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Title: A MENSAGEM DE CORINGA
Author: Leandro Cruz
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"Tudo que tenho são pensamentos negativos" A pressão . Ela é intensa sobre nós. Pressão pra sermos felizes. Pressão pra n...

"Tudo que tenho são pensamentos negativos"

A pressão. Ela é intensa sobre nós. Pressão pra sermos felizes. Pressão pra nos formarmos e termos bons empregos. Pressão pra constituir uma família e "sermos alguém na vida". Pressão. Pressão. Pressão. Isso tudo seria o bastante pra levar qualquer um à loucura.

Não por acaso vivemos no período onde mais se faz terapia. Sou da opinião que todo mundo deveria fazer terapia. Alguns mais que os outros. E principalmente, pra lidar com aqueles que não fazem. Mas e quando vemos que Arthur fazia terapia, tomava seus remédios e isso não o impediu?

Podemos por a culpa no sistema. No sucateamento e na falta de atenção dispensada. Mas também temos que nos culpar. Não precisamos ser felizes o tempo todo. E tudo bem você não ter o emprego que queria ter aos 25. Está tranquilo ainda não ter se casado e tido filhos aos 30. Se alguém tivesse dito isso ao Arthur, as coisas seriam diferentes?

Coringa exala Piada Mortal. O quadrinho criado por Alan Moore e que trouxe uma das várias origens do Palhaço do Crime está amarrado na construção desse filme, apesar de não ser a mesma história. Porém a moral está ali. Basta um dia ruim. O problema é que Arthur teve vários deles. Centenas. Milhares. 

Quando ele ultrapassa os limites e começa sua transformação que o levará ao topo da Galeria de Vilões do nosso Morcego favorito, já era tarde para tentar salvá-lo. E conforme a sociedade vai se dobrando ao seu exemplo, podemos perceber que talvez seja tarde para todos.

A mensagem do filme não é que devemos sucumbir na loucura, mas sim que devemos prestar atenção. Prestar atenção nos Arthur's Fleck. Prestar atenção nas nossas falhas como civilização. Prestar atenção na pressão. 

Pois acreditem, é razoavelmente fácil chegar na beira do abismo. E quando você olha pra ele, ele te olha de volta. E a vontade de saltar por vezes é irresistível. Nesse filme, Arthur estava sentado na beira do abismo fazia anos. Ele ouviu cada sussurro que veio de lá. E optou pelo caos. Não é tarde para nós. Mesmo que estejamos na beira, podemos retroceder. Podemos vencer. 

Nós falhamos como sociedade. Mas ainda há tempo. É sempre preciso acreditar nisso. Sem essa esperança, o que nos resta?

E vale sempre lembrar algo que um velho bruxo, como Alan Moore, nos ensinou um dia:

"A felicidade pode ser encontrada mesmo nas horas mais difíceis, se você lembrar de acender a luz"

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