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Laisa Silva Laisa Silva Author
Title: AS CENAS MAIS EMOCIONANTES DE FRINGE
Author: Laisa Silva
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Fringe é magnífica e surpreendente quando o assunto é ciência, efeitos visuais e coisas do tipo. Mas a série não teria conquistado seu ...

Fringe é magnífica e surpreendente quando o assunto é ciência, efeitos visuais e coisas do tipo. Mas a série não teria conquistado seu público da maneira que conseguiu se tivesse apenas seguindo essa linha. O que diferencia Fringe das outras séries de ficção científica são elementos que quase sempre não são vistos com bons olhos pelos fãs desse gênero. O que torna especial Fringe especial, é o amor. Porque Fringe é uma história sobre pessoas, e pessoas amam. 

Então, vamos relembrar de algumas das cenas de Fringe que emocionaram e arrancaram lágrimas de nós, fãs da série.

S02E05 - Dream Logic
“You’re gonna be fine”


O Charlie podia não ser um dos personagens mais importantes da série, mas sua morte me impactou e me deixou realmente triste. Não somente pelo fato de que não o veríamos mais (pelo menos não no nosso universo), mas também pela dor que sua perda causou em Olivia.

Durante todo o episódio "Dream Logic" podemos perceber o quanto a falta do Charlie mexia com a Olivia. Mas a cena final dela visitando o túmulo do dele, e logo depois descobrindo o anagrama de “You’re gonna be fine” (frase que o Charlie lhe havia ditoI), foi o que faltava para que eu desabasse e percebesse que o Charlie realmente havia partido, que já não o ouviríamos mais gritar ordens e ajudar a Olivia em tudo o que ela pedia, mesmo quando achava tudo absurdo. Porque o Charlie era mais que o melhor amigo, mais que o parceiro, ele era como o irmão mais velho que cuidava da Olivia, mesmo quando ela não queria ajuda. Se ela precisasse ele estaria lá, ele sempre estava lá, mas de agora em diante, ela não poderia mais contar com essa certeza.

S02E09 - Snakehead
"I want so badly to be independent again... to live like a man, not a child. Not to have my son watching after me all the time. Not that I don't appreciate all that you do for me. That's not the way it's supposed to be."



John Noble é uma das melhores coisas de Fringe. É magnífico como ele consegue dar tantas facetas a um único personagem e deixá-las tão reais e bem feitas.

Em "Snakehead", Walter quer provar que pode cuidar de si mesmo e ser independente. Por isso, em busca de sua independência, ele se aventura em um passeio por Chinatown, mas acaba se perdendo. A emoção começa no momento em que ele utiliza todas as suas fichas telefônicas para falar com o filho, mas não consegue se lembrar do número de telefone do Peter. Na sequência, vemos o Walter sentado e confessando sua “incompetência” para uma senhora que parecia entender nada. 

Com uma atuação brilhante do John Noble, somos brindados com uma cena fantástica, em que entendemos que não importa o quão brilhante o Walter seja, sua mente se desgastou ao longo de 17 anos em uma instituição mental e por mais que sua inteligência seja maior que a do resto da humanidade, há certas coisas simples que para ele são quase inalcançáveis. É como se ele ainda fosse uma criança que precisasse de cuidados ao mesmo tempo em que zela pelo bem do resto da humanidade.

S02E16 - Peter
He knew he was loved. Didn’t he?


Desde o fim da 1ª temporada tentamos entender como e porquê o Peter havia morrido. Até o 2x15 sabíamos que ele havia tido uma doença que provavelmente havia provocado sua morte e que o Walter foi ao universo alternativo buscar uma outra versão do seu filho. Mas nos faltavam os detalhes, pois tudo o que tínhamos eram peças que precisavam ser juntadas, e tudo finalmente fez sentido no episódio "Peter".

Creio que "Peter" foi o episódio onde Fringe realmente mostrou que iria trabalhar de maneira intensa com o amor. O episódio todo é muito emocionante e é difícil escolher uma única cena nele, mas entre tantas opções, a morte do pequeno Peter é a mais marcante delas. Pois não bastou o Walter ser um cientista extremamente inteligente, não bastou todos os seus estudos e todo o seu conhecimento, pois não foram suficientes para que ele pudesse salvar aquilo que mais importava, a vida do próprio filho.

S02E18 - White Tulip
I've asked God for a sign of forgiveness. A specific one: a white tulip.


Adorado a cada 10 entre 10 fãs de Fringe, "White Tulip" é um episódio belo, poético, que mostra tudo o que uma pessoa pode fazer por amor, ao mesmo tempo em que toca no tema do embate entre fé e ciência.

