Comentários
Unknown Unknown Author
Title: CANTINHO NERD: Review - Beyond Two Souls: FANTÁSTICO
Author: Unknown
Rating 5 of 5 Des:
Provavelmente games é um dos mercados que mais crescem tanto no Brasil, quanto no exterior. Eu lembro quando nos perguntávamos se algum dia...
Provavelmente games é um dos mercados que mais crescem tanto no Brasil, quanto no exterior. Eu lembro quando nos perguntávamos se algum dia videogames superaria ou se igualaria a Hollywood, é claro que antigamente, com a base que tínhamos era praticamente impossível algo desse tipo se tornar realidade. Mas hoje... Isso não está longe, diria que alguns já até passaram os filmes. Hoje, alguns desenvolvedores focam no drama interativo ou como muitos preferem chamar os ‘’filmes interativos’’. É claro que esse gênero não agrada a todos, até porque eles são focados na história, e muitos preferem a ação do que ler ou assistir algo que é parado.

O gênero está tendo um crescimento conforme o tempo vai passando, empresas como Telltale já conseguiu até a premiação de Jogo do Ano com The Walking Dead, que sinceramente, é o único jogo da série que realmente vale a pena dedicar horas. Pra quem nunca ouviu falar, drama interativo é aquele game em que cada escolha que você faz, vai interferir no decorrer da história, podendo mudar até o desfecho final. Beyond: Two Souls foi lançado dia 8 de Outubro exclusivamente para Playstation 3, desenvolvido pela Quantic Dream e distribuído pela Sony. Ele gerou certa polemica na internet e no Brasil.

A primeira delas foram as notas que os críticos deram ao game, pra quem não sabe, David Cage dirigiu e escreveu o que era pra ser um dos possíveis concorrentes ao Game of the Year, ele é conhecido por trabalhos como Heavy Rain, meu game favorito da geração, e Indigo Prophecy, que foi lançado lá no PS2 e disponível pra PC. Ele ficou conhecido por elaborar enredos totalmente profundos, emocionantes, surpreendentes, e resumidamente ele é um gênio. A espera e expectativa criada em cima do novo projeto foi tão grande, que a decepção foi maior ainda, o porquê eu explico quando terminar a analise. A outra polemica foi por parte da Sony no Brasil, a promessa era que Beyond viria totalmente dublado e legendado em português-brasileiro, algo que não aconteceu com a versão final do game.


Jogamos com Jodie Holmes, a atriz Ellen Page deu a vida ao personagem atuando, dublando e servindo como modelo pra criação. Jodie possui uma entidade, espirito, chamado Aiden, que está presente na sua vida desde o nascimento. Nós iremos controla-la dos oito anos, onde ela é separada de sua família e começar a viver em um laboratório sobrenatural onde estudam sua ligação com Aiden, até seus vinte e três anos onde ela é enviada ao exercito para treinar seu dom, corpo e sua mente. E é a partir dai em que ela abandona o militarismo e sai em busca de resposta sobre ela e Aiden. Você deve estar pensando: Que clichê. Em certa parte é mesmo! Mas não é assim que funciona durante a campanha inteira, conforme personagens novos vão sendo apresentados, descobertas sendo feitas, o enredo se torna envolvente, surpreendente e extremamente emocionante. Eu diria que Beyond é um dos games mais humanos que já joguei. O simples fato de você ver como a vida de Jodie decaiu é algo estonteante. O momento em que conhecemos pessoas humildes e somos tão bem tratados por elas é fantástico, ele pode não ter nada na sua vida, mas sempre vai procurar dividir o que lhe resta.

Nós não jogamos de uma forma cronológica, como é de costume em vários jogos, ou seja, os capítulos estão misturados. Os momentos alternados já pode ser um erro fatal para varias pessoas. Se você não entendeu, darei uma explicação simples: Estamos jogando com a Jodie nos seus 15 anos indo pra uma festa de aniversario, após completar esse capítulo pulamos pra ela com seus 20 em uma missão do exercito, depois ela criança fazendo testes no laboratório após isso voltamos pra ela sendo caçada pelos policias. Isso pode prejudicar nossa experiência e interação com a história do game, quando estamos nos envolvendo emocionalmente, criando um laço com os personagens, o clima acaba, pois fomos interrompidos com a mudança de tempo e lugar, basicamente perdemos o foco. A campanha gira em torno de sete a dez horas.

