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Title: [REVIEW] THE MENTALIST - S06E16: VIOLETS
Author: Felipe Lima
Rating 5 of 5 Des:
O 16º episódio da sexta temporada de The Mentalist, exibido em 30/3, fugiu bastante do que estamos acostumados a ver na série no ...


O 16º episódio da sexta temporada de The Mentalist, exibido em 30/3, fugiu bastante do que estamos acostumados a ver na série no decorrer dessas tantas temporadas, o que, diga-se de passagem, é ótimo que aconteça.

Primeiramente, o episódio não fez menção alguma a qualquer enredo ou personagens anteriores. Nem mesmo nossos queridos e já tão esgotados Rigsby e Van Pelt, que tiveram enorme importância em episódios passados, principalmente no último (White As The Driven Snow), foram citados, o que acabou nos deixando sem saber muito bem que rumo tomaram. Tudo bem que eles tenham deixado bem claro que queriam distância de todo aquele enrosco, mas, ainda assim, não custa nada uma satisfação final, né? Mas, voltando ao episódio atual, além de ter começado do zero, digamos assim, sem fazer referência a nada que já conhecemos, teve outras coisas interessantes e fora do padrão.

O episódio tratou de um misto entre assassinato e roubo de arte, o que, em um primeiro momento, acaba automaticamente nos levando a uma rápida referência à White Collar (deixando-nos sempre com um sorriso no rosto ao pensar sobre improváveis e deliciosas parcerias, como, por exemplo, entre Patrick Jane e Neal Caffrey). Por questões de logística, a equipe do “colarinho branco” do FBI está temporariamente instalada no andar de Dennis Abbott e sua trupe, o que nos leva a conhecer o agente Marcus Pike (Pedro Pascal) que, pelo que tudo indica, dará as caras novamente pelo seriado. Ele é o responsável pela investigação do roubo de uma galeria de arte que acabou com um homem assassinado.

Sem muito mais nem por que, Patrick Jane intromete-se no depoimento da viúva e, antes que entendamos como isso é possível, toma o caso para si. O mais incrível, no entanto, é a facilidade com que Abbott acata a ideia e, mais ainda, aprova sem maiores problemas e com um sorriso no rosto o mirabolante plano de Jane para pegar o culpado. A partir daí, começamos a ver uma estrutura bastante diferente da que estamos acostumados e, mais ainda, personagens interpretando outros papéis para dar forma ao plano arquitetado por Jane, o que é muito legal.

Dennis Abbot transforma-se em um apreciador de boxe e vai a um bar, à paisana, procurar interagir com um dos suspeitos enquanto assistem a uma luta. A ideia de ver o chefe fazendo trabalho de campo é boa e foge da mesmice. Kimball Cho faz aquele típico encrenqueiro que, dizendo-se incomodado com a risada deles, acende a faísca para gerar uma confusão no bar e unir ainda mais Abbot e seu novo amigo, que são obrigados a saírem fugidos de lá. Ao saírem, Abbot leva o suspeito a uma mansão, fingindo se tratar de uma festa promovida pelo seu chefe, no caso um Patrick Jane cheio de gingado, passando-se por um magnata da tecnologia. Quem os recebe em um lindo e curto vestido é sua esposa, Thereza Lisbon, que abre a porta esbanjando sensualidade e simpatia. No decorrer da festa, o suspeito é atraído até o quarto principal da mansão por Kim Fischer, que em um vestido ainda mais curto não fica pra trás no quesito sensualidade e ousadia.

O plano está saindo conforme o planejado. Já no quarto, o casal é interrompido por Jane, que acende as luzes e deixa o suspeito diante de um incrível Van Gogh (propositalmente colocado ali), o qual chama sua atenção e serve de isca, fazendo-o ligar para seu comparsa, esse sim o suspeito de ter atirado no dono da galeria, que no final da festa estará na casa e entrará no plano sem perceber. Daí em diante, devo dizer, as coisas se tornam bastante previsíveis, mas sempre é interessante ver os detalhes do planejamento de Patrick Jane (e dos roteiristas, é claro!), o quais, por mais absurdos que sejam, acabamos sempre aceitando de bom grado.

Todo o episódio irá se desenrolar dentro da trama armada por Jane, o que não é comum, pois estamos acostumados a acompanhar o pessoal perseguindo suspeitos, colhendo depoimentos e, mais ainda, costumamos ficar na curiosidade em saber quem será, de fato, o culpado. Dessa vez não há isso. Teremos apenas uma perseguição no final, sem nada de muito notável, além das já habituais coincidências que acabam sempre levando o suspeito para o local onde é conveniente que ele esteja para que as farsas sejam desmascaradas e as prisões efetuadas.


Um dos pontos altos do episódio é o início de um possível romance entre Lisbon e o agente Marcus Pike (por isso eu ter dito que é provável que ele reapareça futuramente). Achei isso bastante positivo, pois sai um pouco âmbito profissional, o qual já estamos cansados de ver, e nos abre uma outra porta para conhecermos melhor a intimidade pessoal de Lisbon. Isso já havia ocorrido uma vez, temporadas atrás, quando ela se envolveu com um inicial suspeito que depois mostrou-se inocente. E foi só. Portanto, cabe aguardar e ver no que isso vai dar. Se os roteiristas forem perspicazes, irão explorar bastante essa possibilidade. Coincidentemente, o entrosamento entre Lisbon e Jane, que estavam representando um casal, lembrem-se, é ressaltado algumas vezes, seja pelo suspeito que não sabia de nada, seja pelo próprio agente Pike, que logo no início pergunta para alguém o que há entre aqueles dois.

Em um aspecto geral, o episódio foi bom, principalmente por ter saído da mesmice. É claro que aquela agonia diante do “e agora? Pra onde mais essa trama pode nos levar?” continua martelando nossa cabeça, ainda que a ida deles para o FBI, com novos personagens e novas possibilidades, tenha sido uma boa saída e possibilitou um certo ar de renovação na série. Resta aguardar e torcer pela chegada de algum novo Red John para amarrar a trama e dar mais fôlego a Patrick Jane e sua trupe.

PROMO DO PRÓXIMO EPISÓDIO

10 Abr 2014

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Sobre o autor

Felipe Lima

Filósofo e Jornalista, amante das artes em geral e criador do portal Qualquer Bobagem. Um misto entre o óbvio e o nunca visto.
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