Quando vamos assistir um filme de M. Night Shyamalan já esperamos uma produção de qualidade e com grandes reviravoltas. Ele se estabeleceu com essa marca e acaba não fugindo muito disso. Mas nem por isso seus filmes perdem a qualidade e é ótimo que em pleno 2017 possamos nos surpreender com um filme como Fragmentado.
A trama acompanha as garotas Casey, Claire e Marcia, que são sequestradas por um homem misterioso logo após o aniversário de uma delas. Esse homem é Kevin (James McAvoy), mas também é Denny, Barry, Patricia, Hedwig, Orwell, entre outras personalidades que formam ao todo 23 diferentes possibilidades.
A atuação de McAvoy no filme é incrível. Interpretar um personagem dúbio já é complicado, agora imagine apresentar um com diversas personalidades. No filme apenas 4 tem algum foco, mas sabemos que muitas poderiam aparecer. Seu nível de atuação, mudando sua fisionomia, maneira de falar e agir, a cada personalidade é incrível. Não é possível ter duvidas de quem está na cena, ele é perfeito.
As garotas mal compreendem os motivos que causaram seu cativeiro, se mantendo assim durante boa parte do filme. Entre tentativas de fuga, manipulações e alguns flashbacks,entendemos que a história deve seguir Casey, com seu passado conturbado e presente difícil. As outras duas estão lá para dar um peso ainda maior ao que acaba acontecendo.
O outro núcleo da trama são as consultas de Kevin com a Doutora Karen Fletcher. Durante dias seguidos ele segue marcando consultas de emergência com ela, o que a faz desconfiar do que acontece com ele. Ela compreende suas 23 personalidades, apesar de não ter conhecido algumas, sendo capaz de notar diferenças.
O filme em si segue uma linha de suspense e carga dramática que já são características do diretor. Desta forma, esperamos o tempo todo por uma reviravolta ou uma explicação pouco usual para o que acontece. O interessante é que a saída encontrada pelo filme é diferente do que era de se imaginar durante a história, causando ainda uma agradável surpresa.
Com o passar do filme vamos conhecendo mais das personalidades que regem o filme, com Denny, um controlador, Patricia, a outra líder, Hedwig, uma criança que só quer que os dois primeiros lhe aceitem. A metáfora utilizada é que as 23 personalidades ficam em uma sala onde assumem as cadeiras a partir do que Barry, o líder, decide. Mas conforme vamos acompanhando a história, vemos que existe muito mais por trás disso.
Unindo a tentativa da Dr. Karen de ajudar, com o passado de Casey e os objetivos de Kevin, temos um filme que desafia nossa empatia e nossa noção de realidade o tempo todo. Com um final surpreendente, ainda mais com aquele easter-egg (o qual não vou contar, devido aos spoilers) que promete um futuro grandioso à franquia, seguimos sabendo que assistir um filme de Shyamalan é sempre um bom negócio.
Nota: 9,5/10
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