Em "White Tulip" acompanhamos o desespero e a indecisão do Walter, que não sabia se contaria para Peter a verdade sobre seu passado, pois tem medo da reação do filho. Sem saber o que fazer, Walter pede a Deus por um sinal de perdão, em específico uma tulipa branca. É nesse momento de conflito que ele encontra o cientista Alistair Peck que tenta mostrá-lo que a ciência era o único Deus do qual precisavam. Até mesmo um cientista precisa ter fé e Walter acreditou que, se fosse perdoado por Deus, também teria o perdão de seu filho e a prova disso seria a tulipa branca.

Walter e Alistair Peck têm como pontos em comum a dor da perda e a vontade de mudar o destino. Mas ao contrário de Alistair, Walter conhece as consequências de de um ato como este, e por isso compartilha sua história e seus aprendizados com o outro cientista. Talvez Alistair tenha sido realmente mandado por Deus, ou talvez sua ação apenas demonstrou que a ciência é um Deus. Não importa qual tenha sido a ideia central dos roteiristas, o que importa é que Walter recebe seu sinal de perdão, redenção e esperança, o desenho de uma simples e singela tulipa branca. 

S02E19 - The Man From The Other Side
I am not your son


Durante vários episódios acompanhamos o sofrimento e a angústia de Walter em tentar encontrar uma maneira de dizer a verdade ao Peter, mas o jovem Bishop acabou descobrindo tudo antes que seu pai tivesse a oportunidade de contar o seu lado da história e as razões dos seus atos. Peter não recebeu a noticia de bom modo, e olhando nos olhos de Walter, disse pausadamente e com uma forte entonação em cada palavra, aquilo que nenhum pai desejaria ouvir de um filho, “I am not your son”. A cena é de cortar o coração, e as atuações de John Noble e Joshua Jackson a tornam ainda mais emocionante.

Ainda me lembro de assistir a cena com muita atenção e de repente me dar conta de que havia uma singela lágrima escorrendo pela minha face, enquanto as outras se amontoavam em meus olhos, prestes a caírem. Era como se toda aquela maravilhosa relação que vimos ser construída ao longo de tantos episódios, se desmoronasse.

S02E23 - Over There, Part 2
You belong with me


A possibilidade de uma relação entre o Peter e a Olivia só ficou realmente clara em S02E14 e se confirmou nos episódios seguintes. Mas o primeiro momento que selou o interesse e a relação dos dois, só aconteceu em S02E23 com o primeiro beijo.

Olivia estava decidida a convencer Peter a voltar para o nosso universo porque precisava garantir a sobrevivência do nosso mundo, mas também porque sabia que o Peter devia voltar para onde ele pertencia, ao seu lado. E ela poderia ter dado 100 razões a ele, diversos motivos para que Peter pudesse acreditar que devia voltar, mas mas no fim ela só precisou de um: "You have to come back, because you belong with me".

S03E09 - Marionette
"She's in my house, my job, my bed, and I don't want to wear my clothes anymore, and I don't want to live in my apartment, and I don't want to be with you. She's taken everything."


Depois que o Peter voltou do universo alternativo, não conseguiu perceber que Olivia que havia voltado não era a mesma Olivia com quem estava acostumado a viver e por quem havia se apaixonado. Acredito que ele não enxergou a verdade porque era mais fácil apenas viver a fantasia de uma realidade que estava satisfatória para ele.

Alguns episódios depois a Olivia verdadeira voltou, e Peter, pelo menos, decidiu ser sincero e assumir o que viveu com a Bolivia. Apesar de fingir por um momento que tudo estava bem, Olivia não suportou a ideia de que sua sósia havia roubado tudo dela, inclusive o Peter. Um dos ápices do episódio foi a cena em que Olivia tira as suas roupas do closet, os lençóis da cama, tudo o que um dia foi tocado por Bolívia e chora ao perceber que sua versão alternativa roubou a sua vida e o homem que ela amava.

S03E13 - Subject 13
"My name is Peter."
"Mine is Olivia."

Com "Subject 13" fizemos uma nova visita ao passado para entendermos o que aconteceu após o sequestro de Peter, e fomos agraciados com um episódio lindo e fantástico em que descobrimos que a ligação entre Peter e Olivia é mais antiga do que eles mesmos podiam imaginar. E em meio a um momento de dúvida sobre com qual das Olivias o Peter deveria ficar, esse episódio nos mostra que não havia a necessidade de dúvidas, o sentimento entre a Olivia de cá e o Peter de lá não era recente, esse romance já havia sido consolidado antes mesmo de acontecer.

