[REVIEW] BATES MOTEL - S05E08/09: THE BODY/ VISITING HOURS

Com o último episódio saindo nessa semana, precisamos comentar os episódios oito e nove, que fizeram valer a pena toda a preparação que vimos nos primeiros episódios. Assim, estamos vendo Norman sendo confrontado pelos crimes que cometeu, de todas as maneiras possíveis: pela polícia, por aqueles que sofreram consequências de sua psicopatia, etc.

Também temos, como era esperado para o final da temporada, o desfecho em relação à Dylan e Romero, isto é, onde esses dois se encaixam no final da história de Norman. Vemos, pois, aquilo que não está presente no livro ou filme, e, que, no entanto, é o diferencial da série, e, afinal, o motivo pelo qual acompanhamos Bates Motel.

Em The Body, oitavo episódio, passamos a lidar apenas com Norma, que resolve assumir dali em diante e não deixar Norman interferir mais em questão alguma, já que fez o suficiente confessando seu crime em relação à morte de Sam. Fora a extraordinária atuação de Freddie Highmore, como sempre, vimos então, as tentativas de Norma em tirar Norman desse problema todo, ao inventar uma história de que Madeleine é quem teria matado o marido e jogado seu corpo no poço, sendo que Norman estava apaixonado por ela e, portanto, resolveu não denunciá-la. Cena maravilhosa, por sinal.

Outra cena extraordinária – estamos tendo muitas dessas nesses últimos episódios – foi Alex indo até o motel e a casa e dando-nos uma surpresa inesperada: acabando com Chick de uma vez por todas. Sinceramente, achei um bom final para o personagem, que havia ficado meio sem enredo e sentido, agora que não faz mais parte da vida de Norman. Aliás, achei uma ótima explicação para a não presença, no livro, de Romero, Dylan ou qualquer outra parte da história que envolva pessoas de fora, pois que Chick, na verdade, não havia terminado seu livro, e ainda estava para incluir Romero na história, como ficou perceptível nesse final. Vale a pena ressaltar: é claro que a série não tem muito a ver com o livro e filme nesse sentido, mas a referência é válida, e a conexão das coisas fica implícita, o que é muito bacana.

Já em Visiting Hours, temos o enfrentamento entre Norman, ou, na verdade, Norma, e as pessoas que este deixou para trás: Emma e Dylan, ficando o Romero para o episódio final, ao que tudo indica. É uma situação complexa e isso fica visível nos personagens: ambos, Emma e Dylan, sentem falta de Norman, e sabem que ele era uma boa pessoa, até que tudo se desenrolou dessa maneira. É, assim, um misto de pena e ódio, por parte de Emma, que não teve a chance de estabelecer uma relação com sua mãe, o que poderia ter acontecido se Norman não a tivesse assassinado, e, no caso de Dylan, mistura-se pena e peso na consciência por saber que Norman era perigoso e, ao invés de tomar uma providência, fugir de toda essa situação, da qual, aliás, não há fuga, como fica evidente agora.

E, como estava dizendo acima, o que não faltam são cenas maravilhosas, como a de Emma confrontando Norma e, ao mesmo tempo, lembrando de sua relação com Norman antes de tudo isso. Além disso, tivemos outra atitude inesperada de Romero, a qual, na verdade, parecia improvável. Não sei quanto a todo mundo, mas a maioria deve ter pensado: acha, de jeito nenhum Romero vai entrar na delegacia, cheia de policiais armados, e tirar Norman de lá, ele devia mesmo é desistir dessa vingança. Sim, acredito que ele poderia até ter repensado um pouco mais em suas atitudes, até, que, ficou sabendo que Norma foi desenterrada, o que o fez entrar no modo enlouquecido e tirar Norman da prisão, tornando o improvável, provável.

E é claro que, afinal, todos pensamos, depois desse absurdo todo: isso não vai prestar. Agora, resta aguardar e somente torcer para que Romero não hesite em matar Norman ou fazer qualquer outra coisa que envolva não bobear, porque Norma decididamente fará de tudo para proteger Norman, inclusive acabar com Romero. Do contrário, a única coisa que vai sair disso tudo é ter dado liberdade para Norman cometer novos crimes.