Alguns dirão que sou rigorosa demais,
alguns poucos talvez concordem, mas a palavra que resume o segundo episódio de
Under the Dome para mim foi...tédio!! Não que o episódio não tenha nos
apresentado bons ganchos para o entendimento da história de alguns personagens,
assim como boas cenas, porém a dicotomia cansativa entre heróis e vilões fez com que
passássemos quase uma hora focados em descobrir segredos pouco macabros (ou
não!!) dos personagens, e não no que a série tem de diferencial e espetacular
em sua idéia inicial...a redoma!!
Considerei interessante entender um
pouco do que foi o motivo e também a forma como Barbie acabou matando o marido
de Júlia, assim como um pouco mais do desenrolar do envolvimento do “finado”
Duke, de Big Jim e do reverendo Coggins com o mistério que envolve a redoma e o
propano estocado na cidade; porém, mais interessante ainda foi acompanhar as
teorias sobre a redoma construídas ao longo do episódio, fosse por Joe, que
descobriu que ela é permeável a água em pequenas quantidades, por Júlia ou até
mesmo pelo surtado e caricato Júnior...aliás, a história de Júnior e Angie
parece se arrastar à margem da cidade, afinal o sujeito vive em um universo
paralelo ao restante dos mortais de Chester´s Mills (Barbie deveria ter batido
mais nele, muito mais!!).
Nesse segundo episódio conseguimos
perceber algumas coisas a partir dessas teorias conspiratórias sobre a redoma...já
sabemos, como disse acima, que ela é levemente permeável a água, assim como
sabemos que ela afeta com grande intensidade aparelhos eletrônicos que
funcionam amparados por baterias, afinal foi por conta disso que Duke morreu
com a explosão de seu marca passo. Aliás, a morte de Duke vai desencadear boa
parte dos acontecimentos do segundo episódio...o policial guarda em sua casa
segredos que ameaçam Big Jim e o reverendo Coggins, casa esta que Duke deixa em
seu testamento para a policial Linda (como conseguiram “embarangar” tanto Natalie Martinez com aquele uniforme
policial?! Expliquem,
please!!!); o reverendo que de bonzinho e “homem de Deus” não tem nada, visando
apagar qualquer vestígio desses segredos, acaba acidentalmente colocando fogo
na casa, o que vai demandar a união de toda a cidade para apagar as chamas,
afinal os bombeiros ficaram do lado de fora da redoma (a cena do mutirão de
baldes foi extremamente “espírito americano de superação das dificuldades”, só
que não!! Confesso que detestei!!).

Em meio a todo esse quase “apocalipse
zumbi” alguns moradores começam a surtar; digo apocalipse zumbi porque a
sensação é que a cidade em breve perderá toda a sua lógica de funcionamento,
assim como se transformará em um “mate ou morra”, afinal questões básicas para
a sobrevivência começarão a ficar escassas, como água, comida e o próprio ar,
que com o incêndio ficou claro que ficará poluído em um tempo relativamente curto.
Entre os mais surtados é importante mencionar o policial Paul, que a cada
momento do episódio vai ficando mais angustiado e agressivo, culminando com um
disparo de uma arma de fogo contra a redoma, tiro que ricocheteia e atinge em
cheio o policial Freddy (cunhado chato de Linda), que morre com o disparo em
seu peito.
O que fica de tudo isso? Alguns apontamentos são
importantes a partir desses acontecimentos e devem ser ponderados; o primeiro
deles diz respeito à forma como os escritores direcionaram o segundo episódio,
de forma a trazer uma prévia dos personagens que podem se destacar, de suas
personalidades, dramas, segredos, mistérios...tudo bem próximo daquilo que Stephen
King trás em suas obras de mais magnífico, só que com uma pobreza de idéias incrivelmente
assustadora!! Não sei se eu que realmente sou chata, se a adaptação da obra escrita
não foi feliz em suas escolhas ou se o elenco escolhido deixa demais a desejar,
mas a verdade é que os núcleos pareciam estar em transe durante todo o segundo
episódio...Linda parece viver em uma redoma dentro da redoma, Júlia é a
encarnação da falta de sal, assim como eu ainda não descobri o que o núcleo
lgbt faz na série...será que vou descobrir no decorrer dos episódios ou elas
ficarão nos bares, restaurantes e postos de combustíveis complementando as falas
dos outros personagens?

Outra questão importante e que precisa
ser colocada diz respeito aos segredos e devaneios que circulam a vida de
praticamente todos os personagens; muitas coisas a serem desvendadas, muita
gente escondendo muita coisa em uma cidade muito pequena...vocês devem estar se
perguntando o porquê de tantos “muitos”, mas é justamente ai que quero
focar...tudo que é demais enjoa e causa desinteresse. A série em si tem algo de
fabuloso e que trás a marca de Stephen King, que é a idéia da conexão do mistério
com o intempestivo dos acontecimentos, e isso se traduz exatamente na
emergência surtante da redoma em um lindo dia de sol; isso por si só já é algo
fabuloso e foi justamente o que atraiu os milhões de expectadores no primeiro
episódio...não busca-se mistérios atrás de mistérios, mas sim histórias que não
ofusquem o real motivo de milhões de pessoas terem ficado apaixonadas pela
idéia de King...a redoma!!
Frente a isso tudo reforço minha
angústia do primeiro review...Under The Dome conseguirá manter a audiência e a
curiosidade do telespectador?
Torcendo para que o próximo episódio nos traga as boas cenas da premiere, assim
como a magia que Stephen King passa no livro que deu origem a série...caso
contrário daqui a alguns anos só lembraremos remotamente da vaca partida ao meio!!
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