A cena mais emocionante do episódio é aquela onde vemos o encontro de Peter e Olivia, ainda quando crianças, em um campo de tulipas brancas. O Peter consolou a Olivia e tentou lhe mostrar que ainda havia esperança, ela só precisava imaginar e tentar mudar o que queria em sua vida.

Naquele encontro o Peter decidiu aceitar sua nova condição de vida, mesmo sabendo que não pertencia aquele lugar e a Olivia resolveu se manifestar sobre  ações do padrasto. Foi um encontro que mudou a vida dos dois, mesmo que eles não saibam ou não se lembrem disso.

S03E22 - The Day We Died
Olivia Dunham, my wife, was everything to me


Uma das coisas boas de Fringe é que o fato de um personagem morrer não significa necessariamente que ele vai sair da história ou que realmente tenha morrido. Isso permite com que os roteiristas brinquem com a história e com nossas emoções, matando até mesmo os protagonistas da série.

Em "The Day We Died" foi difícil segurar a emoção e até mesmo as lágrimas ao vermos as consequências da morte de Olivia. Sim, as consequências. Ver ela morrer foi uma surpresa grande, mas ver o Peter fazer o seu discurso silencioso enquanto via o caixão da sua amada ser lançado ao mar, foi extremamente triste.  E mais triste ainda foi a sequência em que ele observa o pequeno desenho da família perfeita que poderia ter formado ao lado da Olívia e percebe que aquele futuro já não é mais possível, pois lhe haviam tirado aquela que era tudo para ele.

S04E20 - Worlds Apart
"I think I shall miss them... more than I imagined."


Ao longo das três primeiras temporadas de Fringe nós conhecemos e fomos incentivados a odiar o pessoal do outro lado, pois acreditávamos que eles eram os vilões da história. Mas na 4ª temporada conseguimos ver que não existia o lado bom e o lado ruim e sim dois universos lutando por sobrevivência.

Ao unir os universos o Peter permitiu que o Alternative Universe se curasse e que os dois lados se unissem por um bem maior. Então tivemos a oportunidade de conviver mais com os habitantes do outro universo e aprendemos a amá-los. Por isso foi muito difícil dizer adeus quando o elo de ligação entre os dois mundos se desfez e tivemos que dizer adeus ao pessoal do outro lado, sem saber se algum dia voltaríamos a vê-los.

S04E23 - Brave New World Part II
You killed her

Em todas as versões do futuro a Olivia teria que morrer e isso se cumpriu. Na 4ª temporada vimos a Olivia morrer pela segunda vez e desta vez foi real e tão emocionante quanto a primeira vez.

Apesar de não ter sido definitivo, a tensão e a emoção foram grandes durante toda a cena de morte e “ressurreição” da Olivia. Já era esperado que ela morresse, mas não estávamos preparados para ver o Peter desesperado com sua Olivia morta em seus braços, a Olivia que por tanto tempo ele buscou antes de descobrir que ela sempre esteve ao seu lado, aquela pela qual quebrou todas as regras do tempo e do universo, simplesmente porque um não podia viver sem o outro.

O Joshua Jackson e o John Noble deram um show na atuação e transmitiram com maestria toda a tensão e emoção do momento, demonstrando bem todo o desespero e sofrimento de seus personagens.

Depois disso, pelo menos tivemos a calmaria e alegria de saber que Etta estava chegando, mas também fomos alertados sobre a chegada de uma tempestade.

S05E01 - Transilience Thought Unifier Model-11
Three years, one month and five days


A 5ª temporada de Fringe foi, na minha opinião, a mais emocionante de toda a série. O clima de fim de mundo, de repressão e de perda dominou a atmosfera de toda a temporada e foi visível já no primeiro episódio onde também acompanhávamos a esperança do Fringe Team em encontrar a última componente do grupo, Olivia.

A cena mais emocionante de Transilience Thought Unifier Model-11 foi o encontro entre a Olivia e Etta. A garota que há 21 anos procurava pela mãe cumpriu sua missão, e a mãe que perdeu sua garotinha quando ela tinha três anos, um mês e cinco dias, agora podia ter em seus braços aquela que, como Peter descreveu, era a sua Perfect Little Soul. A emoção do momento, expressada principalmente pela jovem Georgina Haig garantiu com que sorrisos brotassem, e até lágrimas rolassem do rosto de quem viu.


S05E04 - The Bullet That Saved The World
She’s gone, son


Fringe é uma série que realmente sabe brincar com as emoções, que pode fazer você chorar enquanto cata pedaços do cérebro pela casa. Prova disso foi o final de "The Bullet That Save The World".

