesmo personagem e deixar por isso mesmo. Para quem não se lembra, em meados da sexta temporada, Jessica, quando reclusa naquele campo de concentração, envolveu-se com um vampiro até que simpático. E acabou a temporada com os dois apaixonadíssimos. O fato é que o ator (Luke Grimes) saiu do seriado e, simplesmente ignorando que o telespectador tem alguma memória, a produção da sétima temporada lança colocou outro ator para fazer o mesmo papel. E, para arrematar, tudo indica que rolará um triângulo amoroso entre Jess, James (o tal) e Lafayette. Vejamos no que vai dar.

Bem, a verdade é que, como eu brinquei inicialmente, o seriado realmente vem sofrendo uma boa queda nos índices de audiência de algumas temporadas para cá. E as críticas são cada vez mais negativas. É fato que a série, que tinha tudo para ter um cunho político e análogo a nossa realidade (e assim o foi até meados da terceira temporada), perdeu-se em um enredo sem pé nem cabeça, cada vez mais absurdo e fantasioso, descambando muitas vezes para o cômico. Os que, assim como eu, resistiram até aqui – ainda que entre muitos ataques de raiva –, se questionados sobre a razão disso, creio que terão dificuldade em responder. O mais plausível creio que seja dizer que a curiosidade em saber como tal encrenca vai acabar seja o motivo. E, dado o início da última temporada, essa curiosidade fica cada vez maior.
Como que numa grande parábola, o conflito principal da temporada deverá retornar a ser entre humanos e vampiros (ainda que agora exista uma espécie mais barra-pesada de vampiro, quase uns zumbis), tal qual foi lá no início da série. Sem muita empolgação no coração, vamos aguardando e acompanhando para ver onde tudo isso vai dar e se, principalmente, eles conseguirão ir amarrando as coisas de tal modo que os poucos que ainda se mantém fiéis ao seriado assim prossigam até o final.