“Martin. We
are your family. You know that. You are part of this family. We love you.” –
Trish Murtaugh
Eu nunca fui uma pessoa muito fã de filmes, principalmente
porque não tenho muita paciência para ficar presa a uma mesma história por
muito tempo. Por isso quando apareceram algumas séries baseadas em filme, quis
dar uma chance. Depois da decepção do cancelamento de Rush Hour, fiquei com um
pouco de medo de colocar outra série do tipo na grade. Mas mesmo assim decidi
dar uma chance à Lethal Weapon, principalmente pelo Damon Wayans, mas também
pelo Clayne Crawford. E fico extremamente grata por ter colocado a série na
minha grade e chegado até aqui, porque ela vale todos os 45 minutos de cada um
dos 18 episódios.
Desde que era pequena fui acostumada com vários filmes antigos,
principalmente por influência dos meus pais. E foi por isso que sugeri que a
série fosse vista nos almoços de domingo. Como fãs dos filmes com Mel Gibson e
Danny Glover, fiquei curiosa para saber como seria a reação deles aos novos
intérpretes de Martin Riggs e Roger Murtaugh. Foi positiva, apesar da
dificuldade inicial de separar Rog de Michael Kyle, personagem do Wayans que
todo brasileiro ama (e que foi mencionado como o nome de um dos formandos da turma de RJ). E ainda assim todos da minha família gostaram e
continuamos fazendo isso até hoje, quando chegamos ao último episódio da
temporada.

Confesso que vou sentir uma falta imensa da série em seu
hiatus, simplesmente por achar que ela merecia mais do que 18 episódios na
temporada. Logo de cara uma das coisas que mais chamou atenção na série foi o
que muita gente procura hoje em dia: representação. Assim como no filme,
Murtaugh é negro. Também temos sua esposa Trish, que não aceita um não como
resposta e que bota medo até na mais corajosa criatura do universo, com quem
tem três filhos. Além deles, ainda temos Bailey, uma detetive negra e que pode
quebrar a cara de um só de olhar para a pessoa e Scorsese, o divertido médico
legista.
Por alguns episódios vemos Cruz, um detetive latino com um
passado um pouco obscuro, que foi pouquíssimo revelado durante a série. Ainda
temos a doutora Cahill, (também conhecida como Mia Toretto, da franquia Velozes
e Furiosos) que tenta ao máximo ajudar Riggs a se ajustar às perdas que sofreu,
e o Capitão Avery, gay, ex-parceiro de Rog e que, mesmo querendo tentar manter
as coisas em ordem, dá total apoio às loucuras que Riggs e Murtaugh causam pela
cidade, como explodir prédios, carros, trocar tiros com bandidos em quase todos
os lugares, ir atrás de pessoas poderosas e, principalmente, pular de janelas
para fugir de algo.
Antes de falar um pouco mais sobre Martin, queria destacar
que, por se tratar de uma série no estilo procedural, alguns casos são bem mais
bem elaborados do que outros. Por exemplo, sou apaixonada pelo quinto episódio,
Spilt Milk, em que eles estão atrás de um fuzileiro, assim como Riggs, que, por
estar sob efeitos de drogas experimentais, acaba cometendo alguns erros
enquanto tenta provar a culpa da empresa que produz as ditas drogas pela morte
de amigos dele. Já As Good As It Getz foi bom por ter trago Leo Getz,
personagem que adora atormentar a dupla de detetives durante o segundo filme,
mas a presença de Karen Palmer acabou com a graça do episódio. E de todos que
ela participou.

Desde o início já ficou bem claro que, apesar de tentar
focar em todos os personagens de forma igual, Riggs e Murtaugh teriam mais
destaque. O primeiro pelo fato de ser novo em Los Angeles, se mudando para a
cidade após a morte da esposa grávida, interpretada pela Floriana Lima, de
Supergirl. Ele enfrenta momentos extremamente difíceis, fazendo de tudo para
que sua vida acabasse logo para que ele pudesse voltar para os braços de sua
amada. Seja pulando em carros, andando na beirada de prédios, pulando de janelas,
enchendo a cara e arrumando briga no bar ou simplesmente encarando sua arma
para ver se a coragem para puxar o gatilho iria aparecer. Se alguém não sabe o
que o fundo do poço é, basta ver Martin no começo da série e todas as vezes que
coisas simples o lembravam de Miranda, principalmente depois da reviravolta
sobre o acidente que a matou. Apesar de ser um personagem fascinante, ele
precisava de alguém para jogar a corda e puxá-lo para fora do poço. E sem
dúvidas, Roger Murtaugh foi o responsável por isso.
Nas primeiras cenas já dava para ver como a amizade dos dois
é um pouco disfuncional, mas funciona perfeitamente bem. Damon e Clayne têm uma
química incrível, assim como todo o cast, o que torna a série ainda melhor de
se assistir. Eles dão apoio um ao outro de uma forma que é difícil de ver hoje
em dia. Eles confiam cegamente no outro, não importando o quão adversa seja a
situação que eles estejam passando. Mesmo que Roger às vezes fique um pouco
desconfortável com as atitudes imprevisíveis do parceiro, até pedindo por um
novo parceiro, ele não o deixaria na mão de jeito nenhum. A prova disso foi a
cena final da temporada, em que ele decide ir atrás de Martin para evitar que o
mesmo acabasse fazendo uma besteira ainda maior.
Se eu recomendaria a série? Sim, é óbvio. Todo mundo deveria
fazer uma maratona e aproveitar muito a montanha russa que é Lethal Weapon. Não
só pela diversidade de personagens e histórias, mas porque não é todo dia que
se encontra uma série com um personagem que sofra de PTSD e outros problemas e
que se torna tão adorável que você quer fazer de tudo para que nada mais de
ruim aconteça com ele e outro personagem que tem uma família incrível e que
faria de tudo por eles e por seu parceiro, mesmo que isso inclua ser torturado,
correndo o risco de morrer.
Sobre a segunda temporada, só digo uma coisa: I’ll meet you
in Mexico.
“It's
different over there, man. Constant intensity. Firefights, roadside bombs. It's
all the time, man. You come back here, and everything that was familiar is now
foreign. People you've known your whole life are strangers, you know? You feel
like you're turned upside down.
Miranda. I
was lost until I found her. You know? She saved my life. Guess that's the
difference between Jackson and I. I had a guardian angel lookin' over my
shoulder.” – Martin Riggs
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