Filhas de um viciado em ópio, Rahima e suas irmãs raramente saem de casa ou vão à escola em meio ao governo opressor do Talibã. Sua única esperança é o antigo costume afegão do bacha posh, que permite à jovem Rahima vestir-se e ser tratada como um garoto até chegar à puberdade, ao período de se casar. Como menino, ela poderá frequentar a escola, ir ao mercado, correr pelas ruas e até sustentar a casa, experimentando um tipo de liberdade antes inimaginável e que vai transformá-la para sempre. Contudo, Rahima não é a primeira mulher da família a adotar esse costume tão singular. Um século antes, sua trisavó Shekiba, que ficou órfã devido a uma epidemia de cólera, salvou-se e construiu uma nova vida de maneira semelhante. A mudança deu início a uma jornada que a levou de uma existência de privações em uma vila rural à opulência do palácio do rei, na efervescente metrópole de Cabul. A pérola que rompeu a concha entrelaça as histórias dessas duas mulheres extraordinárias que, apesar de separadas pelo tempo e pela distância, compartilham a coragem e vão em busca dos mesmos sonhos. Uma comovente narrativa sobre impotência, destino e a busca pela liberdade de controlar os próprios caminhos.
Quem não gosta de ganhar livros? Acho que todos amam, mas nem sempre as pessoas acertam nossos gostos, então imaginem quão difícil é que os livros enviados de parcerias com editoras alcançarem o top list de livros favoritos! Foi o que aconteceu com a pérola que rompeu a concha. Não esperava muito dele por causa do título, achei piegas, mas me interessei pela sinopse e resolvi escolher como pedido do mês e eu amei o livro, as personagens principais e a história me prenderam do começo ao fim.
Duas mulheres afegãs fortes e corajosas, cada uma na época em que viveu, narram os acontecimentos de suas histórias, quais os aspectos em comum, qual a ligação entre elas e quais lutas tiveram que travar para poder ter liberdade de direcionar a própria vida num país com a cultura extremamente sexista e misógina.
Shekiba, que perdeu os pais e os irmãos numa epidemia de cólera, sempre foi rejeitada pelo resto da família e por todos que a viam, causando repulsa devido a uma queimadura, obtida enquanto criança, que cobre metade de seu rosto.
Rahima, uma das quatro filhas de um militar viciado em ópio, quase não sai de casa e deixa de frequentar a escola por ser mulher e não ter um irmão que pudesse acompanhá-la quando saísse.
Ambas personagens se veem obrigadas a recorrer um costume local antigo: se tornarem bacha posh, que permite que elas se vistam como homens e passem a ter alguns dos privilégios dos mesmos. Porém não demora muito para elas perceberem que mesmo com outra vestimenta, no fundo sempre serão mulheres e ao menor descuido podem ser punidas da pior maneira possível.
Neste livro vemos que ser mulher não é fácil para quem mora no ocidente, mas pode ser muito mais difícil no oriente, onde as mulheres não têm direito a praticamente nada e ainda são obrigadas a aceitarem os costumes mais absurdos, inclusive o casamento de crianças com homens adultos.
No entanto, mesmo com as adversidades, os sonhos dessas duas nunca morrem, o desejo de mudar seus destinos as impulsiona seguir com a vida, pois lutar, mesmo que de maneira discreta, sempre vai ser preciso para haver mudanças, por menor que seja, já é um avanço. Preparem os lencinhos!
Título: A Pérola Que Rompeu a Concha
Autor: Nadia Hashimi
Editora: Arqueiro
Páginas: 448
Ano: 2016
Autor: Nadia Hashimi
Editora: Arqueiro
Páginas: 448
Ano: 2016
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