Não era esperado, ninguém poderia imaginar, que os roteiristas seriam capazes de matar a Etta, a filha do Peter e da Olivia. Talvez ainda não tivéssemos tido tempo de nos apegar a ela, mas ver o Peter e a Olivia perderem sua baby girl foi de cortar o coração. Logo eles que perderam um ao outro tentando encontrar a Etta em 2015, que já haviam experimentado a dor de viver sem um filho, com a diferença de que naquela época ainda haviam esperanças e dessa vez só restou o sofrimento e o desejo de vingança. A partir daquele momento ficou claro que a história tomaria um novo rumo e a dor seria o novo combustível para que os personagens continuassem sua luta.

S05E05 - An Origin Story
"You must face this pain together. The pain is her legacy to you both. It's proof that she was here...you can't escape it by building walls around your heart. Or by breaking the universe. Or by vengeance"


Na minha opinião "An Origin Story" é um dos episódios mais tristes de toda a série, isso porque é um episódio de luto, em que tudo o que temos são lembranças de que a Etta morreu e seus pais estão sem chão, cometendo loucuras guiados pela dor.

Peter e Olivia agarraram a dor de jeitos diferentes. Ela sempre foi a mais forte e tentou construir um muro em seu coração, tentando talvez, aliviar um pouco do sofrimento. Peter, por outro lado, sempre se deixou levar por tudo e dessa vez não foi diferente. Buscando vingança, ele inseriu em si mesmo o dispositivo responsável pela inteligência dos observers.

A cena mais triste do episódio acontece nos minutos finais, quando Olivia chora ao ver em um vídeo a felicidade de sua família anos atrás e roga a Peter para que ele fique com ela e não permita que se percam novamente, mas a aquela altura já era um pouco tarde, pois ele cometeu o maior de seus erros ao se igualar ao inimigo.

S05E08 - The Human Kind                          
She's alive inside us. And there's nothing that Windmark can do about it because the love that we can share with her now is invulnerable to space and time, even to them. And I know that our hearts are broken and that it hurts, but that's what makes us human.”


Após a morte da Etta, Peter colocou o dispositivo dos observers no cérebro e, quanto mais inteligente e poderoso ele ficava, mais deixava de ser quem era. Olivia percebeu as mudanças e quando descobriu a verdade, decidiu que não iria ficar parada vendo o Peter que ela amava e conhecia desaparecer. Por isso, utilizou o único poder que poderia para tê-lo de volta, o amor.

Debaixo de uma chuva fina, Olivia lembra a Peter de que ele é um humano e não um observer e o faz entender que o fato de Etta ter morrido não significa que ela não esteja mais com eles. Com flashes do passado e um texto maravilhoso, vemos uma das cenas mais lindas entre casal, provando que o amor é a arma mais forte que poderiam ter, e é o que os torna verdadeiramente humanos.

s05e10 - Anomaly XB-6783746
"To protect us. To protect the plan"
"And to protect the boy"


Na 5ª temporada de Fringe não tivemos muito tempo para ver Nina Sharp, mas nossa ligação com ela já havia sido construída ao longo das temporadas anteriores e ela era muito querida. Por isso, foi muito doloroso vê-la partir e, principalmente, ver a dor estampada nos olhos de Olivia e Walter, que choraram junto ao corpo da mártir que deu a vida pelo bem das pessoas que amava e de toda a humanidade.

Pela dor e desespero expressados nos olhos de Walter e Olívia, e pela perda de uma personagem que conquistou o seu lugar em nosso corações, essa cena merece o seu destaque como uma das mais emocionantes da série.

S05E13 - An Enemy of Fate

O centésimo e último episódio de Fringe deixou muitas lágrimas nos olhos de quem viu o encerramento de uma das histórias mais bem criadas e mais emocionantes da televisão. É impossível escolher apenas uma cena dentro de "An Enemy of Fate" em que a emoção nos levou às lágrimas. Por isso, todas as que merecem, terão o seu destaque.

You’re my favorite thing Peter. My very favorite thing


Creio que poucas pessoas conseguiram segurar as lágrimas ao verem aquela que sem dúvidas é a mais bela e emocionante cena entre Peter e Walter. O que vimos não foi só uma despedida, foi uma declaração de amor e uma lembrança de que tudo o que vimos ao longo de cinco temporadas foi criado principalmente para contar a história de um pai que enganou o destino por não poder viver sem seu filho, e de um filho que aprendeu a amar um homem ao ponto de tornar inquestionável a ideia de que ele era o seu pai, mesmo que realmente não fosse. Peter e Walter roubaram o tempo que tiveram juntos, enganaram o destino para estarem um ao lado do outro, e nos brindaram com uma linda história de amor entre pai e filho, que, sem dúvidas, ficará gravada em nossa memória por muito tempo.

