O livro apresenta a história original de Forrest, o inocente e sincero protagonista de um dos mais memoráveis romances norte-americanos. Foi dele que saíram as principais situações que ganharam o público nos cinemas: desde a dificuldade de Forrest com as palavras até a viagem a China comunista. Tudo isso em uma trama emocionante que aliada à simplicidade do personagem é capaz de cativar qualquer um - e que foi tão bem representada pelo ator Tom Hanks. Com direção de Robert Zemicks, o filme homônimo fez bastante sucesso entre o público e a crítica e conquistou 6 Oscar, incluindo a categoria de Melhor Filme.
Forrest Gump é uma das poucas adaptações de livro para o cinema onde a obra cinematográfica é mais conhecida que a literária. Lançado em 1994 e estrelado por Tom Hanks, Forrest Gump foi vencedor de seis Oscars incluindo de melhor filme e melhor roteiro adaptado mesmo que o autor do livro não tenha nenhum apego ao que foi levado ao público através das telas. E, acreditem, isso é compressível. Filme e livro são completamente diferentes em muitos aspectos e em muitas partes da história.
Forrest Gump possui um QI de quase 70 e é aquilo que as pessoas comumente conhecem por idiota. O livro é narrado em primeira pessoa pelo nosso protagonista e ele não quer saber se você vai achar que as histórias dele são absurdas demais, ele quer contar o quão intensa a vida dele foi e, acreditem, vocês jamais encontrarão uma história de vida como a de Forrest Gump. Para efeitos visuais, esqueça o Tom Hanks que eu sei que você está imaginando. Forrest Gump tem 2 metros de altura e pesa 110 kilos. Aliás, esqueça o filme por um momento, afinal, é tudo bem diferente.
Forrest, Forrest Gump estava acostumado a correr. Ele correu a vida inteira daqueles que achavam que ele era um idiota. Correr levou Forrest a jogar futebol americano. Levou Forrest a ficar conhecido por isso e a crescer dentro do esporte que lhe rendeu uma vaga da universidade. Algo que acabou não dando muito certo mas revelou habilidades que Forrest não sabia nem ao menos que possuía. Literatura inglesa para ele era algo de uma dificuldade absurda, mas você poderia jogar qualquer cálculo físico para ele que seria resolvido em poucos minutos. Ele podia não entender o vocabulário mais simples do mundo, mas tinha o dom da música como poucos tem. Forrest possuía muitas habilidades mas, talvez, a principal delas, fosse se meter em encrenca.
Ser expulso da faculdade por suas notas baixas o leva a sua mais perigosa aventura chamada: Guerra do Vietnã. Estar na guerra é um divisor de águas na vida de Forrest e também em como ele vê a vida. Quando o personagem retorna, ele passa por mais uma série de aventuras que incluem jogar pingue - pongue na China, salvar Mao Tsé-Tung da morte eminente (e ser odiado pelos americanos por salvar o líder comunista), ir ao espaço – literalmente – com uma mulher e um macaco e passar 4 anos preso numa ilha canibal trabalhando na agricultura local. As histórias de Forrest Gump são as mais bizarras que você pode imaginar e, claro, muitas das histórias não estão no filme ou foram bem alteradas para estarem nele.
O Forrest do livro é mais ácido quando comparado ao do filme e chega até a usar maconha em um nível que Jenny precisa pedir para ele diminuir o consumo. Sobre o relacionamento com Jenny, livro e filmes são bem diferentes, em ambos os personagens possuem encontros e desencontros, sendo peças de um quebra - cabeça que nem sempre termina montado por completo. Forrest e Jenny tem perspectivas diferentes das coisas boa parte do tempo e essas divergências e diferenças de prioridades os levam, muitas vezes, para caminhos separados, numa forma bem realista de relacionamento mesmo.
Mesmo com o relacionamento com Jenny e a própria mãe sendo retratados de formas bastante distintas, eu não poderia dizer que o livro é melhor que o filme ou vice versa (mas entendo o autor ter ficado irritado com as mudanças). Ambas são obras maravilhosas dentro do seu contexto e, embora eu tenha me apegado a um Forrest mais ácido no livro, está tudo bem se você preferir o do filme. É normal.
