Se na fase um dos Vingadores tivemos em Homem de Ferro o melhor filme e Thor o mais fraco, na fase dois esses papeis se inverteram. E se me falassem isso no começo do ano eu iria dizer que você deveria procurar um médico urgente, afinal como iriam conseguir arruinar um filme já estabelecido e aclamado e tornar o outro tão interessante. Parecia impossível. Parecia.
Thor: O Mundo Sombrio dá seguimento às aventuras de Os Vingadores, na luta para restaurar a ordem no cosmo, mas uma antiga raça liderada pelo vingativo Malekith retorna para levar o universo de volta às trevas. Enfrentando um inimigo que até mesmo Odin e Asgard não são capazes de derrotar, Thor precisa embarcar em sua jornada mais perigosa e pessoal, que o reunirá com Jane Foster e o forçará a sacrificar tudo para nos salvar.
A diferença deste para seu filme anterior é tão colossal que chega a ser impossível não se questionar e lamentar o fato de porque um personagem tão rico e interessante não conseguia um projeto digno. Mas a resposta é simples, a preocupação do primeiro filme era única e exclusivamente descrever dois personagem que iriam aparecer nos Vingadores, sem se preocupar com um roteiro minimamente interessante ou explorar as diversas possibilidades que existia neste universo (literalmente).
Já neste, com um personagem já estabelecido, há mais tempo (e dinheiro, lógico) para se ter uma história e detalhes que ficaram esquecidos. E é aqui que o longa se torna interessante, se no macro o Roteiro não se preocupa em quem são os Asgardianos, o que fazem, como vivem, o micro, é onde reside os pilares do filme.
Reparem, por exemplo, em como ele se preocupa em contar como é um funeral na cultura Nórdica ou como alguns personagem que anteriormente só figuravam no filme agora ganham um espaço merecido, a exemplo de Heimdall (Idris Elba) que em seus poucos momentos em cena, como quando mostra a frustração de ser um Guardião que nada pode fazer pelo seu Mundo, conseguindo mostrar o porque é um dos atores mais requisitados de Hollywood. Já a mãe de Thor, Frigga (Rene Russo) tem a trajetória mais impactante deste longa, e a mais corajosa por parte dos Roteiristas.
Mas sem duvida o grande fio condutor do filme é Loki, pra mim um dos melhores personagens do cinema da Marvel e, por que não, um dos melhores vilões do cinema em si. Não a toa Tom Hiddleston, compõe em seu personagem uma postura parecida com a de Hannibal Lecter quando está na prisão, inclusive, alguns elementos aqui e alí são baseados neste personagem... (e se você não quer ler Spoiler sobre o final deste personagem pule para o parágrafo seguinte) como o seu fim. Thor 3 promete!
...E de novo Hiddleston consegue criar um ser que é impossível saber o que se passa em sua cabeça, tudo o que fala, faz ou sente parece ser com um único intuito, egoísta ou para manipular alguém. Inclusive, não dá para afirmar que este ficou de fato triste com a tragédia ocorrida a ele no decorrer do filme, ou se isso era apenas um sentimento forjado em prol de um plano futuro.
Já Chris Hemsworth como Thor continua transbordando seu carisma conseguindo em suas cenas, tanto dramáticas ou de ação, nos fazer acreditar em seu personagem, inclusive em seu interesse amoroso com Jane Foster (Natalie Portman S2).
Uma pena que o maior problema do longa seja seu antagonista, Malekith, vivido por Christopher Eccleston, já que as motivações deste personagem nunca perece muito clara e as coincidências místicas que envolvem seu plano e seu despertar é, no mínimo, preguiçosa.
Já o alívio cômico deste longa em diversos momentos consegue funcionar, sabendo dosar de forma a integrar a trama sem necessariamente tirar a tensão, (erro esse cometido em Homem de Ferro). Destaque para a cena em que aparece o Capitão América, Thor pegando um metrô ou ele pendurando seu martelo num cabide.
Infelizmente o Roteiro não repare que situações como essas já são engraçadas o suficiente e dê tanto espaço à Darcy Lewis (Kat Dennings), que até consegue fazer rir em alguns poucos momentos, mas sempre soa over e desinteressante na maior parte.
Com isso, Thor: O Mundo Sombrio é eficiente na maior parte do tempo, conseguindo criar e expandir o universo do filme, o tornando sem duvidas um dos melhores filmes da Marvel.
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