It’s a beautiful name
What is it?
Astrid

Essa foi a última cena onde vimos Walter, Astrid e Gene juntos. Só o fato de ter uma cena com os três já é motivo para emoção, mas o que vimos aqui foi um presente para os fãs, para que pudéssemos nos lembrar da relação linda que se construiu entre um adorável senhor, uma doce mulher e, quem diria, uma vaca.

É por isso que é tão emocionante saber que a Gene mugia alto depois de sua refeições, e lembrar que o Walter não chamaria mais sua assistente de Astro, Asgard, Aspen, Aspirin ou Claire. Pela última vez estariam com a Gene e não poderíamos mais vê-la se preparar para pastar usando um colete do FBI. Pela última vez ouviríamos o Walter chamar pela Astrid, e por ser a última vez, já não poderia haver erros.

I love you, dad


A sequência final de Fringe merece um destaque especial. Por isso peço que você caro leitor, busque em sua memória todos os momentos que serão descritos a partir de agora e tente se lembrar de cada sensação que teve quando viu a sequência pela primeira vez.

A noite parecia estar bastante fria no momento da batalha final, mas certamente todos ali estavam com o sangue aquecido pela tensão de lutar pela salvação do mundo, pela esperança de que todo aquele pesadelo simplesmente deixasse de existir e nenhuma lembrança sobrasse de que um dia toda aquela dor foi vivenciada. Mas os observers não deixariam a batalha ser vencida tão facilmente e lutariam pelo domínio. Mas de que importa toda a inteligência e força dos observers? Nós temos algo maior, temos o amor. Ele é é o que a Olivia sente quando vê a bala que um dia salvou o mundo e que por anos esteve com sua filha. É tudo o que ela precisa para sugar os últimos resquícios de Cortexiphan que restam em seu corpo e se vingar daquele que lhe havia tirado o que ela certamente mais amou na vida. Mas não importa, em alguns minutos isso nunca teria acontecido, não seria lembrado, September levaria Michael para o futuro e tudo ficaria bem. Deveria ter sido assim, o destino poderia deixar que tudo fosse perfeito pelo menos dessa vez, mas não foi. O Walter ainda não havia pagado completamente por seus pecados, sua redenção precisava ser completa e o custo disso seria passar o resto de sua vida longe do Peter, e a recompensa seria garantir a felicidade do seu filho amado. E Peter sabia que aquele era o último instante em que veria o seu pai, por isso ele não exitou, não teve nenhuma dúvida quando sussurrou “I love you dad” e viu Walter partir.

Walter se vai para permitir que seu filho seja feliz, ainda que sem ele. Walter vai ao futuro para garantir que Peter pudesse tomar Etta entre os braços e brincar com sua baby girl, enquanto Olivia apenas observa a cena, visivelmente agradecida por tamanha felicidade. Walter se vai pela humanidade, por Etta e pela sua coisa mais favorita.



Termino este post com lágrimas nos olhos, lembrando que Fringe nos conectou de forma única a estes personagens, nos ensinou a amá-los, a querer consolá-los e chorar junto a eles em cada momento de tristeza ou alegria. E valeu a pena cada lágrima, cada sorriso, cada instante em que parecíamos não acreditar no que víamos, onde simplesmente não era possível controlar nossas emoções porque nossa conexão com aqueles personagens havia transcendido a tela e parecíamos sentir suas dores e suas alegrias. E doeu quando nos despedimos de quem se foi, e choramos quando os reencontros aconteciam, e torcemos para que o amor vencesse e se mostrasse como a maior força humana. 

Tudo isso parece clichê? Pode ser, mas é a verdade, ah como é verdade, e Fringe provou isso. Provou que amor não é antônimo de ficção científica como muita gente parece pensar. Fringe é sci-fi sim, mas também é amor. E é por isso que temos tantos momentos emocionantes para relembrar, momentos que, confesso, me marcaram como nenhuma série antes conseguiu fazer. E eu sei que vou guardar na memória cada um destes momentos. Porque Fringe não é sobre universos, é sobre pessoas que até atravessam universos por amor, não é sobre viagens no tempo, é sobre a esperança de um recomeço, e não é sobre seguir um destino, é sobre mudar o destino e roubar momentos que talvez não devêssemos ter.

Obrigada, Fringe. Obrigada por todas essas intensas e inesquecíveis emoções.

Desculpem pelo texto longo, mas é difícil falar de Fringe em poucas palavras.

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