[LIVROS] RESENHA - A VIDA SECRETA DAS ABELHAS

Nova edição de um dos livros de maior sucesso dos últimos anos, um clássico instantâneo que já foi adaptado para o cinema. Tendo como pano de fundo os anos 1960, A vida secreta das abelhas é uma história marcante sobre o poder feminino e o poder do amor.

A adolescência de Lily Owens tem sido complicada. Ela não se lembra da morte da mãe, há mais de dez anos, e sua relação com o pai é mais que difícil. Em 1964, quando completa catorze anos, ela decide fugir junto com sua babá Rosaleen.

Lily sai a caminho de Tiburon, a cidade que parece esconder alguma resposta sobre a vida de sua mãe. Chegando lá, ela e Rosaleen são acolhidas por três irmãs. Aos poucos, Lily descobre um mundo mágico de abelhas, mel e da Madona Negra.

Com a ajuda das irmãs Boatwright — August, May e June —, Lily tenta desvendar sua história. Será que ela conseguirá enfrentar os demônios de seu passado e se tornar uma jovem independente?

Uma história emocionante é o melhor jeito de descrever este livro.

Conheci a história através do filme, gostei muito e decidi que leria o livro. Que ótima decisão, ele me conquistou logo no começo, você divide as aflições que Lily está sentindo, uma garotinha que acaba de completar 14 anos, mas que já passa por situações complicadas. Perdeu a mãe muito cedo e não têm uma relação fácil com o pai. Na escola as coisas não são melhores, é excluída pelas outras meninas por não se vestir como elas. Suas únicas amigas são Rosaleen, sua babá e sua professora de inglês que vê nela algo diferente dos outros alunos e a incentiva a buscar um futuro melhor.

"Por favor, Lily, você está insultando sua bela inteligência. Você tem ideia de como é inteligente? Podia ser uma professora ou uma escritora com livros de verdade no seu nome. Curso de esteticista. Por favor."

Mesmo não tendo muitas lembranças da mãe, Lily guarda alguns objetos que foram dela, faz isso sem que o pai saiba. Seu pai é um homem rígido e em alguns momentos age como se não amasse a filha.

"Era uma fotografia de uma mulher na frente de um carro velho, com um vestido de cor clara e ombreiras. Pela sua expressão, ela parecia dizer: Não ouse tirar essa foto, mas querendo que a foto fosse tirada."

Cansada dessa situação e querendo conhecer detalhes sobre sua mãe e a vida dela, resolve fugir de casa para resolver essas questões. Seu pai sempre se recusava a falar sobre sua mãe, por isso Lily viu a fuga como única saída. Mas onde ela conseguiria essas informações?

Um dos objetos de sua mãe que guardava era uma foto da Madona Negra com o nome da cidade de Tiburon, então é para lá que vai em busca de respostas. Acaba chegando à casa das irmãs August, May e June Boatwright. Elas acolhem mesmo sem saber sua verdadeira história.

August é a irmã mais velha, a que cuida, aconselha e dá o equilíbrio. May é especial, sensível, receptiva. June é a durona, desconfiada e que sempre pensa no que pode dá errado. São essas diferenças que estabilizam a família. Amei o muro das lamentações criado por May.

Durante sua estada, Lily é convidada por August a trabalhar na criação de abelhas e a parti desse momento é como se tivesse encontrado seu lugar. Ela encontra nas irmãs um carinho que não tinha em casa, porém nem tudo é perfeito, muitas coisas ainda vão acontecer em sua vida.

Além de contar a história de Lily e sua busca por resposta, o livro também retrata o racismo, em 1964 foi proibida a segregação racial, mas essa segregação continua existindo e fica bem evidente, mesmo aqueles que deveriam evitar que isso acontecesse se omitem. Rosaleen, August, May e June são negras e em alguns momentos passam por isso.

"Ela só queria registrar seu nome para votar."

O filme é muito fiel ao livro, com Dakota Fanning, Alicia Keys e Queen Latifah dado um show de interpretação, mas uma parte foi mudada e isso me incomodou, por ser um ponto importante da história. Mesmo assim recomendo os dois e não deixe de conhecer essa história. Poderia escrever muito mais sobre o livro, mas preciso parar para não dá spoiler. É uma história que vou indicar aos meus amigos, porque realmente me tocou.