O primeiro contato entre nossos
sobreviventes e os novos colonizadores nada mais é do que um paralelo. A
relação entre eles é semelhante aos conflitos enfrentados pelos delinquentes ao
se depararem com os Grounders na primeira temporada. As duras decisões de Diyoza
fazem sentido, são inteligentes e por mais que extremas, são compreensíveis
assim como o reflexo de Clarke em proteger suas terras a todo custo. Sempre bom
lembrar que isso já aconteceu antes quando Lincoln era o nativo da vez o homem
foi capturado e torturado da mesma forma pelas mesmas razões, mas é claro que
perceber e admitir isso enquanto a nossa Clarke é eletrocutada diante de nossos
olhos fica muito mais difícil. E como fica difícil.
Podemos escolher olhar pelo lado
de uma análise mais imparcial ou simplesmente ficar com muita raiva por baterem
com tanta força na cara de Clarke que a dor dela veio aqui na minha cara. Mas a
verdade é que até agora o único traço realmente antagonista desses prisioneiros
são seus crimes cometidos a alguns apocalipses atrás e claro, seguido de alguns
de seus trejeitos violentos que também tem seu passado como fator de pré-julgamento
para nos ajudar a criar uma imagem negativa deles. Não é querendo defende-los,
mas em sua posição atual, não deveríamos estar julgando tanto. Questionar esse
tipo de dilema é o coração da série, então estou aqui apenas para tentar abrir
a mente para a existência do segundo ponto de vista. Nossos heróis também não
são santos. Bem longe disso.
Com a descoberta do exercito
adormecido, retornamos ao que The 100 sabe fazer de melhor e estabelecemos o
dilema moral mortal da vez. Temporadas atrás Bellamy Blake não teria pensado
duas vezes antes de escolher automaticamente matar o exército adormecido, mas
com essa passagem de tempo o rapaz procurou amadurecer seu raciocínio estratégico e
aparentemente se tornou uma pessoa mediadora. E justo no momento em que o povo
do céu escolheu se tornar os bons moços, temos uma inversão de papeis na terra.
Depois de viver em base de negociações para o bem da humanidade, o ambiente hostil
de sobrevivência ao que Clarke foi exposta a transformou em alguém mais
imediatista e radical afinal para ela realmente era tudo ou nada, a moça não
teve tempo para filosofar sobre a vida pois esteve lutando para mantê-la
durante a todo momento.
O plano de Bellamy é inteligente,
mas extremamente arriscado especialmente ao descobrirmos qual o tipo de pessoa
com o qual estão lidando. Depois de tudo o que já viveram na terra, as guerras
entre povos, os perigos de extinção, talvez fosse melhor trazer um velho hábito
genocídico à tona novamente e acabar com a ameaça de uma vez do que esperar até
o ponto de serem obviamente traídos no processo de negociação da mesma forma
como foram inúmeras vezes na temporada anterior. Em todo o caso, não querendo
partir direto para o massacre, utilizar os prisioneiros como vantagem foi um bom
começo de negociações e precisamos apenas ser positivos o suficiente para acreditar
que alguns bons frutos vão sair dali antes que voe tudo pelos ares, porque sabemos
que vai.
As diferentes formas de conduta
entre os grupos será um ponto alto a ser observado no decorrer da temporada,
vai ser interessante ver como a nova natureza mediadora de Bellamy vai lidar
com o atual radicalismo de Clarke e o supremacismo desenvolvido por Octavia. Agora
é a hora de ele sentir na pele as dificuldades que Clarke veio enfrentando
durante todo esse tempo em que tentava conciliar a sobrevivência de todo mundo em
um mundo aos pedaços enquanto outros só puxavam o seu tapete negociativo
trazendo mais e mais problemas para a mesa.
Não tem como não ter o coração
aquecido com Madi reconhecendo Bellamy pelos desenhos ou impactado com o alivio
de Clarke ao ouvir a voz dele após anos. Os personagens estão se juntando aos
poucos e após essa introdução da situação atual de cada grupo poderemos dar início
a verdadeira problemática que a temporada vai nos trazer.
Ps: Primeiro sacrifício de Raven da temporada e contando.
PROMO DO PRÓXIMO EPISÓDIO:



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