Você acredita no mal? Não a maldade pura e simples, mas aquele mal do qual a bíblia cristã fala, o mal que promete, corrompe e amaldiçoa. Porque é sobre isso que esse filme fala, sobre isso e sobre os limites da fé.
A Bruxa foi lançado em 2015 e de cara muitos o pintaram como o "maior filme de terror de todos os tempos". O problema é que tamanha repercussão fez mal ao filme. Não é aquele terror de música alta e gritos, mas sim aquele de tensão, de olho na tela o tempo todo, de dúvidas. Tudo isso com uma pequena pitada de sobrenatural.
A trama acompanha uma família inglesa nos Estados Unidos, ainda colônia da Inglaterra, durante o século XVII. Antes do famoso caso das Bruxas de Salem, aqui temos uma visão diferente da história da "Bruxa da Floresta". Baseado em relatos e julgamentos, podemos ter algum temor da realidade, mas não chega a trazer aquelas 4 palavras aterrorizantes no final (Baseado em fatos reais).
Com poucas explicações e alguns diálogos que podem parecer desnecessários, mas que no fim se completam, temos uma família de um casal e 5 crianças que tenta sobreviver em uma fazenda isolada. Até que o bebê mais novo, que estava aos cuidados de Thomasin (Anya Taylor-Joy) desaparece. A partir daí o medo e o mal começam a espreitar a família, representado principalmente na mãe que começa a perder a fé.
A figura paterna de Willian (Ralph Ineson) tenta manter a fé de todos firme, além de traças os passos da família. Porém as decisões e relações entre as crianças é que vai definir tudo.
OS PRÓXIMOS PARÁGRAFOS PODEM CONTER SPOILERS
A tal bruxa só vai aparecer três vezes, causando um certo medo em todas, porém a verdadeira tensão começa quando Caleb some e depois volta com alguns sintomas nada comuns. O medo dos pais para com seus 3 filhos restantes vai apontar o caminho para nossas dúvidas quanto aos verdadeiros culpados da trama.
O filme tem o seu melhor e talvez mais aterrorizante momento na cena final da conversa de Thomasin com Black Phillip. A fotografia, o som, a voz, tudo combina e torna sem dúvida essa a melhor cena. Acredito que a falha do filme está apenas no final, com sua cena de levitação barata que pouco agrega, perdendo um pouco o rumo que vinha se construindo.
Um terror mais psicológico, bem construído e com uma ótima fotografia, que apenas erra a mão no fim. A Bruxa cava seu lugar como um belo filme, mas talvez na época errada.
Nota: 8,5/10
Nome Original: The Witch
Ano: 2015
Direção: Robert Eggers
Roteiro: Robert Eggers
Elenco: Anya Taylor-Joy, Ralph Ineson, Kate Dickie, Harvey Scrimshaw, Lucas Dawson, Ellie Grainger, Julian Richings, Bathsheba Garnett, Sarah Stephens, Wahab Chaudhry
Duração: 90 minutos
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