Uma criança com o poder mais extraordinário e incontrolável de todos os tempos. Um poder capaz de destruir o mundo. Após anos esgotado no Brasil, A Incendiária volta às livrarias como parte da Biblioteca Stephen King, coleção de clássicos do mestre do terror em edição especial com capa dura e conteúdo extra. No livro, Andy e Vicky eram apenas universitários precisando de uma grana extra quando se voluntariaram para um experimento científico comandado por uma organização governamental clandestina conhecida como “a Oficina”. As consequências foram o surgimento de estranhos poderes psíquicos — que tomaram efeitos ainda mais perigosos quando os dois se apaixonaram e tiveram uma filha. Desde pequena, Charlie demonstra ter herdado um poder absoluto e incontrolável. Pirocinética, a garota é capaz de criar fogo com a mente. Agora o governo está à caça da garotinha, tentando capturá-la e utilizar seu poder como arma militar. Impotentes e cada vez mais acuados, pai e filha percorrem o país em uma fuga desesperada, e percebem que o poder de Charlie pode ser sua única chance de escapar.
Estamos acostumados ao terror que Stephen King nos faz sentir nos seus livros. Os clássicos como "Carrie, A Estranha" e "O Iluminado" são provas vivas do sucesso que Stephen tem o gênero. Em "A Incendiária", no entanto, não há domínio do gênero terror e aqui o autor vai nos trazer o melhor da ficção científica.
Charlie é uma menina que nasceu com um poder especial e forte. O da Pirocinese. Charlie pode atear fogo em coisas se conseguir se concentrar e, quanto mais concentrada, mais perigoso esse poder pode ficar. Charlie cresceu ciente do seu poder, seus pais sempre lhe instruíram que o poder era algo destrutivo e ela não deveria usá-lo. Jamais.
Tudo começou com um experimento inofensivo nos anos 80, quando uma droga conhecida como Lote 6 foi aplicada em um grupo de estudantes em troca de 200 reais. Charlie é filha de duas pessoas que se conheceram durante esse experimento. Porém, seus pais não são os únicos cientes do seu poder, um grupo do governo americano tem interesse nessa pequena menina dona de um poder tão gigantesco.
Stephen King descreve tudo de uma maneira que é impossível não se apegar e, de certa forma, querer proteger Charlie. Durante todo o livro ela vive num impasse moral sobre fazer ou não fogo, sobre isso ser certo ou errado quando, na verdade, tudo isso faz parte da vida dela. Não importa o que Charlie faça, a pirocinese é parte intrínseca dela e lutar contra esse poder é, em parte, lutar contra sua própria natureza. O pai de Charlie, Andy, outro personagem foco do livro, enfrenta os dilemas de ter feito o experimento nos anos 80 (e ter seus próprios poderes) e tenta de tudo para proteger a filha de ser levada pelo governo onde, ele bem sabe, os planos para a pequena não seriam positivos para ela em nenhum cenário.
A narrativa composta por partes no presente e parte em flashbacks te ajuda a entender os personagens e suas motivações, além de ter um toque conspiratório com um setor fechado do governo conhecido como "A Oficina". O livro pode decepcionar leitores que estão esperando o toque de paranormalidade típico do autor ou ainda um ritmo frenético de narrativa pois isso não acontece. Mas a narrativa mais "calma" acabou ajudando a trabalhar melhor os personagens e isso faz com que você se apegue a alguns e passe a detestar outros. A trama é bem desenvolvida, bem trabalhada e as confusões e dilemas pessoais de cada personagens ficam claros, é uma história bem contada como um todo. Você entende de onde o autor partiu e onde quer chegar.
Muitos acham que A Incendiária deveria ter uma continuação, o que eu discordo. Acho que a trama terminou exatamente onde deveria terminar e cada leitor vai fazer uma leitura diferente do que acontece depois que as palavras de Stephen King terminam de serem lidas. Foi uma surpresa maravilhosa ler um sci-fi pelas mãos do rei do terror e comprovar que Stephen consegue te prender na leitura não importa o gênero.
A Incendiária faz parte da coleção "Biblioteca Stephen King" publicada no Brasil pelo selo Suma de Letras e segue o mesmo padrão impecável dos livros da coleção que já conta com Cujo, A hora do Lobisomem e O Iluminado, e a editora já avisou que o próximo título da coleção será "A metade Sombria". E cada livro dessa coleção vale cada segundo de leitura.
AUTOR: Stephen King
TRADUTOR (A): Regiane Winarski
EDITORA: Suma de Letras
PÁGINAS: 448
Postar um comentário Blogger Facebook