Em determinado momento do livro, o protagonista se dá conta de que sua vida não está exatamente como era antes, a vida dele fica sem aventuras e histórias mirabolantes para contar embora ele esteja fazendo o que deveria fazer. E eu gosto da reflexão que isso proporciona. Forrest é um personagem que faz aquilo que ele acha certo, ele faz muitas vezes coisas que as pessoas julgam como errado pois ELE acha que é certo. E, viver sua vida de forma plena é o certo para ele. Forrest viveu muitas aventuras, mas não se acomoda quando as coisas começam a ficar de uma maneira monótona que o incomoda. Ele muda e acho que isso serve de lição para todos: nunca se acomodar. O caminho pode não te levar para o espaço, mas renderá boas histórias para contar.
Acompanhar importantes acontecimentos dos Estados Unidos através da visão de Forrest é algo bastante interessante e ver como ele se comporta diante deles também. Existe um contexto geopolítico muito marcante na obra e o Forrest literário critica determinadas coisas de forma mais acentuada, porém, a comicidade característica do personagem permanece intacta. Quem mais falaria "Eu quero fazer xixi" na frente do presidente, não é mesmo?
Sobre a edição da Editora Aleph, comemorando o aniversário de 30 anos da obra, eu não tenho palavras suficientes para parabenizar a editora. A edição é capa dura, branca com relevo e uma jacket que te apresenta dois lados: o do futebol americano (vermelho) e o do pingue – pongue (azul) para você escolher qual usar. Fora isso, as ilustrações de Rafael Coutinho presentes na obra são encantadoras e a diagramação está perfeita.
Vale aqui ressaltar a excelência do trabalho de tradução por um motivo: os erros de português. E, sim, eles são positivos. O livro é narrado por Forrest que fala e escreve as coisas como entende e isso é, na maioria das vezes, de forma meio errada. O livro é escrito com todos os erros que Forrest cometeria e isso é encantador. Além disso, o livro conta com um posfácio que abrange um pouco das diferenças livro x filme e nos faz entender um pouco do porquê dessas diferenças também.
A principal lição de Forrest Gump é: todo mundo pode ter um vida fantástica e cheia de aventuras. Você não pode deixar que QI, altura, peso ou qualquer outra característica que te incomode comandar você. O ser humano pode, sim, ter uma vida fantástica com histórias que valem a pena ser contadas. Não deixe padrões te limitarem, afinal, eles com toda certeza não limitaram Forrest Gump.
Forrest Gump possui um QI de quase 70 e é aquilo que as pessoas comumente conhecem por idiota. O livro é narrado em primeira pessoa pelo nosso protagonista e ele não quer saber se você vai achar que as histórias dele são absurdas demais, ele quer contar o quão intensa a vida dele foi e, acreditem, vocês jamais encontrarão uma história de vida como a de Forrest Gump. Para efeitos visuais, esqueça o Tom Hanks que eu sei que você está imaginando. Forrest Gump tem 2 metros de altura e pesa 110 kilos. Aliás, esqueça o filme por um momento, afinal, é tudo bem diferente.
Forrest, Forrest Gump estava acostumado a correr. Ele correu a vida inteira daqueles que achavam que ele era um idiota. Correr levou Forrest a jogar futebol americano. Levou Forrest a ficar conhecido por isso e a crescer dentro do esporte que lhe rendeu uma vaga da universidade. Algo que acabou não dando muito certo mas revelou habilidades que Forrest não sabia nem ao menos que possuía. Literatura inglesa para ele era algo de uma dificuldade absurda, mas você poderia jogar qualquer cálculo físico para ele que seria resolvido em poucos minutos. Ele podia não entender o vocabulário mais simples do mundo, mas tinha o dom da música como poucos tem. Forrest possuía muitas habilidades mas, talvez, a principal delas, fosse se meter em encrenca.
