[LIVROS] RESENHA – A BÚSSOLA DE OURO

Lyra Belacqua e seu daemon, Pantalaimon, vivem felizes e soltos entre os catedráticos da Faculdade Jordan, em Oxford. Até que rumores invadem a cidade – boatos sobre sequestradores de crianças, os Papões, que estão espalhando o medo pelo país.

Quando seu melhor amigo, Roger, desaparece, Lyra inicia uma perigosa jornada para encontra-lo. O que ela não desconfia é que muitas outras forças influenciam seu destino e sua aventura a levará a terras congeladas do norte, onde feiticeiras e ursos de armadura se preparam para uma guerra.

Embora tenha a ajuda do aletiômetro – um poderoso instrumento que responde a qualquer pergunta – nada a prepara para os mistérios e a crueldade que encontra durante a viagem. E, mesmo que ainda não saiba, Lyra tem uma profecia a cumprir, e as consequências afetarão muitos mundos além do seu.

Já imaginou um mundo muito parecido com o nosso, mas ao mesmo tempo bastante diferente? Um mundo onde existe a tecnologia, os lugares, mas não do jeito que conhecemos. Um mundo onde a alma tem uma forma de um animal, que vive ao seu lado, conversa, é seu melhor e mais íntimo amigo. Onde a magia, feiticeiras e ursos que falam são reais.

A história se concentra na Lyra, uma garota que cresceu livre, cercada pela opulência da Faculdade Jordan e podendo ir e voltar entre os pequenos mundos que a cercavam: as crianças da faculdade, os adultos que a ensinavam o que podiam, o tio, e as crianças de Londres e as que se chegavam quando vinham fazer comércio, com os pais. Até que, por culpa de sua curiosidade e sua total ignorância por obedecer a regras, seu mundo muda quase que drasticamente.

Quando ela resolve entrar em uma sala onde apenas os catedráticos são permitidos, para ver o que o tio tem a falar, que chegou de uma viagem do Norte, ela descobre sobre o Pó, e que existem outros mundos paralelos ao que ela vive. Em compasso a essa descoberta, surgem as histórias de crianças que começaram a sumir, a serem sequestradas.

E quando esses sequestros chegam a Londres, atingem diretamente a Lyra, quando seu melhor amigo é sequestrado, e a outra criança a quem ela conhece: um garoto gypsio, povo que frequentemente ia fazer comércio em Londres, e com quem constantemente Lyra brincava. Além disso, surge a Mrs. Coulter, uma mulher misteriosamente bonita, super simpática, que chega a faculdade, e acaba por contratar a Lyra como uma secretária, e assim também para ensinar para a menina coisas que ela ainda não tinha aprendido. E é aqui que também surge o aletiômetro, uma bússola que é guiada pelo misterioso pó, e conta apenas a verdade, caso você saiba como fazer as perguntas. E basicamente: muito difícil de usar.

Todos esses fatos culminam na mudança em 180º da vida da garota. Existe uma profecia a se cumprir, e é em volta disso que a história roda: enquanto ela vai a procura, inocentemente, do amigo, pós fuga da Mrs Coulter, e com a ajuda dos gypsios, ela está indo em busca do seu destino, que ninguém sabe exatamente o que é, mas a menina tem que ir as cegas, e depende dela a salvação de todos os mundos paralelos, e dela mesma, contando com esse fato: ela não pode saber o que está fazendo. É bem doido. Meio bem Eva, a Lyra vai em direção a um pecado, sem saber de nada, para garantir a salvação do mundo.

Agora, se já não bastasse tudo isso, outros fatos que me chamaram a atenção e me conquistaram totalmente, e me embalaram nessa narrativa envolvente: a magia, os ursos, a descoberta do Pó (e para que ele serve, por que ele só se conecta aos adultos), dos mundos paralelos, e principalmente dos daemons, que são a forma que a alma se revela nesse mundo fantástico. Antes de atingir a puberdade, os daemons mudam pra qualquer forma, e depois que você atinge certa idade, eles se focam em uma só, como se transmitisse quem você verdadeiramente é. Desde que eu li essa trilogia pela primeira vez, eu quero ter um daemon na minha vida. E descobrir os mundos paralelos, viver uma aventura alucinante. Sem precisar cair de cara com um pecado, mas né.

Esse livro (e a trilogia) é uma história tão incrível e cheia de reviravoltas, com essa mistura de politica e religião, é bem fantástica, e bastante parecida com o nosso mundo, que assusta viu. E o final desse primeiro livro, então, é bem desesperador, você só quer o segundo, para saber o acontece. E a Lyra, é aquela personagem com quem dá pra se identificar, tipo, demais.

Esse foi um livro que me cativou de maneira absurda na primeira vez que li, e nessa volta a esse mundo redescobrir novos detalhes, e me apaixonar ainda mais por esse mundo cheio de reviravolta, e essa mistura fascinante de religião, política, inocência, e caminho, muita das vezes duro, do amadurecimento. Esse livro é um aprendizado e tanto. E com uma garota como protagonista totalmente badass, que nem mesmo pisca para ajudar aos seus, mesmo correndo grave perigo.