Existe outro problema envolvendo a história. Como eu disse cada escolha que fazemos muda o desfecho da história, tanto no decorrer dela quanto no final. Só que Beyond não funciona muito bem assim. Nós temos possiblidades de escolher o que fazer em determinada cena, só que qualquer coisa que você escolha ou faça, vai resultar em um único desfecho. Por exemplo: Estamos em uma festa de aniversario e alguém nos pede pra escolher a musica. Temos diferentes tipos como rock, pop, country, etc., qualquer uma que escolhemos, vai estar errada. Outro exemplo: Na demonstração disponível, estamos sendo caçado, saímos do trem, percorremos a floresta, subimos uma parede e temos que passar despercebido pelos policias pra chegar à moto e fugir, mesmo que você seja pego a única diferença é que você não jogará tudo isso. Jodie aparecerá em um carro de policia, Aiden vai abrir a porta e pegamos a moto. Ou seja, a linearidade, se comparada com Heavy Rain, é alta. A sensação de liberdade é praticamente ausente, pois se alguém vai te dar um objeto, você não tem como recusar, se você ficar parado os personagens ficarão congelados, mas isso não é ruim, afinal o game possui doze diferentes finais e vai ser mínimos detalhes que o alterarão.


A jogabilidade de Beyond, aposto que vocês já devem saber como funciona. Vamos começar falando de como jogamos com Aiden. Como ele é um espirito ele atravessa paredes, interagi com objetos seja pra mostrar a raiva que está sentindo ou usa-os para ajudar, proteger, Jodie. Nós podemos possuir pessoas que são indicadas com: Um contorno Azul envolta do corpo quer dizer alma e não é possível fazer nada com ela, Laranja quer dizer que a pessoa está frágil, deixando elas adormecidas, se alguém a toca automaticamente ela acorda e expulsa Aiden do corpo, se possuímos um soldado, por exemplo, nós usamos sua arma para matar outras pessoas ao redor e após isso, nos matamos. Já Vermelho quer dizer o ódio, nós os possuímos e o matamos enforcados, asfixiados. Além disso, quando Jodie está em perigo e um inimigo tenta dar tiros nela, Aiden cria um campo de força envolta, impedindo os tiros a acertem. Quando estávamos em laboratório, treinando nosso controle, adquirimos a habilidade de ver o passado de pessoas e objetos de valor sentimental, ou seja, nós podemos ver o que aconteceu no local, como a pessoa morreu etc. Quando nos machucamos ou alguém muito ligado a nós, Aiden pode a curar.

Como eu disse, controlamos Jodie dos seus oito anos até seus vinte e três. Passaremos por vários momentos da vida dela, seja criança, quando ela está se separando dos pais e lutando contra espíritos, é onde o suspense e terror dominam. Adolescência é adaptação, ela está sem seus pais, sem amigos. Adulta são os momentos de ação, já que ela vai a missões pelo exercito, lembra muito Metal Gear, não só pelos momentos furtivos, mas também na própria movimentação. Fugitiva são os momentos tensos, dramáticos e emocionantes. E o ultimo é a crise de Jodie, depressivo, suicídio, etc. O game abusa de QTE (Quick Time Events), onde temos que apertar ou segurar os botões indicados na tela. Usamos os analógicos para controla-la e para fazer ações tais como lutar, pegar objetos, fazer perguntas, dar respostas, e vários outros. E lembrando que Beyond não possui ‘’Game Over’’. Se você for morrer, alguém perto irá te ajudar e o que pode prejudicar é o capitulo ser encurtado por você não ter chego em determinado ponto e consequentemente pode ou não tirar um final disponível.

