Confesso que se tivesse escrito essa crítica após sair do cinema, ela seria diferente, seria eufórica, e apenas deixando a emoção e amor ao Peter Parker falar mais alto, ou seja, seria cega. Hoje analisando pós euforia, e fora da caixa, vamos aos fatos: deixou a desejar parte 2!
Começa maravilhosamente bem, o clima Homem-Aranha de ser, até porque sou suspeita pra falar, porque acho o Andrew Garfield um Peter Parker perfeito em carisma, quem lê os quadrinhos bem sabe que as melhores piadas, vem do Peter, ele tem o dom de em situações de perigo usar bem o sarcasmo, e isso é nítido logo no início do filme durante uma perseguição, além da trilha sonora nostálgica (spider maaan spider maaaan), os efeitos dele pela cidade com suas teias, tudo parece bem, ok.
E eis que surge o carinha Max, estrelado por Jamie Fox, carinha esse que será nada mais, nada menos que o Electro... pausa, ainda estou tentando entender esse vilão, vilão esse com a causa tão inútil, tão pequena. Claro que já existiram vilões assim, que eram pessoas com boas intenções, mas ninguém reconhecia teu valor, acho que vi isso em algum episódio das meninas superpoderosas... e paro aqui minha nítida implicância ao personagem, e ao desperdício de um grande ator em algo vago.
Agora os acontecimentos, tudo muito rápido, tudo parecia ter foco importante, ao mesmo tempo que dava uma margem de história pra se focar depois, seja no romance, nos vilões, trama principal, somente o mistério dos pais dele teve uma atenção maior dessa vez, atenção essa que deu uma leve estragada no personagem, tornando ele único e especial pra aquilo que se tornou, sendo que (xingos, muitos xingos) o Peter Parker não é especial, é um garoto comum, inseguro, nada popular, que tem a sorte (ou azar) de uma aranha radioativa picar ele, o tornando nosso querido Homem-Aranha! Mas não, não! Eles tinham que dar um jeito daquela picada, não ser uma mera picada, de seu dom não ser tão inesperado, devido a aranha ter ligação com o seu DNA, se picassem um zelador qualquer, o zelador não seria o Homem-Aranha, ou seja, dando a imagem que o Peter já estava destinado a algo maior, porque ele é "especial" , como seu pai cita no filme. E pra quem lê os quadrinhos apenas chora, porque Peter nunca foi destinado a nada, além de ser um garoto comum, que teve a vida mudada somente após a bendita picada. E para quem não leu os quadrinhos fica um menino prodígio, que teve seu destino alcançado, amém!
E uma pena personagens grandes terem sido tão pouco explorados, Duende Verde apenas espirra e surge, mais macabro que nunca, e a Felicia, ah a Felicia, pra quem não sabe é a Gata Negra, ela apenas surge e já sabe de tudo da Oscorp, simples assim, se você leu os quadrinhos ótimo, se não leu vai ficar sem saber quem é a cidadã direito, é isso produção?
Mas vamos a parte boa, calma, esses foram alguns pontos gritantes, como se subestimassem a capacidade do telespectador, como por exemplo, um botão crucial na usina, somente a cidadã poderia ter acesso, mas nitidamente qualquer um que entrasse ali apertaria o botão! Mas não, somos burros e basta ter efeitos visuais, oba!
A parte boa é, eles realmente tem um elenco bom, tem material pra trabalhar muita coisa nos próximos filmes, uma entrada linda de que virá o sexteto sinistro, a coragem pra manter a cena clássica chocante no desfecho. Eu realmente aplaudi e chorei na cena, trilha sonora impecável, efeitos visuais lindos, um Peter ótimo, não em história, mas em personagem em si. O filme se torna bom por ele, o jeito, as piadas, a forma de encarar a vida, mesmo com tantas perdas. Ele não se perde, não vira um Peter Parker da depressão, apenas precisando aprender a sair realmente do luto, e veremos como será isso na continuação, apesar dos detalhes, é um filme que vale a pena ser conferido, e vai a dica, vale muito ir em 3D, o que já foi uma evolução comparado ao primeiro. Vamos torcer para a continuação ser bem melhor e esses erros de roteiro serem melhorados! É isso e bom filme.
