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Sabrina Menezes Sabrina Menezes Author
Title: [REVIEW] THE MENTALIST: S06E07: The Great Red Dragon
Author: Sabrina Menezes
Rating 5 of 5 Des:
Como falar do episódio do último domingo? O segundo episódio da captura do assassino Red John, responsável pela morte da família do nosso ...
Como falar do episódio do último domingo? O segundo episódio da captura do assassino Red John, responsável pela morte da família do nosso protagonista, The Great Red Dragon foi um episódio emocionante, deixando aqueles que acompanham a série desde o início com o coração na mão.  A um episódio do final desse mistério, o último domingo superou expectativas e ofereceu explicação para algumas (algumas!) de nossas muitas de perguntas.
A série começa retomando as consequências da explosão que terminou o episódio passado, e acaba por diminuir bastante a lista de suspeitos de Jane. Bret Stiles, Ray Haffner e MacAllister são mortos na explosão e deixando a lista que um dia apresentou sete nomes, reduzida a apenas dois suspeitos: Bertram, o todo poderoso chefe da CBI e Smith, agente de médio porte do FBI. Ao entrar no que restou da casa, Lisbon encontra o agente do FBI, e por identificar a tatuagem no ombro, imediatamente conclui que ele é Red John e atira. O outro suspeito, por sua vez, sai de cena, mas acaba o episódio como o principal suspeito aos olhos de Jane (teoricamente).



The Great Red Dragon cumpriu o que propôs. Sabíamos que ele teria como principal função preparar o terreno para o Gran Finale previsto para o próximo domingo. E foi bem isso que ele fez, principalmente com o expectador. O capítulo anterior acabou em meio ao clímax, então foi estratégico que Bruno Heller não quisesse deixar cair a tensão acumulada, entregando neste, um capítulo recheado de conflito e perseguição. Grande parte do episódio foi justamente isso, a linha narrativa não estava sob o prisma do CBI, mas dos suspeitos sendo perseguidos. Achei interessante este outro olhar, poucas vezes tivemos a oportunidade de ver personagens existirem fora da investigação; nunca assistimos o que acontece com eles, apenas o que Jane diz ter acontecido quando o mistério é resolvido.  
O ponto alto para mim foi a entrega do agente Smith. Ele explica como opera a Blake Associtaion e como acabou fazendo parte dela, o que para mim traz resposta para perguntas que venho fazendo há algum tempo. Por exemplo, por que tantas pessoas se vinculariam a Red John ou fariam qualquer favor a ele? O que pude concluir na verdade, é que muitos sequer sabem que estão ajudando um assassino. Provavelmente, quem assassinou Kira não foi Red Jonh, mas um policial qualquer dessa Blake Association já que ninguém pergunta o porquê de nada, nem mesmo para matar alguém. Mas, além disso, achei toda a cena da confissão dele bem executada. Não foi longa nem explicativa demais, achei o diálogo bem construído e bem atuado, além o humor sempre impagável de Jane - interpretado lindamente pelo talentoso Baker- quando se nega a negociar a imunidade do Smith.
Outro ponto que quero mencionar é quando, já quase no final do episódio, acontece a cena em que Abbot fecha o CBI. Foi emblemática! Quando vemos o sofá sendo levado, o espaço vazio e a xícara quebrando no chão não têm como não entender a mensagem. O CBI acabou. A série que assistimos por quase seis anos chegou ao fim, é o fim de uma era. Não digo que é o fim do seriado, mas agora começaremos uma nova fase. Confesso que não estava preparada para aquele momento. Pela primeira vez eu senti (ao invés de só ler, ver, entender), que tudo vai mudar. Foi um tapa. Tenho boas expectativas com o futuro da série, mas devo confessar que tenho dificuldade em conceber a existência de outra equipe, outra dinâmica, outros personagens sem sentir aquela pontinha de saudades do que ainda nem acabou.


Tivemos um episódio coeso, bem dirigido e bem produzido, como sempre. Acho que The Mentalist raramente erra nesses quesitos. É um programa de boa qualidade técnica. Mas devo dizer que, apesar de ter amado o episódio do ultimo domingo, existem considerações a serem feitas. Como já mencionei acima, a confissão do então suspeito agente Smith sanou algumas questões, mas ainda existem muitas a serem explicadas. Coisa que me preocupa pelo seguinte motivo: será que eles vão dar conta de responder tudo em um único episódio? Porque sendo esse o caso, eu me pergunto se não ficará muito explicativo. Quando todas as justificativas são deixadas para o último segundo, frequentemente isso compromete o próprio clímax, e sobrecarrega o episódio. Acho que respostas para questões fundamentais deveriam ter sido respondidas entre os episódios 06 e 07, deixando para o capítulo 08 a descoberta, o encontro e a (provável) morte do Red John.
Shipper que sou, também senti falta de uma cena mais relevante entre os dois. Eu sei que existe dessa vez o interesse de contar a história dos suspeitos, e o que acontece aos os últimos dois negrinhos na ilha[1]. Mas eu entendo isso, aprecio isso. O que me deixa um pouco sem norte é a falta de um eixo entre os dois personagens principais. Nada do que acontece entre ele é devidamente resgatado ou explorado. O episódio anterior, Jane e Lisbon compartilham um momento na praia, seguido por uma mini traição da parte dele, e na sequência... Nada. Como se a cena nunca tivesse existido. Claro, já passamos por isso antes; no fim da quarta temporada ele fala que a ama, e fica por isso mesmo. No final da quinta Barlow fala que Lisbon é apaixonada por Jane, e isso nunca mais é mencionado. Talvez não exista vontade dos produtores e roteiristas em alimentar o romance com o Red John ainda solto – e isso faz todo o sentido – mas me parece que as cenas são incutidas em episódios (nem tão aleatórios assim) para seduzir o público, e não para construir uma conexão mais substantiva entre os personagens.
The Red Dragon foi mais um maravilhoso episódio, para preencher uma temporada que veio com tudo e deixa na boca um gosto de “quero mais”. E que venha ‘Red John’ no próximo domingo. Façam as suas apostas, revejam a suas teorias, porque finalmente descobriremos a verdade.


[1] Referência ao “Caso dos Dez Negrinhos” de Agatha Christie

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