Ser expulso da faculdade por suas notas baixas o leva a sua mais perigosa aventura chamada: Guerra do Vietnã. Estar na guerra é um divisor de águas na vida de Forrest e também em como ele vê a vida. Quando o personagem retorna, ele passa por mais uma série de aventuras que incluem jogar pingue - pongue na China, salvar Mao Tsé-Tung da morte eminente (e ser odiado pelos americanos por salvar o líder comunista), ir ao espaço – literalmente – com uma mulher e um macaco e passar 4 anos preso numa ilha canibal trabalhando na agricultura local. As histórias de Forrest Gump são as mais bizarras que você pode imaginar e, claro, muitas das histórias não estão no filme ou foram bem alteradas para estarem nele.
O Forrest do livro é mais ácido quando comparado ao do filme e chega até a usar maconha em um nível que Jenny precisa pedir para ele diminuir o consumo. Sobre o relacionamento com Jenny, livro e filmes são bem diferentes, em ambos os personagens possuem encontros e desencontros, sendo peças de um quebra - cabeça que nem sempre termina montado por completo. Forrest e Jenny tem perspectivas diferentes das coisas boa parte do tempo e essas divergências e diferenças de prioridades os levam, muitas vezes, para caminhos separados, numa forma bem realista de relacionamento mesmo.
Mesmo com o relacionamento com Jenny e a própria mãe sendo retratados de formas bastante distintas, eu não poderia dizer que o livro é melhor que o filme ou vice versa (mas entendo o autor ter ficado irritado com as mudanças). Ambas são obras maravilhosas dentro do seu contexto e, embora eu tenha me apegado a um Forrest mais ácido no livro, está tudo bem se você preferir o do filme. É normal.
Em determinado momento do livro, o protagonista se dá conta de que sua vida não está exatamente como era antes, a vida dele fica sem aventuras e histórias mirabolantes para contar embora ele esteja fazendo o que deveria fazer. E eu gosto da reflexão que isso proporciona. Forrest é um personagem que faz aquilo que ele acha certo, ele faz muitas vezes coisas que as pessoas julgam como errado pois ELE acha que é certo. E, viver sua vida de forma plena é o certo para ele. Forrest viveu muitas aventuras, mas não se acomoda quando as coisas começam a ficar de uma maneira monótona que o incomoda. Ele muda e acho que isso serve de lição para todos: nunca se acomodar. O caminho pode não te levar para o espaço, mas renderá boas histórias para contar.
Acompanhar importantes acontecimentos dos Estados Unidos através da visão de Forrest é algo bastante interessante e ver como ele se comporta diante deles também. Existe um contexto geopolítico muito marcante na obra e o Forrest literário critica determinadas coisas de forma mais acentuada, porém, a comicidade característica do personagem permanece intacta. Quem mais falaria "Eu quero fazer xixi" na frente do presidente, não é mesmo?
Sobre a edição da Editora Aleph, comemorando o aniversário de 30 anos da obra, eu não tenho palavras suficientes para parabenizar a editora. A edição é capa dura, branca com relevo e uma jacket que te apresenta dois lados: o do futebol americano (vermelho) e o do pingue – pongue (azul) para você escolher qual usar. Fora isso, as ilustrações de Rafael Coutinho presentes na obra são encantadoras e a diagramação está perfeita.
Vale aqui ressaltar a excelência do trabalho de tradução por um motivo: os erros de português. E, sim, eles são positivos. O livro é narrado por Forrest que fala e escreve as coisas como entende e isso é, na maioria das vezes, de forma meio errada. O livro é escrito com todos os erros que Forrest cometeria e isso é encantador. Além disso, o livro conta com um posfácio que abrange um pouco das diferenças livro x filme e nos faz entender um pouco do porquê dessas diferenças também.
A principal lição de Forrest Gump é: todo mundo pode ter um vida fantástica e cheia de aventuras. Você não pode deixar que QI, altura, peso ou qualquer outra característica que te incomode comandar você. O ser humano pode, sim, ter uma vida fantástica com histórias que valem a pena ser contadas. Não deixe padrões te limitarem, afinal, eles com toda certeza não limitaram Forrest Gump.
Livro cedido pela editora para resenha. |
Título: Forrest Gump
Autor: Winston Groom
Editora: Aleph
Páginas: 390
Ano: 2016
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