Após exatos vinte anos longe da ficção, a autora do best-seller O deus das pequenas coisas, publicado em 42 idiomas com mais de 8 milhões de exemplares vendidos no mundo, volta ao romance com O ministério da felicidade absoluta.
Pela emocionante história do jovem Aftab, que mais tarde se torna a bela Anjum, descortina-se uma Índia repleta de conflitos e beleza. Dos bairros sinuosos e pobres aos shoppings reluzentes de Delhi, passando pelas montanhas nevadas da Kashmira, onde guerra e paz se mesclam em ciclos de vida e morte, a vida de Anjum transcorre e, com ela, a história de um país.
A um só tempo história de amor e protesto, este romance tem como heróis pessoas que foram destruídas pelo mundo no qual vivem e em seguida resgatadas por atos de amor e esperança. Desta forma, por mais frágeis que pareçam ser, eles nunca se rendem.
Aos entrelaçar vidas complexas, este romance arrebatador e profundamente humano reinventa o que um romance pode ser e fazer. E demonstra a cada página o talento de Roy para contar histórias.
Suzanna Arundhati Roy, mais conhecida como Arundhati Roy, é uma escritora, novelista e ativista anti-globalização indiana, também envolvida em causas ambientais e de direitos humanos. Escreveu os roteiros de dois filmes.
A história tem como personagem principal Aftab, um garoto que desde o nascimento gerou reboliço na família. Ele vive aflito por causa de seu corpo, pois não se vê como um menino, mas sim como uma menina aprisionada em um corpo masculino. Isso só piora quando chega à puberdade, ele não conseguia se encaixar em sua família, não tinha amigos, não tinha esperança de um futuro melhor. Até que um dia conhece as hijras.
Hijra é um termo indiano para denominar pessoas transgêneros e intersexuais. São temidas e cortejadas, podem levar bênçãos ou azar dependendo de como são recebidas. Elas cobram uma taxa que pode ser um pagamento em prendas ou dinheiro. A praga de uma hijra é muito potente e pode trazer infelicidade por muitos anos.
É através desse contato com elas que Aftab decide quem vai ser e assim nasce Anjum. Acompanhamos essa transformação e libertação da personagem. Fiquei fascinada com essa parte do livro, gostei de conhecer as hijras e suas histórias. Além de conhecer um pouco mais sobre a Índia e suas particularidades. Além de nos mostrar a história de Anjum, o livro também fala sobre os rebeldes que lutam pela Caxemira.
Como contar uma história estilhaçada? Aos poucos se tornando todo mundo. Não. Aos poucos se tornando tudo."
Outros personagens ganham destaque durante a narrativa como Tilo, uma arquiteta que está envolvida na luta pela libertação da Caxemira e Saddam Hussein, que escolheu esse novo nome após vê seu pai sofrer uma injustiça.
Minha impressão geral sobre a estrutura e histórias do livro é que apesar de interessantes e importantes de serem mostradas, porém a escritora peca com o tamanho dos capítulos, eles são muito longos, o que pode deixar a leitura um pouco lenta.
Ele acreditava que a poesia poderia curar, ou ao menos avançar muito na direção da cura de quase toda doença. Receitava poemas aos pacientes."
TÍTULO: O Ministério da Felicidade Absoluta
AUTORA: Arundhati Roy
EDITORA: Companhia das Letras
PÁGINAS: 496
ANO: 2017
Livro cedido pela editora para resenha.
Postar um comentário Blogger Facebook
Click to see the code!
To insert emoticon you must added at least one space before the code.