A gameplay é diferenciada, mas mesmo assim existem alguns problemas. Nós não podemos nos separar de Jodie quando jogamos com Aiden, eles são ligados por um cordão, quando tentamos ir para outra sala ou cômodo pra ver o que está acontecendo ou ver o que tem dentro, temos uma barreira, ou seja, até com Aiden a liberdade é um tanto ausente. A movimentação de Jodie é travada e irritante. Não podemos controlar a velocidade com que ela anda e se existe um objeto na frente dela é não consegue move-lo pra sair do lugar, mesmo sendo o objeto mais leve existente no cenário. Mesmo tendo esse pequenos problemas podem chegar a irritar alguns, já outros podem passar despercebidos. Os controles são bem simples, não há segredo, não precisa de muito tempo pra se acostumar a não ser em combate onde temos que mover o analógico pra direção em que Jodie se mexe, ou seja, se ela vai bater com a perna esquerda, a câmera fica lenta e temos que mover o analógico pra esquerda, pode confundir um pouco no começo, mas após algumas horas de treinamento é bem simples.


Os gráficos é um absurdo. Eu acho que é um dos melhores gráficos que já vi em um console! Texturas, expressões faciais, detalhes, física, é simplesmente fantástico. Beyond pode até ser uma amostra do que pode vir na próxima geração de consoles. Eu não preciso dizer nada a respeito de expressões faciais e movimentação por que a Quantic Dream usa uma das melhores tecnologias a respeito de captura de movimentos, ainda mais com a atuação de Ellen Page não tem o que reclamar.

A ambientação é fantástica. O mundo de Beyond é espetacular, vamos de laboratórios sobrenaturais até florestas, desertos, acampamento militar, cidades em guerras, é sem palavras, só jogando pra entender, obviamente que a sensação de repetitividade é nula. Os cenários junto com os gráficos super-realistas leva o hardware do Playstation 3 aos limites, sem brincadeira. E lembrando que quem for jogar e estiver no capitulo ‘’Navajo’’ prestem bastante atenção na personagem que aparece, Shimasani, o detalhe facial dela é o melhor que eu já vi. Não procure nada na internet, isso perderá completamente a experiência com o game!

A trilha sonora é original. Desde os momentos tensos, dramáticos, emocionantes até os mais calmos é extremamente bem feita. Os efeitos sonoros sejam de Jodie andando na neve até o abrir de uma porta, som de tiro ou soco, é lindo. A dublagem eu não preciso dizer nada já que os atores que serviram como modelo, dublam os respectivos personagens, William Dafoe (Duende Verde) está no game pra quem não sabe. Um detalhe especial pra Jodie cantando e tocando violão no capitulo ‘’Homeless’’. É um dos momentos mais humanos que já vi e também um dos meus favoritos, isso é um simples fator que faz Ellen Page merecer o que tem.  A dublagem em português-brasileiro não tem como analisar por que vocês já ficaram sabendo o que aconteceu em relação ao game e a distribuição da Sony.

Normand Corbeil era o compositor do game, e de outros títulos como Heavy Ran, só que infelizmente ele faleceu devido a um câncer pancreático. Hans Zimmer e Lorne Balfe se juntaram pra finalizar a trilha sonora. No final do game, nos créditos, aparece uma homenagem a ele, o que vale a pena ressaltar, pois foi uma grande perda. O cara mandava bem no que fazia.


Mas afinal, Beyond: Two Souls vale a pena?

Sim.

Beyond pode ser aquele game que eu posso amar, mas você pode odiar. Ele conta com um enredo fantástico, uma trilha sonora única e um mundo totalmente novo e diversificado, só que claro, possui alguns problemas. Em meu ponto de vista, ele teve um hype, uma espera, tão grande que acabou decepcionando alguns pelos fatores citados na analise. Só que isso não tira o brilho nele, ele pode não ser candidato a Jogo do Ano pelas notas tão baixas e por não ser um ‘’Nível David Cage’’, pois se prestarmos atenção, Cage mostrou muito mais o lado diretor do que escritor, mesmo Beyond tendo duas mil paginas de roteiro. Mas mesmo assim, ele é fantástico e com certeza merece pelo menos uma jogatina. Pode não ser memorável pra alguns, mas com certeza é um excelente titulo na biblioteca do Playstation 3. E tenha em mente que não é possível pular as cutscenes, ou seja, se você gosta de ação frenética e não é de ver todas as cenas, já pode ser um grande problema. Diríamos que Beyond não é titulo pra todos.

Sobre o Autor

Postar um comentário Blogger

 
Top