Com sua língua afiada e seu temperamento rebelde, Sage Fowler está longe de ser considerada uma dama — e não dá a mínima para isso. Depois de ser julgada inapta para o casamento, Sage acaba se tornando aprendiz de casamenteira e logo recebe uma tarefa importante: acompanhar a comitiva de jovens damas da nobreza a caminho do Concordium, um evento na capital do reino, onde uniões entre grandes famílias são firmadas. Para formar bons pares, Sage anota em um livro tudo o que consegue descobrir sobre as garotas e seus pretendentes — inclusive os oficiais de alta patente encarregados de proteger o grupo durante essa longa jornada. Conforme a escolta militar percebe uma conspiração se formando, Sage é recrutada por um belo soldado para conseguir informações. Quanto mais descobre em sua espionagem, mais ela se envolve numa teia de disfarces, intrigas e identidades secretas. E, com o destino do reino em jogo, a última coisa que esperava era viver um romance de tirar o fôlego.
Assustadas em fileira,
Vamos à casamenteira.
Ancestrais, cuidem bem
Destas pérolas que aqui vem,
Prontas para aprender também
Como honrar a todos nós.
Se você reconheceu o trecho acima, já sabe qual foi o feeling que tive em boa parte da leitura. Caso não saiba, logo vou explicar.
Sage, a personagem principal, é especialmente divertida e interessante. Devo dizer que gostei dela de cara, talvez por sua paixão por livros e por ensinar os outros. Seus pais já estão mortos e ela vive com o tio, um pequeno lord, e educa seus primos como professora particular deles. Sage tem uma relação complicada com o tio, mas ao contrário da maioria dos livros, ele não é um vilão por querer que Sage se encaixe no que era considerado normal na época. Ele tenta, de sua forma, trazer o melhor para a sobrinha, mesmo que Sage acredite estar presa ali. É exatamente isso que o tio está fazendo quando consegue uma audiência com a Casamenteira Darnessa e obriga Sage a ir, contra a sua vontade, para ser avaliada para um casamento.
E é nesse ponto que eu comecei a cantarolar a música que trouxe no começo da resenha. Quando Sage está na casa de Darnessa, se preparando para conhecer a casamenteira, eu tinha a visão do número de abertura do filme Mulan (aliás, meu preferido), quando Mulan é transformada para (olha e coincidência) ir a casamenteira. E desse momento em diante eu só consegui ter uma vibe Mulan desse livro, mas nunca de uma forma negativa.
Ao mesmo tempo que estamos conhecendo Sage, conhecemos Capitão Quinn do exército, um capitão novato tentando se provar para o pai que é seu superior. Logo de começo ele acaba caíndo em um tipo de emboscada e, devido a isso, acaba sendo mandado para uma missão mais tranquila, guiar as futuras noivas escolhidas por Darnessa ao Concordium, que basicamente é um baile onde os casais mais poderosos são formados.
Sage, depois de ser considerada inapta para o casamento, aceita se tornar aprendiz de casamenteira para poder finalmente trilhar seu caminho e sair da casa do tio. Ela não pretende ser casamenteira, o que deseja mesmo é ser professora, mas, mesmo assim, aceita e acaba indo com Darnessa ao Concordium.
Nesse momento eu senti que estavámos na parte do treinamento militar de Mulan onde ela finge ser alguém e acaba também aprendendo outras coisas. É nesse momento que ela conhece Ash Carter, um soldado iletrado que ela pretende ensinar em seu tempo livre, e os dois começam como amigos.
Plano de fundo de toda essa trama, existe um plano de invasão sendo arquitetado, o que causa o Capitão Quinn necessitar de alguém que lhe consiga informações que seus soldados não podem, e é nesse momento que Sage se torna uma espiã.
Não é apenas o fato de ter casamenteira nesse livro que eu senti uma vibe Mulan. O fato de que, mais de um personagem, finge ser o que não é, também dá essa sensação.
O livro me prendeu muito rapidamente, comecei e logo que cara já não conseguia largar, tanto que terminei em dois dias. A autora se prova corajosa, não tendo pena alguma de matar personagens queridos. O Beijo Traiçoeiro parece ser, no primeiro olhar, uma mistura de Jane Austen e espionagem, e, mesmo que haja sim uma atmosfera de Austen, se aproxima muito mais, na minha mente, da histoóia da Fá Mulan - o que apenas me deixou mais presa a história.
No geral é um bom primeiro livro, com bons personagens e com um enredo até que fechado por ser o começo de uma trilogia/série. Me deixou curiosa para os próximos livros, o que provavelmente significa que vou correr conseguir o próximo quando for lançado!
Páginas: 440
Editora: Seguinte
Lançamento: 2017
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Livro cedido pela Editora Seguinte para resenha ♥
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